Cerimônia de Lançamento do Programa Verde Amarelo.| Foto: Carolina Antunes/PR

Estamos vivendo mais do que os nossos pais e avós viveram. Hoje, a expectativa média de vida da população brasileira, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é de 75 anos. Isso quer dizer que estamos envelhecendo melhor e seremos mais produtivos que as gerações anteriores. A expectativa de vida aumentou e, como consequência, boa parte da nossa população está envelhecendo. Entre 2005 e 2015, a população idosa brasileira passou de 9,8% para 14,3%.

CARREGANDO :)

A expectativa é de que até 2022 sejam gerados cerca de 4,5 milhões de empregos

Historicamente, a maior parte das pessoas produtivas e em pleno consumo no Brasil sempre foi jovem. Nem o mercado de trabalho e nem a oferta de produtos e serviços estão adaptados para a mudança da nossa pirâmide etária. Prova disso é que, apesar de os brasileiros estarem envelhecendo com qualidade de vida e continuarem produtivos, apenas um em cada quatro idosos brasileiros está no mercado do trabalho. A falta de compreensão de que a longevidade depois dos 50 anos no trabalho é positiva deixa profissionais altamente qualificados e experientes subutilizados ou, na maioria das vezes, dispensados.

Publicidade

Do outro lado, não são só os mais velhos estão com dificuldades de inserção no mercado de trabalho, os jovens também integram a lista de desempregados, com o agravante de que também não continuaram os estudos formais ou buscaram aperfeiçoamento. E não são poucos os jovens nesta situação: eles somam mais de 11 milhões de brasileiros, com idades entre 15 e 29 anos.

A crise econômica ajudou a agravar as estatísticas, com o fechamento de postos de trabalho. A falta de perspectiva para essa parcela da população, que muitas vezes não tem experiência e qualificação, preocupa. Afinal, em breve eles representarão boa parte da força de trabalho do país.

Apesar de as empresas mais diversas (aquelas que empregam colaboradores de várias faixas etárias, gênero, origem e crença, por exemplo) serem 11 vezes mais competitivas que as demais, isso não tem sido suficiente para incentivar os empregadores a absorver tanto os mais jovens quantos os mais seniores. O desafio no mercado de trabalho no Brasil beira ao extremo: não empregamos nem os mais qualificados e experientes, nem os que querem aprender.

Faltava um incentivo e uma política pública para estimular a contratação desses dois grupos de trabalhadores. A iniciativa do governo federal por meio do programa Verde e Amarelo veio em boa hora e promete resgatar profissionais experientes e jovens no mercado de trabalho. A expectativa é de que até 2022 sejam gerados cerca de 4,5 milhões de empregos, além do incentivo ao microcrédito. Ao flexibilizar as regras de trabalho aos domingos e diminuir em 30% a 34%, em média, os custos para o empregador, o governo aposta que as companhias tenderão a contratar profissionais iniciantes e seniores.

Mariciane Gemin Pierin, CEO da S7 Consulting, é membro do Comitê de Governança e Compliance do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná e assessora de capital humano do Fórum de Executivos Financeiros para Instituições de Ensino Privadas do Brasil.

Publicidade