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Atlas da Violência registra diminuição no número de homicídios no Brasil
Imagem ilustrativa.| Foto: Clker-Free-Vector-Images / Pixabay

Em um país como o nosso, onde prevalece a cultura do chamado “jeitinho brasileiro”, lobby e influências podem ser determinantes nos mais variados níveis do mundo corporativo. Desde uma vaga de emprego até a indicação para um cargo disputado e com salário elevado podem estar associados aos contatos que temos em nossa agenda do celular. E se assim funciona em qualquer segmento da vida, obviamente o mundo do crime está incluído.

Cada vez mais nos deparamos com notícias de criminosos do "alto escalão” saindo pela “porta da frente” em razão de decisões judiciais questionáveis. Da mesma maneira que, volta e meia, cruzamos com criminosos condenados há décadas e décadas de prisão, circulando livremente, como se nada tivessem feito e, pior, cometendo novos crimes.

Recentemente comecei a defender uma vítima justamente de um indivíduo desse tipo. Deveria estar preso cumprindo seus mais de 30 anos de reclusão, mas, por ser influente, com muitos contatos, permanece livre, leve e solto, aumentando seu rol de tipos penais e vítimas (como o meu cliente). Mas, então, vamos ao ponto focal deste artigo: o que fazer quando se é vítima de um “poderoso do crime”, praticamente imparável, que rotineiramente usa seu poder de networking para desequilibrar a batalha?

A resposta é mais simples do que parece: publicidade, transparência, holofotes. Quanto mais claridade damos ao tema, quanto mais trazemos à tona as mazelas enfrentadas pela vítima, mais fácil fica de lutar contra esse desequilíbrio. Soma-se a isso os (cada vez mais atuantes) órgãos de repressão e fiscalização, como Corregedorias, Departamentos de Sindicância, Conselhos de Classe, dentre outros.

Então, nessa linha, reflita comigo: por mais que um grupo de pessoas esteja contaminado e disposto em ajudar o ”criminoso bem relacionado”, existem sempre pessoas mais acima, e, depois destas, órgãos que as fiscalizam. E tudo que essa corrente menos deseja é escândalo! Pensando dessa forma, note que a ingerência de um criminoso bem relacionado, que pode ser (ou ter sido) um político ou um grande empresário, é sempre relativa, limitada, pois a fragilidade da estrutura está sempre exposta, bastando saber apenas onde exatamente atacar.

Por isso, não se acovarde! Busque ajuda e lembre-se: o criminoso só está confortável enquanto está nas sombras, pressionando você. Conte ao mundo sobre ele e minimize as chances dele escapar.

Leonardo Watermann é advogado e sócio fundador do escritório Watermann Sociedade de Advogados.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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