Bom dia!
Conflitos de interesses estão entre as relações problemáticas mais comuns em Brasília e começamos a terça-feira falando deles. É sob essa suspeita que Moreira Franco, ministro da Secretaria-Geral, tornou-se alvo de duas investigações na Comissão de Ética da presidência da República. O braço-direito de Temer é acusado de ter atuado em favor dos grupos Odebrecht e Bertin quando era vice-presidente da Caixa.
Fernando Jasper e Guilherme Storck mostram como os conflitos de interesses estão enraizados na vida pública brasileira. Levantamento da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional mostra que mais de 2 mil pessoas jurídicas e físicas inscritas na Dívida Ativa da União doaram a mais de 1,2 mil candidatos nas eleições de 2014.
Agora, cabe a muitos destes candidatos eleitos deputado federal ou senador formatar o novo Refis, que renegocia com condições muito favoráveis a dívida de empresas (entre as quais, alguns de seus doadores) com a União.
Intervenção militar
Um dos assuntos mais comentados neste início de semana é a hipótese de intervenção militar para sufocar a corrupção, levantada pelo general do Exército da ativa, Antonio Hamilton Martins Mourão. Foi na sexta-feira, em Brasília, mas a repercussão cresceu mesmo a partir de domingo.
A alternativa foi rechaçada pela cúpula das Forças Armadas brasileira. Raul Jungmann, ministro da Defesa, pediu ao comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que avalie medidas a serem tomadas contra Mourão.
O general, que é secretário de Economia e Finanças do Comando do Exército, recebeu apoio do deputado Jair Bolsonaro. A Evandro Éboli, o presidenciável disse que Mourão apenas exerceu apenas a liberdade de expressão de "um brasileiro indignado com a putrefação política".
Não é a primeira polêmica em que Mourão se envolve. Em 2015, ele foi removido do Comando Militar do Sul por fazer uma homenagem ao coronel Carlos Brilhante Ustra, responsável pelo DOI-CODI entre 1970 e 1974.
Fernando Martins passa o scanner sobre o episódio todo e responde cinco questões centrais sobre a possibilidade de uma intervenção militar no Brasil. Spoiler: é inconstitucional.
Dodge na pista
Raquel Dodge assumiu oficialmente a procuradoria-geral da República com um discurso de harmonia entre os Três Poderes e colocando o combate à corrupção no mesmo nível da defesa da dignidade humana.
Acabou indicando o que deve ser o caminho de sua gestão na PGR, bem menos política e espetaculosa do que a do antecessor, Rodrigo Janot. Dodge já mexeu em dois procuradores da equipe anterior, que atuavam na Lava Jato em Brasília.
Kelli Kadanus explica, contudo, que o poder de intervenção da nova PGR em componentes da Operação se restringe à capital federal. Ela não pode, por exemplo, mexer na força-tarefa de Curitiba, chefiada por Deltan Dallagnol e prorrogada até setembro de 2018.
Insaciável
Relatório da PF aponta: Eduardo Cunha teria recebido R$ 56,9 milhões em propina após o início da Operação Lava Jato, em março de 2014.
Retratos de um país
Lúcio Vaz está desbravando o Brasil profundo para mapear o país que o próximo presidente da República assumirá em 2019.
Em Goiás, encontrou mato alto em um trecho abandonado da Ferrovia Norte-Sul, obra iniciada no governo Sarney e encerrada sob Dilma, com investimento estimado de R$ 4,9 bilhões.
Em Minas Gerais, descobriu crianças indo para a escola em veículo de tração animal, devido a um corte significativo na verba federal para transporte escolar.
Não é uma boa ideia
Há uma onda protecionista crescendo pelo mundo e, à primeira vista, proteger os empregos da indústria nacional pode soar como uma boa ideia. Ricardo Amorim rompe este mito: "Não vai gerar empregos e ainda vai encarecer produtos para todos."
O caminho para crescer
No editorial da Gazeta do Povo, apontamos que a mais importante política social para tirar o Brasil da crise é o crescimento econômico. O grande obstáculo para essa política ser implementada com eficácia, contudo, é o setor público.
Em situação de deterioração econômica, política e moral como a que o Brasil vive atualmente, o setor público se transforma no maior obstáculo para o crescimento econômico e progresso material. Setor público que existe para promover o crescimento, incentivar a produção, prestar bons serviços e ajudar na melhoria da distribuição de renda.
Vai ter guerra?
Kim Jong-un - ou "Homem Foguete", como definiu jocosamente Donald Trump - devolveu ao mundo o temor de uma guerra de grandes proporções. Maurício Brum aponta o risco de isso acontecer e quais seriam as consequências.
Ao seguir seus testes com mísseis de longo alcance, a Coreia do Norte desrespeitou recomendações da ONU. Movimento que, de certa forma, dá razão ao discurso de Trump, para quem as Nações Unidas viraram um entidade burocrática e ineficiente, como comenta Rodrigo Constantino.
Ainda em seu blog, Constantino conta como a evolução do Ocidente é indissociável do Cristianismo.
Cabral fez escola
Investigação do Ministério Público do Paraná aponta que Maurício Fanini comprava artigos de luxo no exterior para lavar dinheiro desviado de obras em escolas públicas. Preso desde sábado, o ex-diretor da Secretaria de Educação seguia, em menores proporções, expediente adotado pelo ex-governador do Rio, Sergio Cabral, também preso por corrupção.
João Frey apurou que um segundo dono de construtora fechou delação dentro da Operação Quadro Negro. Além da Valor, há pelo menos cinco outras construtoras que também mantiveram contratos fraudulentos com o governo do Paraná.
Transporte gratuito
No Sínteses, a discussão é sobre passe livre para estudantes no transporte público.
Especialista em trânsito e mobilidade urbana, Glavio Leal Paura escreve que o passe livre torna incompatível a relação entre qualidade e gratuidade.
Ir a favor do passe livre é uma utopia e, mesmo que pensemos no longo prazo, é algo distante de nossa realidade como sociedade e de nossa economia.
Membro do Movimento Passe Livre, Luiz Felippe de Castro Henning escreve que a discussão sobre passe livre leva à inevitável conclusão de que o atual modelo de gestão do transporte é inviável.
O atual modelo de transporte privado se demonstrou insustentável, servindo a propósitos escusos de políticos e empresários do ramo, e pouco servindo a cidade e seu fim cidadão.
Próxima parada: Série B?
O Coritiba perdeu para o Palmeiras por 1 a 0, ontem, em São Paulo, e fechou a rodada em 18º lugar, na zona de rebaixamento do Brasileirão. São cinco jogos e nenhuma vitória no returno.
O inferno é aqui
Fernando Rudnick mostra como funciona a perda de peso de um lutador de MMA. Um processso doloroso, com grandes riscos à saúde.
Orgulhe-se
Para fechar, cinco histórias em áreas diferentes para ter orgulho da nossa terra e da nossa gente.
Economia O Grupo Positivo deve fechar 2017 com receita recorde de R$ 1 bilhão e já traçou o caminho para seguir crescendo: adquirir escolas e universidades.
Protagonismo político O grupo Jovens Profissionais do Desenvolvimento da Sociedade Global, de Curitiba, está recorrendo a debates, quiz e uma linguagem típica de internet para estimular a ação democrática entre jovens de 21 a 25 anos.
Produção rural A erva-mate de São Mateus do Sul, as uvas finas de Marialva e o mel de abelhas do Oeste do Paraná são os novos produtos do Paraná reconhecidos por indicação geográfica. A referência estimula não apenas o consumo das especialidades de cada região como também o turismo gastronômico.
Turismo Foz do Iguaçu já é o destino mais procurado do Paraná graças às Cataratas do Iguaçu. Agora, ganhará o maior bar de gelo do mundo - algo providencial para o calor permanente da cidade.
Arquitetura Luan Galani e Sharon Abdalla fazem uma expedição pela Rua Comendador Araújo. Ali, é possível visitar um pouco da história arquitetônica de Curitiba, dos casarões da erva-mate aos modernos prédios comerciais.
Moraes retira sigilo de inquérito que indiciou Bolsonaro e mais 36
Juristas dizem ao STF que mudança no Marco Civil da Internet deveria partir do Congresso
Idade mínima para militares é insuficiente e benefício integral tem de acabar, diz CLP
Processo contra van Hattem é “perseguição política”, diz Procuradoria da Câmara
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