Bom dia!
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou o último nome do seu ministério. A pasta do Meio Ambiente, que quase foi unida à da Agricultura, será de Ricardo Salles, advogado filiado ao Novo e ex-secretário do Meio Ambiente de Geraldo Alckmin em São Paulo.
Com isso, Bolsonaro fecha sua Esplanada dos Ministérios com 22 pastas, sete a mais que as 15 prometidas e sete a menos que o primeiro escalão atual de Michel Temer.
Mas a definição do último ministro não foi a única preocupação de Bolsonaro neste fim de semana. Ele também precisou falar, no sábado e no domingo, sobre as movimentações um tanto estranhas feitas por um assessor de um de seus filhos, o senador eleito Flávio Bolsonaro. Um depósito foi feito na conta da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Campo minado
Como se isso não bastasse, o presidente Michel Temer vai deixar pelo menos dez bombas para Bolsonaro desarmar, segundo relatório do Ministério do Planejamento. E tem de ser logo! Entre os abacaxis estão a reforma da Previdência (que tem de ser feita o quanto antes, lembra a economista Ana Carla Abrão em entrevista a Mario Vitor Rodrigues), a privatização da Eletrobras (que desde já conta com o apoio do líder do Novo na Câmara, Marcel van Hattem, também em entrevista a Renan Barbosa) e a continuação do subsídio para o diesel, que pode resultar em uma nova encrenca do governo com os caminhoneiros.
Para ou não para?
Os caminhoneiros, aliás, estão sem rumo desde quinta-feira. Naquele dia, o ministro Luiz Fux, do STF, mandou suspender a cobrança de multas e a aplicação de outras punições para quem desrespeitar a tabela do frete estabelecida pela ANTT, e que era uma das concessões feitas por Temer para encerrar a greve de maio. Os líderes da categoria dizem que não querem parar, mas sabe como é, se a base decidir, não tem como ir contra... Por enquanto, a decisão é de não parar, mas os caminhoneiros não descartam uma nova greve bem antes do Natal.
Nosso editorial de domingo, além de lembrar que o tabelamento do frete é inconstitucional, ainda acrescenta que, se os caminhoneiros resolverem parar de novo, não devem esperar o apoio maciço que tiveram em maio:
“A população, que havia dado seu apoio aos caminhoneiros naquela ocasião, às vezes por crer que ela seria o estopim de algo maior no país, percebeu que, no fundo, a greve de maio era puramente corporativista”
Vem mais impeachment por aí?
O episódio em que o ministro do STF Ricardo Lewandowski ameaçou de prisão um advogado que fez críticas ao Supremo levou o jurista Modesto Carvalhosa a pedir o impeachment de Lewandowski. Em entrevista a Mariana Balan, Carvalhosa explica os motivos que o levaram a protocolar o pedido.
O colunista Guilherme Fiuza também tem algumas verdades a dizer sobre “o selvagem do avião”. E, em editorial, a Gazeta já havia mostrado por que a atitude do ministro era tão grave.
Diplomacia altiva e ativa, de verdade
Nosso editorial desta segunda-feira trata da inserção internacional do Brasil no campo diplomático. Se por um lado a irritação dos conservadores brasileiros com o sistema multilateral, especialmente a ONU e suas agências, é compreensível, já que esses órgãos têm estado obcecados com enfiar a engenharia social goela abaixo das nações, por outro lado a maneira de resistir não é se isolando, e sim atuando com força para mudar o sistema por dentro:
“O principal objetivo do sistema multilateral, especialmente a ONU e as entidades que dela fazem parte, é o estímulo à cooperação mútua entre os países, o esforço para evitar conflitos e o combate sem tréguas à pobreza, não a imposição de um suposto “direito” ao aborto, nem a promoção da ideologia de gênero, nem outras plataformas comportamentais que violam a dignidade humana e a soberania nacional. O Brasil tem de ser uma das principais vozes a deixar isso muito claro, mas não terá nenhuma autoridade moral para fazê-lo se optar por ficar de fora”
É essa atuação que esperamos do novo chanceler, Ernesto Araújo, que publicou um artigo na Gazeta do Povo em 27 de novembro e que deu muito o que falar!
Foi ditadura, sim!
Esta semana marca os 50 anos do Ato Institucional n.º 5, que mergulhou de vez o Brasil no autoritarismo, fechando o Congresso Nacional e suspendendo todo tipo de garantias democráticas, como o habeas corpus. O professor de Direito Constitucional da USP José Afonso da Silva, que ouviu pelo rádio o anúncio do AI-5, resume:
“Fiquei tão horrorizado com aquilo, porque é o instrumento mais violento que o País já teve, de certo modo, mais violento do que a Constituição do Getúlio Vargas. Dava um poder tão grande para o presidente fazer o que queria. E eles fizeram o que queriam, usaram e abusaram do Ato largamente, praticando os mais absurdos atos de autoritarismo.”
Escola sem Partido
O advogado Miguel Nagib, que criou e coordena o movimento Escola sem Partido, publica artigo na Gazeta em que responde às objeções levantadas pelo nosso editorial do último dia 3. A discussão está centrada no “quarto dever do professor”, aquele que obriga a exposição das principais teses e opiniões referentes a “questões políticas, socioculturais e econômicas”. O “quarto dever” também foi tema de um artigo do medievalista Ricardo da Costa, professor da Ufes, publicado na semana passada.
Ressaca do Brasileirão
Escudo-surpresa. No sábado, o Conselho Deliberativo do Atlético Paranaense aprovou a nova identidade visual do time sem saber exatamente no que estava votando. Nem mesmo o novo escudo foi mostrado aos sócios. Tudo será revelado ao público na terça-feira, véspera da final da Copa Sul-Americana. Os tradicionalistas podem ficar aliviados em pelo menos um aspecto: o time continuará a ser rubro-negro.
Que venham os reforços! A Gazeta preparou uma lista com nove jogadores de times brasileiros que estão na mira de vários clubes para 2019. Tem atleticano e paranista na lista; quem você gostaria de ver no seu time? O Paraná já acertou uma contratação.
“Conquistadores da América”. Na final disputada entre dois times argentinos na capital da antiga metrópole, por causa da batalha campal que inviabilizou o jogo entre Boca Juniors e River Plate em Buenos Aires, o River levou a melhor, na prorrogação.
Volta ao mundo
Bem-vindos ao século 21. Na terça-feira, Cuba anunciou que seus cidadãos poderão ter acesso à internet pelo celular, usando a tecnologia 3G (enquanto o resto do mundo se prepara para o 5G). Mas, em alguns aspectos, a ditadura de Raul Castro e Miguel Diaz-Canel ainda pena para entrar no século 20, aquele que consolidou algumas liberdades básicas, como a de trabalho, de empreender e de fazer arte sem sofrer censura.
Macron contra-ataca. Bolas de bocha e tacos de beisebol foram apreendidos com coletes-amarelos que pretendiam causar mais um dia de fúria na França, no sábado, e certamente o objetivo dos manifestantes não era fazer esporte no intervalo entre um protesto e outro. Desta vez, a polícia estava melhor preparada e conseguiu impedir que o caos fosse tão intenso quanto o dos outros dias, prendendo mais de mil pessoas. No Podcast Ideias, Rodrigo Constantino, Gustavo Nogy e Guilherme Fiúza discutiram qual é, afinal, a dos coletes-amarelos.
A nova Merkel? A União Cristã-Democrata (CDU), partido de Angela Merkel, chanceler alemã, trocou de líder. Annegret Kramp-Karrenbauer venceu a eleição interna e será o nome do partido para as eleições de 2021. A CDU, no fim, quis mais do mesmo; Kramp-Karenbauer derrotou um membro do gabinete de Merkel e um milionário que pretendia levar o partido mais à direita, para conquistar eleitores perdidos para outros partidos.
Volta a outro mundo. Os Estados Unidos querem recuperar o tempo que perderam para a China, e os dois países devem entrar em uma nova corrida à Lua, como fizeram EUA e União Soviética cinco décadas atrás.
Paraná
O tamanho da facada. Enquanto a Justiça volta a ordenar a suspensão da cobrança do pedágio na praça de Jacarezinho, a Agepar se reúne nesta segunda-feira para decidir qual será o incide de reajuste nas demais praças do Anel de Integração. Melhor refazer o orçamento daquela viagem de fim de ano ou de férias...
Ó mar salgado, quanto do teu sal / é mar territorial. Só em 2019, e olhe lá, deve sair um desfecho para a controvérsia do mar territorial de Paraná e Santa Catarina. Os catarinenses querem no Supremo um pedaço do mar territorial paranaense, que tem poços de petróleo e gás. Mas o Paraná também pede uma mudança, desta vez no Congresso, para ficar com uma parte dos campos do pré-sal.
O futuro de Roberto Requião. A reeleição do senador era dada como certa até a véspera da eleição, mas o eleitor resolveu mandar Flávio Arns e Oriovisto Guimarães para Brasília. O que o emedebista fará quando terminar o mandato, no início do ano que vem? Há quem aposte que, mesmo sem mandato, ele continuará a ser um “grande eleitor” no Paraná.
Curitiba
Incêndio na CIC. Em Curitiba, o fim de semana foi marcado pelo incêndio que destruiu a Vila Corbélia, uma área de ocupação na CIC. Os moradores alegaram que o fogo começou ou se espalhou graças à ação de policiais militares, em represália à morte de um PM que foi vítima de emboscada na mesma área. A PM nega e diz que a culpa é do crime organizado. Enquanto não se descobre o culpado, é preciso fazer algo pelos cerca de 80 desabrigados. A prefeitura prometeu doar material, mas não é só o poder público que está tomando iniciativas para ajudar as vítimas do incêndio.
Bendita fiscalização! Quem pega o trecho de serra da BR-376 entre o Paraná e Santa Catarina tem motivos a mais para pedir mais investimento em ferrovias, tamanha a imprudência dos caminhoneiros, que, aliada a problemas mecânicos, especialmente nos freios, sempre causa acidentes fatais. Mas a Polícia Rodoviária Federal informou que, graças a ações de fiscalização das condições dos caminhões que circulam por ali, o número de mortes caiu entre 2014 e 2018.
Ho-ho-ho! Os shoppings de Curitiba terão horários especiais neste fim de ano. Se você ainda tem compras de Natal a fazer, ou se quer levar a criançada para curtir as atrações montadas em cada shopping, fique atento aos novos horários!
Uma ótima semana a todos!
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