Bom dia!
A Câmara dos Deputados determinou que a denúncia por corrupção contra Michel Temer seja julgada somente após o término do mandato do presidente. Foram 263 votos pelo arquivamento provisório do caso, contra 227 a favor da investigação imediata no Supremo. Foi assim que cada parlamentar votou - duas abstenções e 19 faltas fecham a conta.
Para Rogerio Galindo, o resultado simboliza a completa desconexão entre os deputados e os eleitores que o puseram lá, vide a aprovação de esquálidos 5% dos brasileiros a Temer. Guido Orgis enxerga o quadro por outro ângulo. Nem mesmo a reprovação recorde fez a população pressionar pelo avanço da denúncia. Será que as pesquisas estão erradas e o brasileiro ama Temer?
Se o arquivamento da denúncia era previsível, fica difícil saber se o presidente terá vida fácil na aprovação das reformas. A reforma da Previdência exige 308 votos para passar. Certamente, um tema bem mais impopular que autorizar a investigação contra um presidente acusado de corrupção, que teve 267 votos. A análise é de Evandro Éboli.
A incógnita se estende ao comportamento de alguns partidos. O PSDB é o caso mais gritante: teve 21 deputados a favor da investigação e 22 contrários. Neste gráfico, fatiamos a votação por legenda e por estado.
André Gonçalves ajuda a traduzir estes números, indicando quem ganha e quem perde com o resultado de ontem na Câmara dos Deputados.
Catarina Scortecci traz um recorte paranaense. Dos 30 deputados do estado, 16 votaram pelo arquivamento da denúncia. O argumento comum foi a garantia de aprovação das reformas, mesmo discurso de Temer.
Em pronunciamento, o presidente bateu no peito e disse que foi uma vitória clara, eloquente e incontestável do estado de direito.
Também no falatório, Rodrigo Maia acusou o golpe. Namorado há algumas semanas por políticos e pelo mercado como novo inquilino do Palácio do Planalto, o presidente da Câmara resignou-se a dizer que o tempo resolverá sua relação de Temer e que cumprirá o seu papel de encaminhamento quando Rodrigo Janot enviar as próximas denúncias.
A acusação rejeitada ontem pela Câmara será reativada em 1º de janeiro de 2019, quando Temer passa a faixa presidencial ao sucessor. Bruna Borges explica o caminho do processo na Justiça pós-mandato.
No Judiciário há, pelo menos, a esperança de que não se repitam cenas bizarras como as vistas ontem na Câmara. A equipe de República separou os 10 piores momentos de uma sessão que teve empurra-empurra, gritos quase tribais, chuva de dinheiro e a preocupação em desbancar em ter seu dia de Bibi Perigosa no horário nobre. Ninguém merece...
Vermelhidão
Mas, sempre dá para ser pior... O editorial de hoje fala do pandemônio em que a Venezuela foi transformada pela ditadura socialista de Nicolás Maduro. A votação da Assembleia Constituinte, no domingo, condensou e esfregou na cara da comunidade internacional o pior do chavismo.
Presos políticos, violência desenfreada, fim das liberdades democráticas, fraude, desrespeito ao Poder Legislativo: esses são os ingredientes da ditadura venezuelana, para a qual a comunidade internacional está lentamente despertando.
Claro, ainda há quem apoie. É o caso da União Nacional dos Estudantes, que segue firme ao lado de Nicolás Maduro. Aqui estão seis momentos em que a UNE aplaudiu o ditador venezuelano.
Da mesma maneira, há quem não apenas considere a Coreia do Norte um regime democrático, como deseje, ao menos no discurso, morar lá. Renata Rondino assistiu a uma palestra sobre a Coreia do Norte e registrou pérolas como que o país é vítima de manipulação midiática.
Ao trabalho
Aqui, duas boas oportunidades de trabalho e outra de estudo.
O Serasa tem vaga para remuneração de R$ 100 mil por ano, mais benefícios, para rodar o país levantando dados sobre finanças e consumo.
Se a pretensão salarial é maior, a área de cibersegurança paga salários de até R$ 22 mil para garantir a navegação tranquila pela rede. Falta profissional no mercado.
Caso a ideia seja melhorar antes a formação, a Universidade do Sul da Califórnia tem três bolsas de US$ 45 mil para brasileiros na área de negócios.
Aos negócios
Por falar em negócios, dois ótimos casos. A startup Contraktor tem apenas um ano de vida e já gerencia contratos de R$ 100 milhões. O negócio da empresa é ajudar a desburocratizar o dia a dia de outros negócios.
A tradicional Stival Alimentos também está atenta a novas oportunidades. Para isso, concentrou todos os seus produtos sob a marca Caldo Bom. O alvo é a expansão nacional.
Regula-se tudo
Não faltam exemplos de regulação no Brasil - não necessariamente todos ruins. Seguem três:
Aqui Rafael Greca acaba de regulamentar a atuação de Uber, Cabify e outros aplicativos em Curitiba. Aos taxistas, o prefeito mandou um recado: não fiquem acorrentados ao passado.
Ali A UFPR anunciou que adotará uma banca para cotistas antes da primeira fase do seu vestibular. O objetivo é evitar fraudes.
Em qualquer lugar? A decisão judicial que permite preços diferentes para homens e mulheres na balada talvez não pegue no Paraná. A coordenadora do Procon no estado, Cláudia Silvano, disse que a liminar vale apenas para São Paulo. A Associação de Bares discorda.
Allez, Neymar
Neymar está trocando o Barcelona pelo Paris-St. Germain. No clube francês, o atacante da seleção terá salário anual de 30 milhões de euros. Livre de impostos.
Se Neymar ri à toa, o mesmo não se pode dizer dos produtores de games de futebol. Eles têm Neymar em destaque nas suas edições 2018... com a camisa do Barcelona.
No futebol nosso de cada dia, hoje tem dupla Atletiba em campo no Brasileirão. O Atlético recebe o Avaí, na Arena da Baixada; o Coritiba visita o São Paulo, no Morumbi. Ontem, Corinthians, Grêmio e Santos venceram. São os três primeiros na classificação.
Vai melhorar
Se o noticiário anda amargo - e anda mesmo -, uma opção para adoçar a vida pode ser ir até a Buenos Aires e conhecer o museu do Alfajor.
Caso não haja tempo nem dinheiro para ir até o país vizinho, a distração está bem mais perto. Curitiba recebe em agosto apresentações do Circo da China e do Circo Imperial da China. Sócio do Clube Gazeta do Povo tem desconto em até dois ingressos.
O espetáculo é muito mais profissional - e divertido - que o circo de Brasília. Bravo!