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Quase ninguém ficou sabendo, mas o Brasil ganhou a 10.ª edição dos Jogos Sul-Americanos, realizada no Chile com a participação de 14 países que integram a Organização Desportiva Sul-Americana. Deste torneio, que é chamado de "Olimpíada da América do Sul", participaram, além das 12 nações do subcontinente, Panamá e Aruba, admitidos como convidados. A delegação brasileira conquistou 258 medalhas, das quais 110 de ouro, 69 de prata e 79 de bronze. A Colômbia ficou em segundo lugar, com 166 (53 de ouro, 49 de prata e 64 de bronze) e a Venezuela ficou em terceiro, com 150 (47 de ouro, 40 de prata e 63 de bronze). Em dez edições, foi a primeira vez que o Brasil ganhou fora de casa, pois sua única vitória ocorrera quando sediou os Jogos, em 2002.

Uma das razões do sucesso está no fato de termos dado mais importância aos Jogos, tratando-os também como uma oportunidade de preparação de nossos competidores. A delegação foi a maior da história, com 490 atletas, inclusive consagrados campeões mundiais ou olímpicos. Alguns recebem a Bolsa-Atleta do Ministério do Esporte, de até R$ 15 mil por mês.

O Brasil foi bem na maioria das modalidades disputadas, sobretudo em atletismo, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, ginástica, handebol, hipismo, luta, natação, pentatlo moderno, tênis, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo e vela. O futebol não teve desempenho proporcional à excelência nacional: o masculino nem participou e o feminino ficou com a medalha de bronze. Mas o futsal levou o ouro.

Chama atenção o descaso com a divulgação de um torneio em que o Brasil foi tão bem. Em grandes jornais e redes de tevê, prevaleceu a omissão. Os Jogos Sul-Americanos merecem atenção especial porque constituem uma versão ampliada da Taça Libertadores da América, que se restringe ao futebol de clubes. De composição poliesportiva, tem a missão fraterna de reunir e unir vizinhos que se mantêm em paz geopolítica, unidade territorial e estabilidade democrática.

A retumbante vitória alavanca o Brasil como potência esportiva regional e demonstra a boa preparação para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, e sobretudo para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Aldo Rebelo é ministro do Esporte.

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