| Foto: Felipe Lima

O ano de 2017 começa vitorioso para o movimento pró-vida internacional. O presidente norte-americano, Donald Trump, poucos dias após sua posse, assinou ordem executiva (semelhante ao decreto presidencial, no Brasil) pondo fim ao financiamento público de organizações não governamentais (ONGs) que promovem o aborto internacionalmente.

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Essa proibição ao direcionamento de dinheiro público à indústria internacional do aborto, por meio da denominada “Política da Cidade do México”, tem uma longa história de idas e vindas. Tal medida proibitiva foi implantada originalmente em 1984, por Ronald Reagan. Em 1993 foi revogada por Bill Clinton, o que permitiu a volta do financiamento ao aborto, perdurando até 2001, quando George W. Bush novamente reimplantou a medida, interrompendo os aportes. No entanto, em 2009, Barack Obama revogou mais uma vez tal proibição, permitindo o financiamento ao abortismo internacional, o que perdurou até 22 de janeiro de 2017, data da ordem executiva de Trump.

A máquina vê enferrujarem suas peças, mas a engrenagem de ceifar vidas continuará a funcionar

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Com esse novo embargo financeiro – estimado em milhões de dólares anuais –, o governo Trump não só dificulta os meios para a prática do aborto como também evita que dinheiro do contribuinte americano chegue às mãos de abortistas. Outra consequência da medida é dificultar a distribuição de meios abortivos ao redor do mundo, embaraçando o funcionamento da cadeia produtiva do aborto. Além disso, para se ter uma ideia do alcance da medida adotada por Trump, serão impactados não só profissionais que trabalham na promoção do aborto, mas todo um rol de ações do movimento abortista, como cursos, palestras, debates, simpósios, congressos e encontros, além do enfraquecimento do lobby político contra a vida.

A máquina vê enferrujarem suas peças, mas a engrenagem de ceifar vidas continuará a funcionar, pois os recursos oriundos dos contribuintes americanos são uma pequena parcela do investimento total para o movimento do aborto. As doações de fundações e de megainvestidores continuarão a despejar colossais quantias de dinheiro na indústria abortista mundial. O que importa é que, com essa medida, os Estados Unidos se posicionam como liderança em defesa do nascituro. Neste contexto de luta pela vida, como alegar uma afronta a “direitos reprodutivos” quando a busca por tais “direitos” representa o regresso social e coloca em risco a vida humana em gestação e a saúde das mulheres? Direitos servem para trazer o progresso e o bem-estar sociais. É incoerente pensar o contrário.

Platão, n’A República, já afirmava que a tríade do conhecimento é formada por Ciência, Opinião e Ignorância, esta última decorrendo da ausência do conhecer. A Opinião subentendida na plataforma pró-vida reflete a Ciência, especificamente a biológica, que comprova o surgimento da vida humana na concepção, desde lá devendo ser protegida. Aos pró-aborto resta o inalcançável percurso de desfigurar a Ciência, usando-se de Opinião desvinculada da realidade, mais próxima da última componente da tríade platônica.

Que outras nações se espelhem na iniciativa americana, cessando o fornecimento de recursos públicos à lucrativa cadeia produtiva do aborto, cuja principal matéria prima é a vida humana.

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George Mazza Matos, servidor público federal e mestre em Direito, é diretor-executivo do Juntos Pela Vida.