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Cada pessoa nasce homem ou mulher, com ritmos diferentes de amadurecimento pessoal e de aprendizagem, têm diferente sensibilidade, reagem aos estímulos de forma diferente, costumam atuar de modo diverso e com freqüência, são complementares.

Ocorreu que com intuito de atender a uma demanda escolar crescente e algumas pressões ideológicas, a escola mista foi se estendendo como um postulado que não necessitava de demonstração prévia. No entanto, na quase totalidade dos países avançados, os centros de educação de renomado prestígio se mantiveram com a educação diferenciada. Há mais de 20 anos são cada vez mais numerosas as vozes que, em vista da experiência, questionam a eficácia da co-educação.

É inegável que se pode conseguir uma atenção às diversidades de meninos e meninas também nas escolas mistas, porém nessas surgem com freqüência inconvenientes, pois uma classe mista apresenta variáveis emocionais, de conduta e evolutivas muito mais acentuadas. Três razões a favor da educação diferenciada são:

1 – Favorecer o desenvolvimento da personalidade de meninos e meninas: as meninas amadurecem biológica e psiquicamente antes dos meninos, o que os prejudica nas classes mistas; as meninas têm um rendimento superior na escola secundária e é comum que muitos meninos diminuam seu rendimento em face à constante comparação. As meninas costumam ser mais tranqüilas, disciplinadas e ordenadas, enquanto que aos meninos supõe um esforço maior adaptar-se aos moldes estabelecidos em classe. No livro "The Cycle of Popularity", Donna Eder assinala que a presença constante de meninos na classe dificulta as amizades entre as alunas.

Finalmente, a liderança, a autoconfiança das meninas e a capacidade de manter melhores relações com as companheiras e os professores, melhoram significativamente nos centros exclusivamente femininos (vide F. A. Mael, em Single–sex and coeducational schooling).

2 – Favorecer o processo de socialização: costuma-se afirmar que nas escolas mistas o processo de socialização apresenta vantagens. Entretanto as pesquisas demonstram justamente o contrário. A conduta dos meninos em classes mistas costuma ser muito mais agressiva e egoísta que nas escolas diferenciadas e se constatou que nas escolas mistas os meninos entendem melhor as meninas, mas mais facilmente perdem o respeito por elas.

3 – Outro argumento de peso é que os jovens necessitam ver pessoas adultas, que além de transmitir informação, lhes sirvam de referência. Os centros de educação diferenciada têm a vantagem de oferecer aos alunos um número significativo de professores do mesmo sexo que podem ocupar-se de uma orientação personalizada, e com muito mais facilidade conseguem um diálogo natural e profundo.

Foram realizadas numerosas investigações sobre a eficácia acadêmica da escola mista em comparação com a diferenciada; e um bom número mostra que o aluno de centros de educação diferenciada obtém melhores resultados acadêmicos.

O "The Times" de 26 de março de 2000 afirmava que "quando a totalidade dos alunos de um país não alcança os níveis escolares esperados, são sempre os meninos os que estão mais atrasados".

Homem e mulher têm modos distintos de viver sua idêntica dignidade pessoal e, em conseqüência, a escola deve facilitar que cada aluno cultive as próprias qualidades de seu modo de ser: a masculinidade e a feminilidade, traços constitutivos da pessoa.

Homens são em geral mais objetivos, imparciais, têm uma visão global, pensamento abstrato e buscam o sucesso pessoal; já as mulheres são por natureza mais solidárias, tendem naturalmente ao cuidado das pessoas, são mais inclinadas ao compromisso e em geral dão uma atenção ao concreto e singular. Até mesmo na vida fetal e neonatal os hormônios sexuais se organizam no cérebro de forma diferente!

Com características tão singulares, com níveis de amadurecimento tão diferenciados, será que uma co-educação pode realmente ser a melhor escolha? Com certeza cada família deveria ter ao menos uma oportunidade de opção.

Dora Ferraz Porto é presidente da Associação de Desenvolvimento da Família (Adef).dora.porto@adef.org.br

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