Tudo foi grande em Copenhague. Desde o número de chefes de Estado, da massa de pessoas que participaram do evento diplomático, até a quantidade de jornalistas dentro do Bella Center, e os manifestantes que representaram um papel de destaque fora dele. E esse cenário fica ainda mais impressionante quando o tema em questão era proteger o planeta de nós mesmos.
As mudanças climáticas são avisos de que nosso modo de viver em pleno século 21 é incompatível com as reservas naturais. Muito precisa ser revisto. Nossa economia, modelo de negócios, a forma como produzimos e consumimos, como nos deslocamos, as atitudes domésticas mais simples, e até mesmo a educação dos filhos cujo futuro é o legado que deixaremos.
Por isso nenhuma esfera da sociedade, nenhum segmento da economia pode se omitir. Uma semana antes da COP15, estive na capital da Dinamarca para a Conferência Internacional "Educação Empresarial Responsável: Liderança Sustentável na Era da Mudança Climática", realizada pela Organização das Nações Unidas, que reuniu representantes de escolas de negócios do mundo todo. Há tempos que a ONU convocou essas instituições, por saber de seu potencial na formação de líderes globalmente responsáveis. Afinal, formamos os profissionais que tomarão as decisões importantes nas empresas.
No encontro, que foi uma iniciativa do Princípios Para Educação Empresarial Responsável (PRME), realizado na Copenhague Business School, tive a oportunidade de me reunir e debater com representantes de instituições de ensino do mundo todo. A boa surpresa é que todos os participantes estão seriamente comprometidos e já agindo na busca de desenvolver junto aos seus alunos, professores e demais stakeholders, conteúdos voltados para a sustentabilidade do planeta.
Fruto desse encontro, um documento redigido a muitas mãos foi entregue a Connie Hedegaard, ministra dinamarquesa que até então presidiria a Conferência do Clima. Lá estão nossas propostas e esperanças de contribuir para a longevidade do planeta em bases sustentáveis. Comprometimentos como, por exemplo, adotar conceitos e valores que abordem questões como ética e responsabilidade corporativa nos programas de pós-graduação. E, ainda, incentivar linhas de pesquisa que proponham novas soluções, tecnologias e processos menos agressivos ao meio ambiente e modelos de negócios para uma economia de baixo carbono.
Voltei de Copenhague feliz por não estar sozinho nesta causa, e com a certeza de que nossos esforços não fracassarão. Independentemente dos resultados efetivos da COP15.
Norman de Paula Arruda Filho é superintendente do ISAE/FGV
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