Quando a Embraer foi criada, em 1969, a indústria aeronáutica não era menos competitiva do que é hoje. Foram necessárias muitas horas de trabalho de pessoas ousadas e corajosas para que, em 1977, o Bandeirante fizesse sua estreia internacional no Salão Aeronáutico de Le Bourget.
Desde então, a Embraer se dedicou a identificar certos nichos de mercado, amparada por uma reconhecida capacidade técnica e de inovação, tornando-se líder mundial na fabricação de jatos de passageiros de até 150 assentos, ingressando no segmento da aviação executiva com produtos inovadores, como o jato Phenom 300, que há anos é o modelo mais vendido de sua categoria. Sua participação internacional na área de defesa, cujo expoente atualmente é o jato de transporte multimissão KC-390, é crescente.
Em outras palavras, a Embraer que ajudei a fundar se tornou, ao longo desses anos todos, um ícone que simboliza a capacidade e qualidade da engenharia brasileira em um segmento de ponta, que sempre utilizou tecnologia de última geração. Dia após dia, sempre com muito empenho e trabalho, conseguimos conquistar os corações e mentes dos brasileiros para um projeto que hoje é orgulho do nosso povo.
Chegou agora um novo momento de tomada de decisões importantes para entrarmos em outra rota, sujeita aos mesmos riscos do passado, quando começamos a construir a companhia, que hoje é a terceira maior exportadora do Brasil, gerando divisas relevantes e contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do nosso país.
A indústria aeroespacial global está passando por uma profunda transformação
A verdade é que a indústria aeroespacial global está passando por uma profunda transformação. A consolidação entre fabricantes e fornecedores já está provocando grande impacto na competitividade do setor. Países como Japão, Rússia e China, contando com apoios governamentais e concentração nos jatos de até 150 assentos, estão dispostos a ganhar mercados externos em área na qual a Embraer é hoje líder mundial.
É muito difícil continuar mantendo uma posição de destaque em mercados competitivos como a indústria aeroespacial. A Embraer está muito consciente deste cenário e suas lideranças têm procurado e estudado formas para manter sua competitividade no futuro e continuar crescendo, gerando ainda mais divisas e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil. Neste sentido, surgiu a oportunidade da parceria estratégica com a Boeing, a maior fabricante de jatos comerciais do mundo.
A parceria permitirá à Embraer novamente se transformar, ficar mais forte e preparada para competir nos próximos anos. Juntas, as duas empresas poderão criar produtos e crescer, explorando oportunidades nos mercados. A Boeing reconhece a expertise da engenharia e a qualidade da mão de obra da Embraer. O Brasil será o centro de excelência da nova operação, garantindo produção, criação de empregos e ainda mais exportações.
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Em 1994, como todos sabem, a Embraer foi privatizada. Ousadia para tomar as decisões corretas e criar as oportunidades necessárias para o futuro foi uma marca daquele momento. A história está se repetindo com a parceria estratégica com a Boeing. Entre outras vantagens, ela fortalecerá ambas as empresas, posicionando-as para competir no novo cenário global da indústria aeroespacial.
A verdade é que estamos diante de uma negociação de grande importância e que as lideranças da Embraer estão realizando da melhor maneira, permitindo alcançar investimentos sérios, bons resultados e geração de empregos, assim como nós fizemos no passado. Com linhas de produtos complementares, filosofias de trabalho e culturas semelhantes, dedicadas à inovação e excelência, a parceria se beneficiará de uma cadeia global de suprimentos, com fornecedores nossos e uma rede de serviços que fortalecerá as marcas Boeing e Embraer.
Dediquei a maior parte de minha vida à construção desta empresa que tanto orgulha os brasileiros hoje, e vejo esta nova rota como essencial na construção do seu futuro. Este passo é fundamental para que a Embraer possa voar mais longe.
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