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Confesso, é difícil começar o “Bom Dia” com um “bom dia” depois de um fim de semana como esse.

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Os últimos dias foram marcados pelo rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na grande Belo Horizonte. A lama atingiu casas na comunidade de Vila Ferteco e chegou ao rio Paraopeba, que deságua no São Francisco. Segundo a última contagem, os mortos já chegam a 58 e os desparecidos a 305. O número já supera a tragédia de Mariana, ocorrida três anos atrás também em Minas Gerais. 

O governador do estado, Romeu Zema (Novo), lamentou a chance baixa de se encontrar sobreviventes: “Vamos resgatar somente corpos”, disse na noite de sexta (25). Na manhã do sábado (26), porém, 46 pessoas já tinham sido resgatadas com vida. São, porém, as exceções. Carlos Franco, de 40 anos, ainda não teve notícias da mulher, Lenilda Cardoso: 

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Minha filha, de 4 anos, perguntou onde está a mãe. O que eu digo para ela? 

No decorrer do fim de semana, as multas sobre a Vale se acumularam, bem como os valores bloqueados pela Justiça para garantir a reparação dos danos ambientais e dos danos às pessoas atingidas. Até o fim de domingo (27), a empresa já tinha R$ 350 milhões em multa e R$ 11 bilhões bloqueados

Um funcionário de uma empresa que presta serviços à Vale testemunhou o momento do rompimento da barragem, por volta das 13h. Ele conta: 

Fui acordado por um grande estrondo, seguido de um barulho crescente. Quando saí, viu uma nuvem de poeira gigantesca e uma onda de lama. Era uma onda que vinha por cima da outra e um ronco das coisas sendo arrastadas. 

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) montou um gabinete para lidar com a crise de Brumadinho e deslocou os ministros do Desenvolvimento Regional, Minas e Energia e Meio Ambiente e o secretário nacional de Defesa Civil. Bolsonaro também sobrevoou a região no sábado (26). O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enviou ontem (27) ao Brasil uma missão de socorristas, médicos, engenheiros e especialistas em equipamentos de localização de vítimas.

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E se você recebeu alguma mensagem tratando o rompimento da barragem como um atentado terrorista perpetrado por estrangeiros, calma lá: a Polícia Rodoviária Federal já desmentiu o boato.

Disputa

Com o retorno das atividades do Congresso na sexta (1º), esquenta a disputa pela presidência das duas casas legislativas. O Senado tem o maior número de candidatos desde a redemocratização. Na Câmara dos Deputados, já são mais de 10 parlamentares na disputa. Kelli Kadanus, nossa repórter em Brasília, conta quem é quem na disputa no Senado e na Câmara.

Também da capital federal, Olavo Soares analisa o cenário da corrida no Senado e na Câmara – quem pode sair ganhando e quem sai perdendo em cada jogada. No Senado, Cid Gomes (PDT-CE), irmão de Ciro, articula um novo “Centrão” que tenha um discurso de “independência” em relação ao governo. O bloco pode ter até 12 partidos e 50 senadores. Na Câmara, Marcelo Freixo (PSOL-RJ) quer ser o candidato da oposição – ele concedeu uma entrevista exclusiva à Gazeta contando as estratégias do partido na disputa. 

No editorial desta segunda (28), a Gazeta comenta a sua preocupação com a possibilidade de Renan Calheiros (MDB-AL) voltar à presidência do Senado. “Alguém com tal perfil não tem lugar nem na presidência, nem na Mesa Diretora, nem no comando de comissão alguma do Senado”, diz o texto.

Mais uma vez

O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi preso em Curitiba na sexta (25), no âmbito da Operação Integração, um desdobramento da Lava Jato. Richa já havia sido preso em setembro – e os poucos dias de prisão lhe custaram a eleição ao Senado. O tucano teria sido beneficiário de pelo menos R$ 2,7 milhões em propina. Katia Brembatti conta tudo o que já se sabe das investigações e ainda traça o perfil do juiz Paulo Sergio Ribeiro, que decretou a prisão. Giulia Fontes, por sua vez, conta os motivos que levaram à prisão preventiva.

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Catarina Scortecci relata que o MPF criticou o local do encarceramento de Richa. Enquanto isso, a juíza Carolina Lebbos Moura, responsável pela execução da pena de Lula na carceragem da PF em Curitiba, endureceu as condições de visitas ao ex-presidente. As visitas religiosas, antes permitidas uma vez por semana, passam a se limitar a uma por mês, como para os demais presos da carceragem. Além disso, a juíza reenquadrou o ex-candidato à presidência Fernando Haddad (PT) no regime normal de visitação, cancelando seu direito especial como defensor jurídico de Lula que lhe permitia visitá-lo em qualquer dia útil.

Subidinha

O Brasil avançou três posições no Índice de Liberdade Econômica em relação ao ano passado – mas ainda desfruta um azedo 150º lugar. A Gazeta do Povo publica com exclusividade no Brasil o ranking produzido pela Heritage Foundation, que está em sua 25ª edição.

Heroína

Uma adolescente da região metropolitana de Curitiba teve 65% do corpo queimado ao salvar seu irmão de 4 anos das chamas que consumiram a casa da família. A repórter Angieli Maros conta a história de Jaqueline de Andrade, de 16 anos, que está internada sem previsão de alta.

Mudança no atlas

Depois de uma longa novela com pitadas de nacionalismo e chantagens, um país dos Bálcãs vai mudar de nome. A Macedônia passará a se chamar Macedônia do Norte, em referência à atual Macedônia “original”, uma região da Grécia.

Tenha um bom início de semana!

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