| Foto: Jessica Lewis thepaintedsquare/Unsplash
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Ok. Malas prontas. Crianças no táxi. Documentos de viagem, vistos, passaportes e passagens, ok. Contas pagas. Aviso à Receita Federal. Cartões de crédito cancelados. Hm... Alguns reais na poupança para mantê-la aberta. Patrimônio convertido em euro, Ok. Partiu Finlândia. Você não precisa morar no país mais feliz do mundo, comer carne de rena e trabalhar na fantástica fábrica do bom velhinho para que os seus filhos tenham contato com os princípios do ensino domiciliar fora de casa. Ele pode estar mais próximo do que você imagina.

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Nesta semana, estive desenvolvendo algumas atividades extracurriculares de inglês para alguém especial que, depois dos cinquenta, decidiu deixar de passar sufoco em viagens internacionais. Se você leu meu artigo anterior, sabe, ao menos em dois idiomas, o nome desta prática.

O afterschooling praticado por Toru Kumon, por mim e por você não difere do homeschooling praticado por mais de 35 mil mães brasileiras, dentre elas professoras, advogadas, pesquisadoras e escritoras

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O cursinho tem um sistema de ensino interessante. Ele dispensa o ensino tradicional, no qual, abre-se margem para que um ou outro aluno fique para trás, seja por timidez, seja por medo de errar, seja por não conseguir acompanhar o ritmo da turma. Em vez disso, adota um método de autodesenvolvimento e conta com um orientador que auxilia cada aluno na pronúncia e nas dificuldades que eventualmente surgirem com as atividades.

Quando soube disso, ao escutar as impressões do primeiro dia de aula, lembrei de um pai educador. Em linha reta geográfica, a 17.370 quilômetros do nosso país e há exatos 70 anos, uma criança japonesa estava com um desempenho a desejar em matemática. Você já deve ter ouvido inúmeras vezes aquele ditado: casa de ferreiro, espeto de pau. O pai de Takeshi era professor de matemática.

Para melhorar o desempenho escolar do filho, Toru elaborou alguns exercícios autoinstrutivos. O objetivo era torná-lo consciente do domínio de um conteúdo antes de avançar para o próximo. Este é um dos princípios universais do homeschool: assimilação do conteúdo.

Mais que isso, o método criado por Toru tinha como objetivo desenvolver em Takeshi o hábito do estudo, o desejo pelo aperfeiçoamento, o autodidatismo. Outro princípio do ensino domiciliar. A satisfação em resolver os problemas matemáticos e avançar no conteúdo geravam nele autoconfiança. O desempenho excepcional do filho na escola despertou em Toru o interesse de aplicar o método com outras crianças. Assim, no ano seguinte, em 1955, foi fundado o primeiro centro de Kumon de matemática em Osaka, no Japão.

Hoje, o Kumon está presente em mais de 60 países, assim como o ensino domiciliar, reunindo mais de 3,5 milhões de estudantes ao redor do mundo, contando com mais de 175 mil no Brasil. O afterschooling praticado por Toru Kumon, por mim e por você não difere do homeschooling praticado por mais de 35 mil mães brasileiras, dentre elas professoras, advogadas, pesquisadoras e escritoras.

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Que possamos celebrar, neste septuagésimo ano de aniversário da primeira turma do senhor Kumon, todos os pais que participam ativamente do ensino dos filhos, seja parcialmente, seja integralmente. Toru Kumon, que Deus o tenha.

Isadora Palanca é escritora, ghostwriter e mediadora de conflitos extrajudiciais, com formação em Direito e especialização em Direito e Processo Civil. É autora dos livros “Ensino domiciliar na política e no direito” e “Regulamentações do ensino domiciliar no mundo”, e procura famílias que pratiquem o homeschooling fora do Brasil para o próximo livro.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]