Bom dia!
O fim de semana foi marcado pela captura de Cesare Battisti e pelo aumento da tensão na política venezuelana. Foragido havia quase um mês, Battisti – condenado na Itália à prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos na década de 1970 – foi encontrado pela Interpol no sábado (12) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.
O terrorista italiano teve a prisão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux em 12 de dezembro, e dois dias depois o então presidente Michel Temer (MDB) assinou sua extradição para a Itália, revertendo uma decisão tomada pelo então presidente Lula (PT) no apagar das luzes do seu segundo mandato, em 2010.
Inicialmente, o governo brasileiro havia confirmado que Battisti deveria passar pelo Brasil antes de ser extraditado para a Itália, mas o governo da Bolívia entregou-o diretamente às autoridades italianas. O voo que leva Battisti deve pousar em Roma no começo da tarde desta segunda (14). A questão por trás da decisão é a seguinte: se o translado fosse feito do Brasil, a Itália teria de respeitar uma decisão do STF de 2010, que permitia a extradição apenas se a pena imputada fosse de 30 anos de prisão. Com a mudança de cenário, a Justiça italiana poderá executar a pena de prisão perpétua decidida pelos magistrados do país na década de 1980.
André Borges Uliano, do Instituto Politeia, conta tudo que você precisa saber sobre o caso, desde os crimes cometidos por Battisti nos anos 1970 até os detalhes que caracterizam um processo de extradição. Em uma série de reportagens de 2011, a Gazeta do Povo conversou na Itália com familiares das vítimas do terrorista e constatou que a população e políticos de esquerda e de direita do país são unânimes em condenar as ações de Battisti.
Quem é o presidente da Venezuela?
Na Venezuela, a tensão só aumenta. O presidente do Legislativo, Juan Guaidó, que não reconhece a legitimidade do atual mandato de Nicolás Maduro, chegou a ser preso no domingo (13), mas foi solto horas depois.
Guaidó havia anunciado na sexta (11) que está disposto a assumir interinamente a presidência do país, se tiver o respaldo da população, das Forças Armadas e da comunidade internacional. Helen Mendes, da editoria de Mundo, esclarece a confusão causada por dois pronunciamentos diferentes da Assembleia Nacional naquele dia – um deles tinha chegado a afirmar que Guaidó já tinha assumido o Executivo venezuelano.
Mourão presidente
Pelo menos por alguns dias. No fim de janeiro, Hamilton Mourão (PRTB) assume interinamente pela primeira vez a presidência da República, com a viagem de Jair Bolsonaro (PSL) à Suíça. Olavo Soares, da editoria de República, analisa o que se pode esperar do general na cadeira da presidência.
A malinha
Tem coisas que a gente nunca esquece. Uma delas é a mala de Rodrigo da Rocha Loures, ex-assessor da presidência da República no governo Michel Temer (MDB). Na sexta (11), o Ministério Público Federal pediu a condenação de Rocha Loures pelo crime de corrupção passiva. No episódio, ocorrido em abril de 2017, o ex-assessor intermediou a transferência de R$ 500 mil dos delatores da JBS para o ex-presidente.
Cortes
Fernando Jasper, no seu blog, analisa como cortar os benefícios fiscais não vai ser uma tarefa nada fácil para o novo governo. Até agora, aliás, ceder às circunstâncias prevaleceu sobre cumprir o prometido. Ele escreve:
O ministro da Economia, Paulo Guedes, falava em reduzir os benefícios fiscais concedidos ao setor privado, hoje calculados em mais de R$ 300 bilhões por ano. Por ora, não conseguiu nem mesmo evitar a renovação de um incentivo que deveria ter acabado no fim de 2018.
Reinvenção
A esquerda brasileira se repensa a si mesma depois de mais de uma década no poder e dos episódios dos últimos anos, marcados pela prisão de Lula e pela ascensão de Bolsonaro. Olavo Soares, da editoria de República, conta como o PT está perdendo a sua hegemonia sobre a esquerda e como a oposição se organiza na Câmara dos Deputados para desvencilhar-se das ligações com o partido e isolá-lo.
Pacto
No editorial de domingo (13), a Gazeta do Povo lamenta a saída do Brasil do Pacto Global para a Migração, prometida e cumprida pelo ministro Ernesto Araújo. Confira um trechinho:
A justificativa dada pelo Brasil para deixar o acordo [...] foi o suposto ataque à soberania nacional, que ficaria enfraquecida diante das determinações do texto. O Pacto Global para a Migração, no entanto, não tem nenhum caráter impositivo – cada país dá a ele o status legal que desejar – e defende explicitamente o direito de cada nação a definir suas políticas migratórias.
A cidade mais feliz
Uma cidade como Kauniainen, na Finlândia, em que o sol é visto apenas das 9 às 15 horas em algumas épocas do ano, pode ser considerada a mais feliz do mundo? Os seus habitantes contam como é o dia a dia da cidade que se revelou em uma pesquisa como a mais feliz em seu país, considerado por sua vez o mais feliz do mundo.
Ô, planta
Vai viajar e não sabe quem vai cuidar das plantinhas? Na HAUS, Camila Machado reúne 5 dicas para manter as plantas saudáveis enquanto você estiver ausente. Ela escreve também sobre o projeto do condomínio Somos Todos Imigrantes, um empreendimento sustentável voltado a refugiados que está sendo desenvolvido em Potim, no interior de São Paulo.
De ferro
Quanto tempo você leva para percorrer dez quilômetros? A inglesa radicada na Austrália Heather Lee corre essa distância em menos de uma hora e meia. A parte especial disso tudo é que ela tem 92 anos de idade – e começou a carreira de atleta aos 85. A história dela é incrível.
Clássicos
No Bom Gourmet, Guilherme Grandi conta tudo sobre como fazer churrasco na forma mais típica de três países em que o prato é um clássico: o Brasil, a Argentina e os Estados Unidos.
Tenha uma ótima semana!