Bom dia!
O país ainda está digerindo o episódio do rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho, na sexta (25). Quatro dias após a tragédia, os números chegam a 65 mortos, 279 desaparecidos e 386 pessoas localizadas.
Não apenas a Vale como empresa pode responder pelo caso, nas esferas criminal, administrativa e cível, mas também seus executivos, que podem até mesmo ser acusados de homicídio. Para a empresa, o fator reincidência pode ser um agravante. É o que conta a reportagem de Mariana Balan.
A empresa já foi multada e sofreu o bloqueio de valores desde sexta-feira. Na segunda (28), a Justiça determinou ainda que a Vale tome medidas para resgatar os animais presos na lama, arcando com o seu tratamento. Além disso, o deputado federal eleito Gustavo Fruet (PDT-PR) já tem aval do seu partido para coletar assinaturas pleiteando a instalação de uma CPI das barragens, como conta João Frey.
Até mesmo nos Estados Unidos quatro escritórios de advocacia anunciaram que preparam ações contra a empresa devido às perdas causadas aos investidores. De fato, a Vale perdeu nada menos do que R$ 72 bilhões em valor de mercado após o rompimento da barragem. Por conta própria, a empresa anunciou ainda que doará imediatamente R$ 100 mil para cada família das vítimas fatais do desastre.
O gabinete de crise montado pelo governo federal cogita até mesmo afastar a diretoria da Vale durante as investigações sobre o episódio. Quem disse foi o presidente interino, Hamilton Mourão (PRTB) – Jair Bolsonaro (PSL) passou ontem pela aguardada cirurgia, que durou 7 horas.
Mas quais as chances de a Vale ser efetivamente punida pela tragédia? Tiago Cordeiro relembra 5 diferentes acidentes e tragédias ocorridos nos últimos 35 anos no Brasil e relata como foi o acompanhamento das vítimas e a punição dos responsáveis.
No editorial desta terça (29), a Gazeta do Povo defende que a impunidade e o descaso estão na raiz do fato de que tragédias como essa voltem a acontecer. “A atividade mineradora é atribuição da iniciativa privada, mas a fiscalização é uma obrigação do Estado. E os relatórios demonstram que o governo não deu importância a esse trabalho nem mesmo depois de Mariana”, diz o texto.
De fato, o Paraná, por exemplo, tem 4 funcionários para dar conta de fiscalizar as quase 400 barragens do estado, como conta a matéria de Cristina Sexiuk. E o relator da ONU sobre a implicação para os Direitos Humanos da Gestão Ambiental e Substâncias Tóxicas, Baskut Tuncak, revelou que fez várias tentativas de avaliar a situação das barragens brasileiras após a tragédia de Mariana, mas não recebeu resposta nem do governo Dilma Rousseff (PT), nem do governo Michel Temer (MDB), nem da equipe de transição de Bolsonaro.
Dilma, aliás, tem sido associada à tragédia devido a um decreto de 2015 que viralizou nas redes sociais. O texto afirma que um “desastre decorrente do rompimento ou colapso de barragens que ocasione movimento de massa, com danos a unidades residenciais” deve ser tratado como “desastre natural”. Isso, dizem os críticos, isentaria os responsáveis pela tragédia. Kelli Kadanus explica, no entanto, que o decreto deixa claro que essa equiparação valia apenas para um efeito: o saque do FGTS pelos afetados.
Por outro lado, Guido Orgis aponta que o problema pode não ser resolvido apenas com boa fiscalização: barragens como a de Brumadinho, na verdade, deveriam estar com os dias contados, por serem por si mesmas instáveis. A sua tecnologia já deveria ter sido superada – a barragem que rompeu foi construída nos anos 1970.
Imagem do dia
Ordem na casa
O Senado tem mais um nome na disputa para a presidência da Casa – e, ao que parece, pouco palatável aos parlamentares que se acostumaram às mordomias de nossa República. José Reguffe (sem partido-DF) vai propor o fim de uma série de benefícios dos senadores. Ele mesmo se recusa a receber verbas indenizatórias, salários extras, auxílio-moradia, carro oficial, gasolina, viagens internacionais, correios, aposentadoria especial e plano de saúde.
Ué?
O ex-coordenador do plano econômico apresentado por Ciro Gomes (PDT) durante sua campanha à presidência da República, Mauro Benevides Filho (PDT-CE), foi convidado pelo governo federal a apresentar uma proposta para a reforma da Previdência. De Brasília, Jéssica Sant’Ana conta o que esperar desse convite inusitado.
Novo jogo
O líder da oposição e presidente interino da Venezuela Juan Guaidó convocou a população para duas grandes manifestações, a primeira nesta quarta e a outra no sábado, que é a data limite sugerida pela União Europeia para que Nicolás Maduro convoque novas eleições.
As manifestações atuais acontecem em um contexto diferente do movimento que pediu a saída de Maduro em 2017. Dessa vez, a oposição tem apoio internacional e a situação econômica piorou. Para evitar um novo fracasso, a oposição mudou a sua estratégia para mobilizar os venezuelanos.
E para entender como a Venezuela chegou a tamanha crise econômica, humanitária e política, a Gazeta traz 5 gráficos que explicam o colapso da economia do petróleo, o aumento vertiginoso da inflação, a crise na saúde e a saída em massa dos venezuelanos do país em busca de uma vida melhor.
Tucano na gaiola
Preso desde sexta (25), o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi agora denunciado pelo Ministério Público. Ele, o irmão e outras 32 pessoas são acusados de crimes como corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro – saiba mais na matéria de Catarina Scortecci. Giulia Fontes, por sua vez, conta como é a rotina do tucano no Regimento de Polícia Montada, onde está preso em Curitiba. A defesa ainda estuda uma estratégia para tirá-lo de lá.
Comida e dieta
Andrea Torrente, do Bom Gourmet, explica a diferença entre osteria, trattoria ou ristorante, os tradicionais estabelecimentos italianos. Nós explicamos para você!”
E, Roberta Braga, do Viver Bem, convida para conferir as 6 dietas mais fáceis de seguir em 2019. Em comum, as dietas que ocupam as primeiras posições do ranking têm o fato de priorizarem vegetais e produtos naturais.
Tenha uma ótima terça-feira!