Bom dia!
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) não pode ser acusado de estelionato eleitoral: isolou lideranças partidárias e compôs um Ministério técnico, de tonalidade ideológica à direita, e com indicações políticas de bancadas temáticas do Congresso. Mas o Império contra-ataca: vários partidos, inspirados em Eduardo Cunha (MDB), negociam a criação de um “blocão” na Câmara para isolar o PSL e o PT, donos das maiores bancadas em 2019.
Bolsonaro não é bobo. Ele se reúne nesta semana com deputados de quatro partidos para avançar nas negociações por governabilidade. E, na verdade, explica Débora Álvares, algumas das últimas indicações para o primeiro escalão já são reflexo da nova estratégia do governo. Aliás, faltam mesmo os nomes apenas para dois ministérios: Meio Ambiente e Direitos Humanos. O futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmou que a pasta do Trabalho vai desaparecer, e suas atuais atribuições vão ser distribuídas entre Economia, Justiça e Cidadania.
A propósito, quem explica bem essa dinâmica toda é Sérgio Abranches, o cientista político que criou o famoso termo “presidencialismo de coalizão”. Em entrevista à Gazeta do Povo, Abranches avalia os resultados das urnas em 2018 e as possibilidades de Bolsonaro. Vale a pena separar um tempo para ler.
Desafios
Negociações, se éticas e legais, são positivas na política democrática e especialmente necessárias diante dos desafios do Brasil, a começar pela Reforma da Previdência. Uma minuta que está na mesa da equipe de transição, por exemplo, propõe desconto de até 22% do salário para equilibrar regimes de previdência do setor público. Aliás, em entrevista dada a uma rádio colombiana, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) voltou aventar a hipótese de o governo eleito não conseguir aprovar a reforma – e ainda cravou: o pai poderia privatizar mesmo as “estatais estratégicas” lançando mão da “golden share”, a ação preferencial que dá ao governo poder de veto sobre decisões da empresa privatizada.
Mais alguns
E essas reformas são só o primeiro desafio diante do país. Vandré Kramer explica como tarifas cobradas por portos e aeroportos, elevadas taxas cobradas por órgãos de fiscalização, o elevado custo do transporte até os portos, burocracia e tributos confusos, e a baixa eficiência na superação de entraves internos atrapalham o desempenho das exportações brasileiras. Alô, Paulo Guedes!
E outros mais...
Transatlântico de mais de R$ 100 bilhões de orçamento e com 41 mil empregados diretos, o Ministério da Educação viu continuidade entre FHC e os governos petistas. Tiago Cordeiro discute as condições que o futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, terá de mudar os rumos da educação do país.
Soluções à vista
O editorial de hoje (4) da Gazeta do Povo trata dos desafios econômicos do Brasil e, especificamente, do que o país pode aprender com a Grécia:
Assim como na Grécia, por aqui a deterioração da situação econômica não ocorreu de repente nem foi obra do acaso, mas um longo processo de má gestão econômica e maus governos. Aprender com a história da Grécia e suas crises será útil para entender o problema brasileiro e enfrentá-lo com seriedade e urgência.
Urgência
Na segurança pública, é compreensível o pedido que o futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, fez à Câmara para que aprove o projeto de lei que prevê o congelamento de dinheiro de pessoas e organizações consideradas terroristas pela Organização das Nações Unidas (ONU): Kelli Kadanus explica quais as consequências de o país não cumprir com as recomendações dos órgãos internacionais. Na Espanha, Moro falou o que muita gente já sabia: aceitou a cadeira de ministro porque poderia dar um passo além no combate à corrupção e ao crime organizado, abrindo possibilidades que não teria como juiz de primeira instância.
Atenção
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga hoje (mais) um pedido de liberdade do ex-presidente Lula da Silva. Agora que Toffoli não está mais lá, as chances de Lula diminuíram bastante.
Manda no zap
Você deve ter recebido uma corrente no WhatsApp falando do “Triplo A”, certo? Luiz Kozak explica o que é o Corredor Andes-Amazônia-Atlântico, proposto por uma ONG estrangeira, e por que muitos o consideram uma ameaça à soberania nacional.
Não tem fundo mesmo
Não é só o Ministério Público que quer dar migué no fim do auxílio-moradia. Associações de juízes estão discutindo estratégias para compensar o fim do privilégio. Uma dessas opções, escreve Lúcio Vaz, é a indenização de valorização do tempo de serviço, uma proposta que retoma a gratificação por tempo de serviço, extinta em 2006, e ainda com a vantagem de escapar do abate-teto.
Destrava?
Falando nos juízes, deve recair mais uma vez sobre STF as pressões pela criação de quatro novos Tribunais Regionais Federais (TRFs) – Curitiba, Belo Horizonte, Salvador e Manaus –, suspensa desde 2013 por liminar do então ministro Joaquim Barbosa. A reivindicação é forte, mas as contas públicas, deficitárias.
Futebol
Todo mundo ansioso para a final da Copa Sul-Americana. O Atlético-PR já chegou a Barranquilla para o jogo de hoje à noite. Nossos enviados especiais prepararam uma série de conteúdos especiais para você segurar as pontas até a hora da partida.
The one and only
Aproveite a chance. Gilson Garrett Jr. (Guia) recomenda: “Paul McCartney confirmou nesta segunda-feira dois shows no Brasil em 2019. O ex-beatle volta ao país para promover o álbum ‘Egypt Station’ em duas datas: no Allianz Parque (São Paulo), em 26 de março, e no estádio Couto Pereira (Curitiba), em 30 de março. Veja quanto custa!”
Incrível
Haverá renas também? Isadora Rupp (Viver Bem) recomenda: “Neve em pleno Nordeste? Fortaleza tem: a cidade quer se tornar um destino turístico conhecido também pelo seu Natal. E o investimento para tal foi alto: R$ 2,5 milhões para transformar as noites que antecedem o 25 de dezembro em um chamariz de turistas. A repórter Carolina Werneck foi conferir as atrações”.
Dica
Não faça feio. Sharon Abdalla (Haus) recomenda: “O Natal está batendo à porta e Haus preparou um passo a passo de um arranjo de mesa para decorar e até presentear. É fácil e pode ser feito com enfeites que você tem em casa.”
Volta ao mundo em 1 minuto
A França vai virar o Brasil? Helen Mendes (Mundo) escreve:
Natal magro. O ditador venezuelano Nicolás Maduro aumentou o salário mínimo pela sexta vez no ano. Ele anunciou também um bônus para os trabalhadores e a distribuição de carne de pernil para a ceia de Natal. Parece um sonho, mas não é. É a ditadura tentando compensar a hiperinflação que assombra a Venezuela e faz despencar o poder aquisitivo da população.
Virada para a esquerda. Depois de décadas, um esquerdista assumiu a presidência do México. Andrés Manuel López Obrador disse em seu discurso de posse que quer construir mais refinarias de petróleo estatais e incentivar os mexicanos a produzir no México o que consumir. A equipe da Gazeta explica o que podemos esperar de seu governo.
Meio Ambiente. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-24) começou no domingo em Katowice, Polônia, com a missão de criar um plano de ação para implementar o Acordo de Paris. Cerca de 30 mil representantes de 197 países estão reunidos para articular a ação global contra mudanças climáticas.
História familiar? Uma onda de protestos tem agitado a França nas últimas semanas. A “rebelião dos coletes amarelos” começou contra o aumento do preço dos combustíveis e hoje já abarca também questões como salário mínimo, custo de vida e melhoria dos serviços públicos. As manifestações já deixaram centenas de feridos, carros incendiados e butiques de luxo vandalizadas.
Imagem do dia:
Paraná
O que pensam os novos senadores do Paraná? Sandro Gabardo (Política Paraná) escreve:
“Quase parando. Os vereadores de Curitiba decidiram não apressar a votação do projeto de lei que na prática acaba com os cobradores nos ônibus de Curitiba. O regime de urgência havia sido proposto por Rogério Campos (PSC), que é ligado ao Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região, mas o pedido foi reprovado em votação apertada.
Agenda. Senadores eleitos pelo Paraná em outubro, Flávio Arns (Rede) e Oriovisto Guimarães (Podemos) disseram ao jornalista João Frey que são contrários a uma possível eleição de Renan Calheiros à presidência do Senado. Segundo eles, a mensagem dos eleitores nas urnas foi clara: é hora de mudança. O blog do João Frey mostra ainda que o Escola sem Partido está avançando no Paraná.
Liderança. O governador eleito do Paraná, Ratinho Junior (PSD), já escolheu a voz dele na Assembleia Legislativa a partir de fevereiro de 2019. O líder do governo na Casa será o deputado Hussein Bakri (PSD), de União da Vitória. As primeiras missões dele no cargo serão encabeçar as discussões sobre a redução no orçamento dos outros poderes estaduais e o reajuste salarial aos servidores.”
Curitiba
Uma vergonha e três boas notícias. Confira a seleção dos nossos editores:
Vergonha. Fernanda Leitóles (Curitiba) informa: “Quem for visitar a estufa do Jardim Botânico, um dos cartões-postais de Curitiba, vai encontrar plantas mofadas, amareladas e empoeiradas. O cenário atual do espaço tem decepcionado turistas e curitibanos. Veja o que diz a prefeitura sobre essa situação!”
Anota aí. Andrea Torrente (Bom Gourmet) indica: “A cozinha peruana ganha espaço em Curitiba. O Novotel trouxe um chef do Peru para comandar o restaurante da casa. No cardápio há ceviches e pratos típicos andinos. Conheça!”
Conceito. Sharon Abdalla (Haus) recomenda: “Maior shopping em construção no Brasil, o Jockey Plaza, no Tarumã, tem projeto de arquiteto premiado que pretende transformar o centro de compras em uma extensão de um espaço público como a rua, um parque ou uma praça. A inauguração está prevista para abril do próximo ano.”
Oportunidade. Fernanda Leitóles (Curitiba) sugere: “Já pensou em colocar seu filho ou sua filha para estudar em um colégio trilíngue? Uma das escolas mais tradicionais de Curitiba oferece bolsas de estudo de até 100%. Confira como participar da seleção.”
Um ótimo dia a todos!