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Para que ler?

Para que estudar?

Para que Filosofia?

A fruta em questão é muita rica em nutrientes, usada por atletas e mestres culinários, tal o seu agradável sabor, particularmente se está no ponto e não no "ponto" em que, lá atrás, os portugueses as provaram.

Quanta dor naquela época, ai barriga! A despeito da simplicidade para se obter a dita fruta ou mesmo o preço, acessível ao mais modesto cidadão.

A banana é valiosa e melhor ainda seria discorrer sobre a mesma. Faltam-nos subsídios para tanto, por isso esse não é o assunto em questão.

Falamos do uso também popular que se generalizou em torno de "dar uma banana" para alguém, o gesto peculiar que se faz com o braço em acinte para qualquer adversário esportivo, ou mesmo político.

No caso em análise deu-se uma banana para o conhecimento, pois é compreensível que se questione a formulação de uma prova, mais ainda quando se trata de um vestibular. Isso é aceitável, o que não se pode entender é intitular uma prova como "ridícula". Ora, qual é o parâmetro para se avaliar a "ridicularidade" da prova? O neologismo de expressão cabe aqui!

Do alto dos seus 16 para 17 anos de existência, lemos e vimos depoimentos de candidatos menosprezando uma prova discursiva e, o que nos parece pior, incentivando a famigerada "lei de Gérson", a forma de efeito para se levar vantagem. Afinal, para que ler as obras indicadas se posso fazer uma boa prova sem ler nada. Basta um resumo, ou um comentário de revisão em uma aula de poucos minutos. Tudo fácil, tudo leve!

A bem da verdade, tudo superficial, porém a vida assim o é, e felizmente acabará por ensinar a João, Pedro, André, Maria, Tereza e tantos outros que o conhecimento se faz com paciência, perseverança, dedicação e tempo, o "mestre de todos". Será ele a ditar a convicção de que uma "leitura de Platão, de Maquiavel, de Descartes e de Sartre elevam a reflexão humana para outros patamares. "Horizontalizam", outro bom uso de palavras criadas para ajudar o falante da "última Flor do Lácio", a entender a própria vida e como isso é complexo. É bem nesse intuito que defendemos a leitura desses autores, tendo a certeza de que, antes de qualquer outra coisa, trata-se de um privilégio.

O conhecimento é uma maravilhosa "chave" para todos os momentos da vida e o segredo dela é que não se tem idéia alguma do momento em que seu uso se fará necessário.

Surpreende, sim, a simplificação de todas as coisas sem qualquer esforço, provavelmente porque Educação se faz e se realiza plenamente com ensino, pesquisa e extensão, o que difere disso é uma aventura como tantas em um país pródigo no caminho das desventuras educacionais que a poucos lugares levaram e muitos problemas trouxeram.

Portanto, talvez para alguns caiba mesmo encaminhar uma banana maçã para Maquiavel, uma banana caturra para Sartre, uma banana nanica para Descartes e uma banana prata para Platão, sem esquecer o conhecimento e o seu futuro uso. Esse, em especial, receberá uma salada de frutas, com ênfase na brasileira fruta denominada banana.

Marlus Humberto Geronasso é formado em Letras, Português-Inglês, acadêmico de Jornalismo, professor da Rede Pública de Ensino do Paraná, de cursos pré-vestibulares, apresentador do Programa Eureka da TV Educativa e de programas de rádio.

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