Para começar esse resumo de notícias. Após quase 90 mil pessoas em 133 das cidades mais populosas do Brasil serem testadas para verificar a presença de anticorpos contra o coronavírus, entre maio e junho, enfim temos os resultados. E uma surpresa para quem achava que a maioria dos contaminados eram assintomáticos: apenas 9% dos infectados pela Covid-19.
Mas vamos com calma. Divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (2), o estudo realizado em parceria com a Universidade Federal de Pelotas e a Ibope Inteligência frisa que nem todos os 91% dos não assintomáticos precisaram de atendimento hospitalar. Há, portanto, um grande número de casos de sintomáticos leves.
O que se pensava até então. A crença era de que até 85% de infectados pela Covid-19 eram assintomáticos. Confira na reportagem de Adriano Justino o que o maior estudo epidemiológico do mundo sobre coronavírus – realizado no Brasil – tem a ensinar sobre sintomas frequentes, letalidade, crianças contaminadas e transmissão em famílias e subnotificação.
Utilidade pública: além dos assintomáticos, os remédios
Transmissão. Antes que você fique na dúvida se pacientes assintomáticos transmitem coronavírus: a resposta é que o risco existe. Há, sim, estudos que alertam sobre a possibilidade de transmissão por assintomáticos, mas isso parece não ser tão frequente; entenda na reportagem de Amanda Milléo.
Remédios ineficazes. Mais uma vez a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou resultados negativos sobre a cloroquina para tratamento da Covid-19. Outra expectativa [quase] frustrada é quanto ao remdesivir: há pesquisas conflitantes, diz a OMS. Um relatório preliminar do New England Journal of Medicine (NEJM) mostrou que o tempo de recuperação em hospitalizados foi menor. De acordo com a OMS, os testes seguirão para ambos os medicamentos. Veja a avaliação da Sociedade Brasileira de Infectologia sobre medicações e tratamentos.
1,5 milhão. Esse é o número de contaminados por coronavírus no Brasil. Segundo o último boletim do Ministério da Saúde, foram 48.105 diagnósticos e 1.252 óbitos por Covid-19 entre quarta e quinta-feira (2). O avanço ao Sul é evidente. O Paraná registrou mais um recorde de casos e mortes. Após o estado determinar “quarentena rigorosa”, no primeiro dia do decreto não houve aumento do isolamento social; leia na reportagem de Roger Pereira. Uma das medidas é o fechamento de mercados aos domingos, o que pode gerar efeito reverso; entenda.
Podcast 15 Minutos
Política e economia
Quem vai ficar com o MEC? Com três ministros da Educação em 18 meses, o governo Bolsonaro tem uma lista de candidatos ao posto. A alta rotatividade não é exclusividade da gestão atual, mas traz danos inclusive a programas de aprendizagem básica; leia a visão de especialistas na matéria de Isabelle Barone, correspondente em Brasília. Mesmo sem ministro, o MEC divulgou um protocolo sanitário para volta às aulas em universidades e analisa fornecer internet a universitários de baixa renda.
Todos contra Moro. Ex-juiz federal e ex-ministro, Sergio Moro está na mira de diversos grupos, de integrantes da Procuradoria-Geral da República a advogados de políticos. De Brasília, Kelli Kadanus apresenta o “cerco por todos os lados” contra Moro. Já o procurador-chefe da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallangol, será julgado pelo Conselho Nacional do Ministério Público, presidido pelo PGR, Augusto Aras, por conta do caso do “powerpoint de Lula”. Por falar em Lava Jato, o TR4 manteve Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, em prisão domiciliar.
Meio ambiente pró-Mercosul. Em videoconferência do Mercosul, o presidente Jair Bolsonaro apresentou uma meta: melhorar imagem ambiental do Brasil. Faz sentido. O país enfrenta o maior número de focos de queimadas em 13 anos na Amazônia e a política ambiental vem sendo utilizada por líderes da União Europeia como motivo para emperrar o acordo entre os blocos; confira na reportagem de Andrea Torrente. De Brasília, Lúcio Vaz mostra outro problema ambiental: infratores têm ignorado audiências de negociação de multas.
Giro pelo mundo. Diferente do Brasil – que adiou as eleições municipais –, a Bolívia planeja manter as eleições presidenciais em setembro, mesmo com a pandemia. Na Venezuela, o ditador Nicolás Maduro perdeu o direito a movimentar ouro venezuelano depositado no Banco da Inglaterra. Já os Estados Unidos surpreenderam com recuperação de 4,8 milhões de empregos em junho; leia na reportagem de Isabella Mayer. Também nos EUA, a cidade de Nova York cortou US$ 1 bilhão da polícia.
O mais importante do momento no Brasil
- Bolsonaro vai sobrevoar estado. Santa Catarina decreta calamidade pública por danos causados pelo ciclone bomba
- Lixão e linha de ônibus. Senado dá aval para Curitiba contratar dois empréstimos internacionais
- Caso "rachadinha". Mulher de Queiroz enxergava família como “marionete” de Wassef, revelam mensagens
- Julgamento no TSE. Fachin propõe “abuso de poder religioso” como causa para cassação de políticos
Colunas e artigos
Debates pandêmicos. O comércio abre e fecha. Mas o que pode e o que não pode? Vale a pena conferir a opinião do editor Ricardo Sabbag sobre decretos governamentais: é proibido, mas se quiser, pode. Já as estradas não param. Presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná, Coronel Sérgio Malucelli mostra uma luz das rodovias para salvar empresas e empregos. E Madeleine Lacsko “desenha”: Você não percebeu, mas garantiram os privilégios da casta na pandemia.
Leituras para o fim de semana. Saudades do futebol na TV? Dizem que haverá transmissões dos próprios clubes. O Flamengo seria o pioneiro. Será mesmo? Editor de Esportes da Gazeta do Povo, André Pugliesi lembra que a dupla Atletiba já fez transmissão online há três anos. Em uma nova crônica para você degustar, Paulo Polzonoff passou raiva em uma tentativa sincera de compreender como pensam os governantes. O colunista Fernando Schüler vai além e mostra que a saturação política invade até espaços de consumo.
Minuto coronavírus
Nossa visão
Em busca de um mapa. O recrudescimento da Covid-19 em vários estados tem despertado preocupação. Por algumas semanas, muitos acreditavam que o pior já havia passado, dada as ordens de reabertura em vários locais. Depois de quase três meses de sacrifícios, as notícias ruins voltaram. Tema para o novo editorial da Gazeta do Povo: Coronavírus, em busca de um mapa para sair da crise.
Em muitos estados e cidades, mesmo quando há testes disponíveis, a testagem não é realizada de maneira rápida e eficiente, por problemas de logística, falta de pessoal ou simples incompetência. Tampouco parece haver disposição de debater o problema da favela e das áreas mais pobres, que possuem dificuldades específicas para viabilizar o distanciamento social, dado a concentração de problemas econômicos, sociais e habitacionais.
Para inspirar
Na crise não vem a oportunidade. Na crise o que vem é o aprendizado e a visão empreendedora, e é desses elementos que podemos aproveitar as oportunidades. Nesse sentido, que tal ensinar seus filhos a aproveitarem o momento? Confira a dica do colunista João Kepler: Ensine o que nunca te ensinaram em vez de dar o que nunca teve.
Tenha um bom fim de semana!