Bom dia!
A delegação brasileira encerrou nesta quinta (24) a sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça – esperançosa de ter mandado bem o suficiente para que o Brasil seja admitido na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Jéssica Sant’Ana explica por que o governo quer entrar para o “clube dos países ricos”, o que ele ganha com isso e o que falta para se tornar um país-membro – a papelada não é pouca.
Em seu último dia no evento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deu a entender que a reforma da Previdência que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai propor será mais dura que a de Michel Temer (MDB). O projeto será enviado ao Congresso logo após a posse dos parlamentares eleitos e reeleitos.
Já Sergio Moro, ministro da Justiça, propôs a criação de uma plataforma para que empresas e bancos colaborem voluntariamente com investigações em outros países, sem precisar de acordos formais entre governos. Moro usou como exemplo o modo como a Uber dispensou o papel do Estado na prestação do serviço de transporte. Bolsonaro, por sua vez, de uma entrevista ao Washington Post, que a Gazeta do Povo publica na íntegra.
Confusões
Duas confusões marcaram a quinta-feira: a primeira é a suposição de que o Banco Central teria mudado as regras a serem seguidas pelas instituições financeiras para detectar casos de lavagem de dinheiro com o fim de tentar salvar alguma coisa depois do caso envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Em seu blog, Guido Orgis explica que as mudanças não têm a ver com o caso Coaf que envolve o filho do presidente – embora o timing do anúncio possa ter sido infeliz.
A outra diz respeito ao decreto assinado pelo presidente em exercício Hamilton Mourão (PRTB) que amplia o número de autoridades que podem classificar dados do governo como informações ultrassecretas. Kelli Kadanus explica que o decreto não altera a Lei de Acesso à Informação e na verdade até corrige problemas do decreto anterior que a regulamentava. Mas Madeleine Lackso ressalva: apesar disso, o texto ainda permite brechas e pode ser usado para o bem ou para o mal.
Jean se retira
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) anunciou na quinta-feira (24) que, temendo por sua segurança, decidiu abriu mão do novo mandato na Câmara para o qual foi reeleito em outubro. Não é de hoje que o parlamentar convive com ameaças de morte – ele até mesmo vive sob escolta policial desde o assassinato de Marielle Franco (PSOL) em março. Wyllys pretende morar no exterior e se dedicar à carreira acadêmica. Quem assume a sua cadeira na Câmara é o vereador carioca David Michael Miranda (PSOL), de 33 anos.
Um basta
Depois que vários senadores decidiram abrir mão do auxílio-mudança de R$ 33,7 mil, um juiz federal resolveu expedir uma liminar proibindo o pagamento do benefício a deputados federais e senadores reeleitos – que, sem necessidade de receber a grana nem sequer uma vez, embolsam o valor duas vezes, pelo fim de um mandato e pelo início de outro.
Rodríguez & Rodrigues
O novo presidente do Inep, Marcus Vinícius Carvalho Rodrigues, tomou posse nesta quinta-feira (24), afirmando que planeja um novo modelo para o Enem, sem o que chamou de “questões ideológicas”. Na solenidade, o ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez resolveu falar um pouco sobre a história do Brasil e acabou dizendo que o período da ditadura militar foi “querido pela sociedade brasileira”. Outro Rodrigues, o nosso colunista Mario Vitor, reagiu à fala do ministro:
Rodríguez ofendeu a história brasileira. A história e a memória. Acima de tudo, sapateou no sofrimento de quem foi covardemente torturado porões afora.
A repercussão da crise na Venezuela
Lealdade. O ministro da Defesa da Venezuela – e braço direito de Nicolás Maduro – afirmou que Maduro é o presidente legítimo do país e que a oposição está dando um golpe de Estado. Ele disse ainda que os Estados Unidos e outros governos estão efetuando uma guerra econômica contra a Venezuela, nação com as maiores reservas de petróleo do mundo. Oito generais ratificaram sua “lealdade e subordinação absoluta” a Maduro em mensagens divulgadas pela televisão estatal.
Reação chavista. Bolsonaro disse que está preocupado com a possibilidade de que haja uma resistência por parte do ditador diante da decisão de Brasil, Estados Unidos, Colômbia e outros países de reconhecer o opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. “Todos nós conhecemos um pouquinho Nicolás Maduro. Esperamos o pior”, disse o presidente. A noite de quarta para quinta em Caracas já foi violenta.
Jogo de poder global. A importância estratégica da Venezuela como nação que abriga as maiores reservas de petróleo do mundo e como aliada socialista da Rússia, China e Cuba, deu à crise uma dinâmica global imediata, colocando em oposição os aliados e adversários internacionais do regime de Maduro. Os Estados Unidos desafiaram Maduro ao manter sua embaixada aberta no país, enquanto a Rússia alertou para a influência externa destrutiva.
Kremlin. Um dos principais aliados do regime de Maduro, o governo da Rússia alertou que o reconhecimento de Guaidó como presidente da Venezuela pelos Estados Unidos pode levar a um “banho de sangue” no país da América Latina. A chancelaria russa afirmou que os eventos na Venezuela estão atingindo um ponto perigoso e que Washington demonstrou desrespeito pela lei internacional.
Opinião da Gazeta. No editorial desta sexta (25), a Gazeta do Povo defende que é preciso que algum mediador, como as Nações Unidas ou a Santa Sé, se apresente sem demora para negociar a situação da Venezuela. “Se o exílio e a impunidade do ditador forem o preço para que a Venezuela volte à democracia com o menor derramamento de sangue possível, é uma opção que vale a pena considerar”, diz o texto.
Imagem do dia
Abelhas
No Bom Gourmet, Guilherme Grandi explica por que a chef Manu Buffara resolveu criar abelhas na fachada de seu restaurante em Curitiba e Anderson Hartmann escreve sobre a cuia elétrica com USB inventada por um argentino.
Inclusão
No Sempre Família, Lorena Maria Lafraia escreve sobre o projeto nascido em Curitiba que promove a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A ASID (Ação Social para a Igualdade das Diferenças pretende impactar 10 milhões de pessoas até 2025, dentro e fora do Brasil.
A morte
No Viver Bem, Carolina Kirchner Furquim entrevista a psicóloga Gabriela Gilberti, que conduziu uma pesquisa sobre como os idosos se preparam para a morte. Ela não tem dúvidas de que romper com o tabu e falar abertamente sobre a morte ajuda a viver melhor. Confira um trechinho:
O fato de que a existência tem um fim viabiliza a reflexão sobre qual vida é digna de ser vivida. Nesse sentido, pensar sobre a finitude possibilita a apropriação da vida, bem como a diversificação dos significados da morte, os quais não precisam necessariamente ter conotações negativas.
Tudo se transforma
Você sabia que dá pra transformar seu lixo orgânico em gás de cozinha? Na HAUS, Camila Machado explica como funciona a máquina que produz até três horas de biogás por dia e escreve sobre a hamburgueria paulistana que passou a usar o equipamento.
No Paraná
Sandro Gabardo, de Política Paraná, escreve: “O Tribunal de Contas do Paraná vai abrir um procedimento especial para apurar possíveis irregularidades nas 7 universidades estaduais. O foco é na área de pessoal, onde foram detectados problemas em uma auditoria iniciada em 2017 e cujo relatório foi aprovado em dezembro do ano passado. Saiba quais as irregularidades apontadas.”
“De acordo com o Jornal da Band, Bolsonaro teria mostrado interesse, em conversa com o governador paulista João Dória (PSDB), em recuperar um projeto que apresentou como deputado, em 2011, que ampliaria para 40 o limite de pontos para a perda da carteira de habilitação. A ideia é boa ou ruim? Que impacto poderia causar? A repórter Giulia Fontes traz algumas reflexões sobre o tema.”
Tenha um ótimo fim de semana!
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