Bom dia!
É preciso ganhar a eleição e depois governar um país para todos os brasileiros. Foi essa a tônica de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que disputarão o segundo turno da eleição presidencial no dia próximo dia 28, ao falarem ao vivo para o Jornal Nacional na noite de ontem (8). Os entrevistadores quiseram reforçar a credencial democrática dos candidatos, que aproveitaram para acenar ao centro político. Haddad abandonou a proposta de convocar uma assembleia constituinte e deu um chega pra lá em José Dirceu. Já Bolsonaro desautorizou seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB), sobre a “comissão de notáveis” para escrever uma nova constituição e a possibilidade de um “autogolpe”.
A propósito, o editorial da Gazeta do Povo, que foi ar antes das entrevistas, reconhece que abandonar a ideia estapafúrdia de constituinte seria positivo para o PT, mas argumenta que o partido e seu candidato precisam de bem mais que isso:
Ao falar da intenção de costurar alianças com outros candidatos, Haddad afirmou que estaria aberto a ‘ajustar parâmetros do programa’ para acomodar demandas. Mas, sem renunciar completamente à ambição de reduzir os poderes e instituições a extensões do partido, sem abrir mão de controlar a imprensa nem de atacar a legislação de combate à corrupção, sem admitir que Lula não passa de um chefe de organização criminosa, sem deixar de afrontar as instituições democráticas dia e noite, sem renunciar ao apoio às ditaduras venezuelana, cubana e nicaraguense, Haddad não é digno nem do apoio daqueles candidatos realmente democratas, nem do voto dos brasileiros comprometidos com a manutenção da democracia no país.
Em tempo: pela manhã, depois de visitar o ex-presidente Lula na cadeira pela 16ª vez, Haddad já tinha evitado falar sobre Lula. Resta saber se vai colar.
Novidades
O eleitorado brasileiro parece sair da eleição de 2018 mais consciente de que escolher o Congresso é tão importante quanto o presidente da República. Se olharmos só para os nomes dos eleitos, a renovação do Congresso bateu recorde: a maioria dos estados renovou mais da metade das bancadas na Câmara.
Confira aqui como ficaram todas as bancadas dos 30 partidos eleitos na Câmara dos Deputados. É isso mesmo, você não leu errado: serão 30 partidos, numa fragmentação também recorde. Liderando as bancadas, estão PT, com 56 deputados federais, e o PSL de Jair Bolsonaro, que elegeu 52. Em 2014, tinha feito apenas 1 nas urnas e, atualmente, depois da janela partidária, tem 8. A Gazeta do Povo preparou também uma ferramenta para você saber quantos deputados, entre federais e estaduais, cada partido elegeu. Dá para filtrar por estado.
Mas, a partir do ano que vem, começa a valer a cláusula de barreira mitigada, que vai ficando mais rígida até 2030. Os partidos que não atenderem aos critérios ficam sem acesso ao fundo partidário e ao tempo de televisão e rádio. Além disso, a partir das eleições de 2020, ficam vedadas as coligações. A tendência é que os partidos maiores se fortaleçam e a fragmentação se reduza. Já no Senado, para o qual as eleições são majoritárias, são 24 novos nomes neste ano.
#ElesNão
Diversos políticos tradicionais não conseguiram se reeleger ou voltar ao poder, mas alguns passaram ilesos (ou quase) pela onda de renovação. Aliás, os movimentos de renovação da política, como Livres!, MBL, Acredito e RenovaBR, surgidos nos últimos anos, elegeram ao menos 28 nomes neste domingo. A conta é de Carolina Werneck e Giorgio Dal Molin.
A direita chegou
Márcio Coimbra, colunista da Gazeta do Povo, escreve sobre a transição de regime que estamos vivendo, em que a Nova República vai desaparecendo para dar lugar a outra coisa:
A ascensão desta nova direita, que aos poucos ainda vai se encontrar e amadurecer no Parlamento, é na verdade o início de um novo ciclo político que começa nesta transição. Estamos diante de uma mudança profunda provocada pelo eleitor que irá abrir um reordenamento de forças no Parlamento e por consequência na política nacional. A chegada da direita com número e força desloca atores e realinha o processo político.
Reduto
E, nos governos estaduais, sem o Acre e Minas Gerais, o PT ficou confinado apenas ao Nordeste, única região em que Haddad levou a melhor sobre Bolsonaro. Mas o capitão da reserva teve o melhor desempenho de um desafiante do PT na região desde 2006. Kelli Kadanus faz um giro pelas eleições estaduais: quem foi eleito no primeiro turno e quem vai para o segundo.
Erro
Em 2016, 68% dos brasileiros queriam a queda de Dilma Rousseff (PT). Na semana passada, 59% dos brasileiros queriam ver Lula preso. Ambas as informações são do Datafolha e é partir delas que o colunista Pedro Menezes constata:
A esquerda brasileira passou os últimos dois anos xingando cerca de 60% dos eleitores. Eis o custo de embarcar na mitologia do ‘golpe’ ou nos gritos contra a Lava Jato, pela liberdade de ‘Sua Lulidade’ [...] O tiro no pé derivou principalmente de um erro crasso na análise do impeachment –muitos intelectuais foram incapazes de distinguir uma análise de verdade da mentira que servia aos interesses do ‘Departamento de Narrativas Estruturadas do PT’.
Diálogo
As eleições ainda não acabaram, mas o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, quer um “pacto republicano” que garanta governabilidade ao próximo presidente.
Saúde
As eleições passam, mas a gente fica. Isadora Rupp (Viver Bem) recomenda: “Já é outubro e você não começou aquela resolução de 2018, de comer melhor e sair do sedentarismo? Ainda há tempo: algumas ações podem ajudar você a fazer o ‘Projeto Verão’ durar a vida toda.”
Gostinho
Eu gosto. Andrea Torrente (Bom Gourmet) indica: “Aquele toque queimadinho intensifica o sabor da comida, mas passar do ponto é muito fácil. Veja 5 dicas para não queimar os alimentos e dar mais sabor aos seus pratos!”
As melhores
É de encher os olhos. Luan Galani (Haus) sugere: “Confira as 20 melhores fotografias de arquitetura do mundo em 2018, segundo o Architectural Photography Awards.”
Volta ao mundo em 1 minuto
Haverá paz na península coreana? Vandré Kramer (Mundo) escreve:
Morte. Liberdade de expressão é um dos pressupostos da democracia. E, nos últimos dias, dois jornalistas foram mortos. No primeiro caso, o jornalista Jamal Khashoggi, crítico da monarquia saudita e colaborador do The Washington Post, supostamente foi morto no consulado do país em Istambul (Turquia). Ele entrou para pedir um documento e não saiu do local. O crime pode azedar as relações com os Estados Unidos, um tradicional aliado. No outro, uma apresentadora de televisão foi morta no norte da Bulgária. É o terceiro caso, em 12 meses, de morte de jornalistas na União Europeia.
Cúpula. Uma cúpula entre o presidente americano, Donald Trump, e o ditador norte-coreano, Kim Jong-Un, está mais próxima de acontecer. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, se encontrou com o ditador, depois de uma visita frustrada em julho e um encontro cancelado em agosto. O cenário mudou depois do encontro dos líderes das duas Coreias, no final do mês passado, que deu um novo impulso ao processo de paz.
Sumiço. A China deu pistas sobre o desaparecimento do presidente da Interpol, Meng Hongwei, que foi forçado a renunciar ao cargo. Ele foi preso ao desembarcar em Pequim, no dia 28, e estaria sendo investigado por corrupção e por transgressões políticas.
Suicídio ou homicídio? Um vereador oposicionista, que tinha sido preso pela polícia política do ditador venezuelano Nicolás Maduro na sexta, foi encontrado morto na sede do órgão. O governo deu duas versões desencontradas: na primeira, ele teria pulado do 10° andar do prédio. Na segunda, ele teria se matado enquanto aguardava ser levado a um tribunal. Um dirigente oposicionista afirmou que o vereador já estava morto quando seu corpo foi jogado.
Imagem do dia:
Paraná
Aqui no estado, já estão todos eleitos. Sandro Gabardo (Política Paraná) escreve:
“Legislativo. Você sabe como ficou a Assembleia Legislativa do Paraná? São 20 partidos com cadeiras conquistadas nas urnas no último domingo, com a maior bancada sendo composta pela turma do PSL, que ganhou popularidade no embalo de Jair Bolsonaro. O repórter Euclides Lucas Garcia é quem nos apresenta o cenário 2019 da Alep. Confira também o Podcast Pequeno Expediente número 47, que debate justamente o novo cenário político do estado.”
Quem vai. Só metade dos deputados federais do Paraná conseguiu a reeleição. Isso significa que a outra metade da bancada paranaense na Câmara Federal será composta por novos nomes. Tudo bem, não são tão novos assim. Alguns são parlamentares que estão voltando a atuar na Casa; outros são ‘novatos’ no cargo, mas com alguma bagagem política nas costas. Quem mostra essa renovação é a repórter Catarina Scortecci. Ela também mostra que tem político paranaense com mandato desde a década de 90 que vai deixar a capital federal. Alguns campeões de popularidade em 2014 também falharam na tentativa de permanecer na Câmara Federal.
Já acabou. Ratinho Junior teve uma vitória estrondosa na disputa pelo governo do Paraná. O candidato do PSD terminou na frente em 95,7% das cidades do estado. Teve a preferência em 382 municípios. Enquanto ele sobrou na votação, teve candidato que lamentou a falta de sorte. Um deles foi o ex-governador Beto Richa, que tentava um espaço no Senado. Ele deu em entrevista coletiva a versão dele para a derrapada eleitoral.”
Futebol. O Paraná levou de 4 a 0 para o Fluminense e segue há 14 jogos sem vencer. Confira como fica a série A do Brasileirão.
Curitiba
Na capital, uma novidade nos parques. Confira a seleção dos nossos editores:
Aumento. Sandro Gabardo (Política Paraná) recomenda: “O prefeito Rafael Greca anunciou um aumento para os servidores municipais. Em 2017, o reajuste anual havia sido congelado em um plano de ajuste fiscal.”
Tem, sim, senhor! Fernanda Leitóles (Curitiba) sugere: “Praças e parques de Curitiba poderão receber circos itinerantes. Mas eles terão de oferecer contrapartidas para a cidade. O primeiro deles deve se instalar no local em que funcionava o antigo Parque Alvorada.”
Portentoso. Luan Galani (Haus) recomenda: “Quem passa pelo Água Verde não tem como não reparar no Uirapuru, edifício dos anos 1970 que reina laranja e solitário na paisagem do bairro. Conheça a história e a arquitetura do prédio gigante!”
Não perca o prazo. Isadora Rupp (Viver Bem) recomenda: “Essa é a última semana para inscrever o seu pet no concurso Cachorro do Ano – ação da Gazeta do Povo que vai eleger o cão mais fofo de Curitiba e região. Tem mais de um cachorro? Sem problemas! Cada tutor pode concorrer com até três pets.”
Um ótimo dia a todos!
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