Bolsonaro recua de ataques ao Judiciário. Câmara aprova novo Código Eleitoral. Caminhoneiros mantêm bloqueios

Para começar este resumo de notícias. Após a repercussão negativa dos discursos de 7 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro enfim acenou com uma trégua nas rusgas com o Judiciário. Na tarde de quinta-feira (9), Bolsonaro divulgou uma declaração à nação em que recuou das declarações que fez contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e disse não ter tido a “intenção de agredir” os poderes. O presidente chegou inclusive a conversar por telefone com Moraes, por intermédio do ex-presidente Michel Temer. À noite, em sua live semanal, Bolsonaro reafirmou o tom pacificador e afirmou estar “pronto para conversar” com os outros poderes.

“Farsante”. Horas antes da declaração de Bolsonaro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Roberto Barroso, fez um discurso duro, no qual chamou o chefe do Executivo de “farsante” e acusou-o de agir com “covardia”.

Reações. A mudança de postura por parte de Bolsonaro causou diferentes reações no meio político. Enquanto a oposição viu sinais de medo, governistas apontaram “bom senso”. Rodolfo Costa explica os motivos do recuo e seus possíveis impactos.

Utilidade pública

Inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou em agosto a maior alta para o mês desde 2000. Segundo o IBGE, o indicador subiu 0,87%. Isso fez com que a inflação acumulada em 12 meses ficasse 9,68%, a maior marca desde fevereiro de 2016.

Ocupação de UTIs. O último boletim da Fundação Oswaldo Cruz aponta uma queda significativa na taxa de ocupação de leitos adultos de UTI destinados ao tratamento da Covid-19. Mais de 90% dos estados e 85% das capitais têm taxas menores que 60%. Confira os outros números.

Atualização. O Brasil registrou mais 753 mortes por Covid-19 e 30.831 novos casos da doença, segundo dados do Ministério da Saúde. Ao todo, o Brasil já contabiliza 20.958.899 diagnósticos positivos e 585.174 óbitos. Quanto à vacinação, foram imunizados 135.527.620 com a primeira dose e 68.402.645 com a segunda.

Política e economia

Código Eleitoral. A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto que cria o Código de Processo Eleitoral. A proposta estabelece uma série de mudanças para as eleições, inclusive dispositivos que enfraquecem a fiscalização e punição de candidatos e partidos. Entenda o que pode mudar e veja como votaram os deputados.

Caminhoneiros parados. Um grupo de caminhoneiros se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro para discutir as reivindicações para desbloquear as estradas. Entre as exigências estão a absolvição de presos políticos, a tramitação do impeachment de ministros do STF e o voto impresso. Saiba o que governo pretende fazer para encerrar a paralisação.

Giro pelo mundo. A Coreia do Norte comemorou os 73 anos da sua fundação com um desfile militar mais discreto, sem a exibição de tanques ou mísseis balísticos. O governo do Uruguai disse que pretende incluir todos os países do Mercosul em um Tratado de Livre Comércio com a China. Um ex-general venezuelano, procurado desde 2019, foi detido na Espanha.

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Saúde mental. Medo do retorno ao trabalho presencial tem nome: FORTO

Colunas e artigos

Estado laico. Em que sentido o Estado brasileiro é laico? Os escritores Thiago Rafael Vieira e Jean Marques Regina buscam responder essa pergunta em um livro recém-lançado. O colunista Francisco Razzo conversou com eles. A série “Em Nome de Deus”, que retrata a trajetória do médium João de Deus, é o tema do podcast Quarentena Cult.

Nossa visão  

Paralisação nas estradas. Apesar dos pedidos do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, caminhoneiros continuam protestando em vários estados. Vários líderes do movimento prometem manter a ação, que por enquanto tem como mote as mesmas plataformas defendidas pelo presidente, como a defesa da liberdade de expressão e o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. Tema para o nosso editorial: A paralisação dos caminhoneiros e a falta de cultura democrática.

A paralisação, independentemente de quem a tenha convocado ou apoiado, é uma triste repetição de algo que se tornou padrão na vida nacional: a ausência da tão necessária cultura democrática – se ela estivesse presente, seria evidente que a força e a violação de direitos alheios jamais é instrumento legítimo para qualquer reivindicação, por mais nobre ou justa que ela possa parecer.

Para inspirar

Alimentos de indulgência. Ao longo do ano passado, o Brasil viu crescer o consumo dos alimentos de indulgência – aqueles que geram uma sensação de conforto, recompensa e alívio. Isso refletiu diretamente no crescimento do comércio online desses produtos, como mostra Guilherme Grandi, do Bom Gourmet. Tenha um ótimo dia e aproveite o fim de semana!