O mundo inteiro debate a questão da educação, única chave capaz de transformar o panorama desalentador dos esquemas atuais de preparação de novas gerações. Para os que são atentos, há sinais de grave contaminação da estratégia utilizada para a formação dos quadros humanos que assumirão os desafios do amanhã. A educação convencional nem sempre atende às expectativas do alunado e, menos ainda, às necessidades universais.
O jovem é aquele que mais se ressente do anacronismo das aulas convencionais, ainda prelecionais: o detentor do conhecimento dissertando e o auditório imobilizado, sentado em fileiras imutáveis, sem possibilidade de interação e, menos ainda, de individualização do aprendizado. Daí a crescente e indomável evasão do aluno de ensino médio.
O jovem é aquele que mais se ressente do anacronismo das aulas convencionais, ainda prelecionais
Aqueles mais inconformados adotam o homeschooling, o ensino dentro de casa. São 63 os países que aprovam essa modalidade, no reconhecimento de que é uma opção da família e de que a liberdade é o primeiro dentre os direitos fundamentais. No Brasil, essa permissão não existe, o que não impede a atuação da Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned). Cerca de 3,2 mil famílias fazem parte dela. Aqui, a matrícula na rede regular de ensino é obrigatória e a assiduidade do aluno, um dever dos pais. Desistir da escolarização pode até caracterizar um crime: abandono intelectual.
Enquanto se debate a inadiável adoção do método, alinham-se argumentos favoráveis e contrários. Na primeira vertente, a autonomia e o prazer pelo aprendizado. Não existe obrigação, nem dever de casa, nem disciplina. Nem uniforme, nem deslocamento. Para muitos, significa também economia. Para os detratores, a criança fica privada do processo de socialização. Não convive, não aprende a se submeter a regras de convivência. Tende a se isolar e a se converter em alguém deslocado no amanhã.
Os países que adotam a prática não dispensam a visita de fiscais que examinam o progresso no aprendizado e avaliam se a criança está recebendo a carga mínima de conhecimento que propicie acompanhamento paralelo ao do aluno escolar tradicional.
Talvez se possa chegar ao ideal de um ecletismo. Que tal os pais e demais familiares se interessarem efetivamente pelo aprendizado de nossas crianças e acompanharem o desenvolvimento do educando, incentivando-o e propondo tarefas sedutoras, atraentes e hábeis a evidenciar que aprender é mais do que útil e necessário, é prazeroso?
Vive-se um momento em que se constata evidente deficiência nos esquemas formais de ensino. Seja na rede pública, seja na particular, nossas crianças – em regra – não apresentam desempenho excepcional. É preciso alavancar a aprendizagem e fazer uso racional e inteligente das tecnologias da informação e comunicação disponíveis. O conhecimento nunca foi tão acessível e tão completo como hoje. Oferecer tal acervo mágico às nossas crianças e jovens é cuidar com carinho do porvir nacional. Vamos completar a árdua missão da escola convencional com o papel fundamental e criativo dos pais, demais familiares e pessoas de boa vontade, que podem contribuir para a verdadeira revolução na educação brasileira, cuja urgência está a clamar por socorro e precisa de todos nós. Sem exceção, qualquer pessoa tem condições de integrar esse processo de verdadeira salvação nacional.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo
Deixe sua opinião