O aumento de casos de microcefalia no país é um evento emergencial de saúde pública. A resposta do governo federal a essa situação tão grave foi, desde o início, tratada com a responsabilidade e urgência necessárias. Este evento, com proporções epidêmicas, nunca havia ocorrido em nenhuma região do mundo. Estamos diante de um fato completamente novo para a comunidade científica internacional.
Assim que informado – inicialmente, pelo governo de Pernambuco; depois, por outros estados – sobre o aumento do número de bebês nascidos com microcefalia, o Ministério da Saúde uniu esforços de especialistas de várias áreas da medicina para conduzir as investigações. Esse trabalho, que começou no fim de outubro, culminou com o reconhecimento, em 28 de novembro, da relação do vírus zika com a microcefalia e óbitos de bebês.
É importante que toda a população compreenda que essa situação é completamente nova em termos de saúde pública mundial. Nunca houve um evento semelhante. A microcefalia já existia; o que é inédito é o aumento inusitado e inesperado do número de casos suspeitos. O país registrava menos de 200 casos por ano e, neste ano, contabilizamos 2.165 casos até o dia 12 de dezembro. Desse total, 134 casos foram confirmados.
É necessário que a população esteja engajada em adotar medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes
O empenho conjunto do governo federal, estados, municípios, pesquisadores, gestores, institutos científicos e outras instituições tem sido crucial para a rapidez com que o Ministério da Saúde tomou as primeiras providências. Decretamos, em 11 de novembro, situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, sinalizando a total prioridade com que este tema está sendo tratado pelo governo. Acionamos o Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes), que está atuando 24 horas por dia com uma equipe treinada para enfrentar situações como essa.
Também optamos por enviar equipes aos estados, rapidamente orientamos gestores e profissionais de saúde sobre a importância da notificação imediata dos casos, elaboramos protocolos sobre diagnóstico, vigilância e assistência, sempre trocando informações com órgãos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde e o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA.
E, o mais importante, estamos convocando uma grande mobilização para o combate ao mosquito Aedes aegypti. É por meio deste mosquito que o vírus zika é transmitido. Diferentes ministérios (19 ao todo) e outros órgãos do governo federal, junto com os estados e municípios, estão trabalhando para combater os criadouros do Aedes e conter novos casos de microcefalia. Militares do Exército, por exemplo, já se uniram aos agentes de saúde de endemia para combater os focos do mosquito. O Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, lançado pela presidenta Dilma Rousseff, une esforços como esse.
Nesse momento, é necessário que a população esteja engajada em adotar medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes e proteger-se da exposição desse agente, principalmente as gestantes. A campanha publicitária lançada pelo Ministério da Saúde busca reforçar esse empenho. Cabe destacar que o ministério tem garantindo investimentos crescentes na prevenção e vigilância em relação à doença, que somam R$ 1,25 bilhão neste ano (28,8% a mais que em 2011), além da compra de adulticidas e larvicidas.
Ainda existem muitas dúvidas sobre a associação do vírus zika com a microcefalia, mas o governo federal está tratando deste assunto com a máxima transparência, estudando todas as possibilidades. Semanalmente, o Ministério da Saúde divulga dados atualizados de microcefalia e investigação das causas. A situação exige toda a nossa capacidade de resposta e não pouparemos esforços.
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