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Vacinas nas fronteiras

Imagem ilustrativa. (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, visitou Foz do Iguaçu nesta terça-feira (20), e nos deu uma notícia importante. As doses extras das vacinas contra a Covid-19 serão enviadas também às cidades fronteiriças no Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e Santa Catarina. As quatro cidades do Paraná nesta situação geográfica estão recebendo 90 mil doses. O Paraná já recebeu 45 mil doses e deste lote extra, 37,8 mil estão sendo aplicadas em Foz, o que possibilitou a redução da faixa etária de vacinação para 28 anos. Esperamos em breve, o segundo lote extra para viabilizar a imunização completa para os municípios de fronteira.

O governo federal acertou ao adotar, como estratégia de enfrentamento à novas variantes, a proposta da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) pela criação deste espécie de cordão sanitário nos municípios de fronteira brasileira, o que vai reduzir os números de casos do coronavírus, as internações e ocupações de leitos de UTI nos hospitais decorrentes das complicações ou de quadro graves da doença. É um alívio aos gestores brasileiros que já estão enfrentando em como tratar as sequelas da Covid-19.

Esta proposta vem sendo debatida no âmbito da FNP desde o mês de fevereiro e em seguida, após várias reuniões no Ministério da Saúde, em Brasília, com apoio dos governos estaduais, parlamentares e dos conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde, chegamos a este entendimento.

Neste primeiro momento, estão sendo atendidas as quatros cidades do Paraná (Foz do Iguaçu, Barracão, Guaíra e Santo Antônio do Sudoeste) com 90 mil doses, 29 cidades gaúchas com 126 mil doses, 13 cidades do Mato Grosso do Sul, com 165,5 mil doses e nove cidades de Rondônia, com nove mil doses. Um total de 392 mil doses extras para 55 municípios.

São pelo menos 61 cidades fronteiriças a mais; se incluir as fronteiras de Mato Grosso, são mais três municípios. No total, o país tem 122 cidades fronteiriças, mas as mais movimentadas são as da região sul, sendo que a fronteira de Foz do Iguaçu com Ciudad del Este (Paraguai) é a mais movimentada da América do Sul.

Segundo o Ministério da Saúde, serão enviadas doses extras suficientes para imunizar mais 279 mil pessoas dos outros seis estados (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e Santa Catarina).

Para Foz do Iguaçu, se tornou fundamental receber as doses extras de vacinas porque a cidade tem o impacto de pelo menos 98 mil brasileiros que moram na região de fronteira no Paraguai e buscam o lado brasileiro para serem atendidos e tratar de sua saúde.

Somente um dado demonstra a assertividade deste argumento e da proposta acatada pelo Ministério da Saúde. Com 258 mil habitantes, Foz tem mais de 424 mil usuários do cartão do SUS (Sistema Único de Saúde). Se somar às outras oito cidades sob a jurisdição da 9.ª regional de Saúde, serão pelo menos mais 200 mil moradores. Estamos numa fronteira aberta para um verdadeiro país, algo em torno de um milhão de pessoas.

Esta é uma conquista, diria até vitória, de todos. Mas vale lembrar toda a trajetória desta verdadeira luta pelas vacinas. Em fevereiro, reunimos por três vezes os gestores das cidades fronteiriças brasileiras que passam pela mesma situação que Foz do Iguaçu, e em documento pedimos pelas vacinas extras às autoridades em Brasília. Foram realizadas ainda algumas audiências no Ministério de Saúde. O itinerário Foz-Curitiba-Brasília foi feito por diversas vezes neste semestre.

As vacinas extras vieram e continuam salvando vidas, e vão ainda agilizar a retomada do turismo, do comércio e serviços - o principal trio da economia de Foz do Iguaçu.

Neste quase um ano e meio de pandemia, tenho certeza que a maioria dos prefeitos brasileiros enfrentou de tudo, além da pandemia, com as medidas restritivas necessárias neste percurso. Em Foz, optamos por reestruturar o Hospital Municipal Padre Germano Lauck em vez de instalar hospitais de campanha, contratamos 651 novos profissionais de saúde, fizemos convênios com as universidades (Unila, Unioeste e Uniamérica) e com a Itaipu Binacional, e saltamos de 20 para 70 leitos de UTI.

É um legado para a saúde pública da cidade. E agora, com a redução de casos da Covid-19, vamos instalar uma UTI-Pediátrica no hospital municipal nos leitos de UTI onde, até pouquíssimo tempo, estavam internados os pacientes em estado grave da doença. Em agosto, a Secretaria Municipal de Saúde começa a realizar as 300 cirurgias eletivas por mês e queremos que esse número alcance pelo menos mais 200 cirurgias.

Estamos saindo dos tempos mais difíceis que a nossa cidade, o estado e o país enfrentaram. Perdemos amigos, familiares, colaboradores e a situação comprometeu, e ainda compromete, do pequeno ao grande negócio. Em breve, muito breve, poderemos abraçar a todos e cumprir com o destino de uma das principais cidades do mundo. Foz do Iguaçu é o segundo destino mais desejado pelos brasileiros para visitar na pós-pandemia.

Chico Brasileiro, dentista, servidor público, prefeito de Foz do Iguaçu e vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos.

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