| Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Com a chave na mão, quer abrir a porta, não existe porta.

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Nada menos que 20 milhões de itens, incluindo peças raras do Egito Antigo e o crânio de Luzia, o mais antigo fóssil humano das Américas, de cerca de 13 mil anos de idade, além de incontáveis documentos da história do Brasil e do mundo, podem ter sido consumidos pelas chamas e desaparecido da história da humanidade

A coleção começou a ser reunida por Dom João VI, rei de Portugal que trouxe a corte para o Brasil, em 1808, antes mesmo de esta terra ser um país independente. Grande parte desse acervo foi atingida pelo incêndio que destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro, sediado no palácio onde morou a família real luso-brasileira até 1889. As primeiras informações são de que alguns itens foram salvos do incêndio, mas ainda não há confirmação de quais peças sobreviveram ao inferno.

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Pouco depois de as chamas começarem, às 19 horas 30 minutos de ontem (2), a notícia se espalhou pelas redes sociais e o incêndio se transformou na triste efígie dos descaminhos do país. A sensação é de que o que arde mesmo é o Brasil inteiro. Fernando Martins, editor e colunista desta Gazeta do Povo, esteve no Museu Nacional em 2010 e, na ocasião, pouco depois do incêndio no Instituto Butantã, escreveu:

Muitos dizem que o Brasil é vítima da maldição de ser o eterno país de um futuro glorioso que teima em não chegar. Talvez seja um reflexo da forma desleixada como tratamos nossa história. Uma nação que esquece o passado inevitavelmente negligencia o conhecimento que dele pode ser extraído. E, por consequência, não pode esperar muito de seu futuro [...] Um incêndio ali talvez fosse ainda mais arrasador para nossa memória, pois o Museu Nacional conta com um acervo vastíssimo – que vai da história natural (com fósseis de dinossauros, por exemplo) à história da humanidade (lá está uma rica coleção egípcia, com três múmias; e objetos de Pompeia, enterrada pelo Vesúvio).

Christian Lynch, professor do Iesp-Uerj e da Fundação Casa de Rui Barbosa:

Desde que me dou por gente, o mais antigo e importante museu do país, o Nacional, instalado no antigo Paço Imperial de São Cristóvão, nunca recebeu a atenção merecida dos poderes públicos [...] Como sempre acontece aqui, terá sido necessária uma tragédia, muito pior do que o incêndio do MAM em 1978, para que façam o que qualquer governo com o mínimo de decência e patriotismo teria feito há muito tempo. Não há como medir essa catástrofe que se pode chamar mundial, de que são culpados todos os governos da Nova República, sem nenhuma exceção. 

Mary Del Priore, escritora e historiadora:

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Tivemos a Capela Imperial, na UFRJ, que foi queimada. Mas as pessoas apenas lamentam depois. Toda vez que o Museu Nacional precisou de verbas, o apoio da população era zero. Agora todo mundo chora, mas a verdade é que há uma negligência do cidadão carioca [...] O Rio de Janeiro já perdeu, com a abertura da avenida Central, uma parte considerável do seu patrimônio histórico. A importância do acervo do Museu Nacional é enorme. Só lamento a postura dos cidadãos. Ninguém se prepara, ninguém antevê, os diretores de museus ficam sozinhos.

Resolvido, pero no mucho

 

Já era madrugada de sábado (1º) quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu a sessão que, havia mais de dez horas, discutia a inelegibilidade do ex-presidente Lula da Silva (PT), e seus efeitos, para deliberar o que fazer com a propaganda eleitoral do PT, que iria ao ar em poucas horas, no rádio, e em mais algumas, na televisão. O tribunal já tinha declarado Lula inelegível, por 6 a 1, com base na Lei da Ficha Limpa.

Incomum. Reunidos a portas fechadas, em sessão secreta, os ministros abrandaram a posição inicial de Roberto Barroso, relator do caso, e permitiram que a propaganda do partido fosse ao ar antes da substituição do candidato a presidente na chapa. 

Pela posição inicial de Barroso, o PT não poderia praticar atos de campanha até que substituísse Lula por Fernando Haddad. Depois da reunião secreta, ficou proibido apenas que Lula se apresentasse como candidato à Presidência. 

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Questionamentos. Com isso, os ministros premiaram a estratégia petista de escárnio às instituições e deram sobrevida a Lula, o fantasma que dominou o final de semana, aparecendo juntamente a Haddad em propagandas genéricas em que nada se diz – e tudo se insinua. Não por acaso, o Partido Novo acionou a Justiça contra as malandragens do PT nas propagandas. Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB) também questionam a estratégia do partido. 

Maroto. Antes da decisão sobre a campanha,  o ministro Edson Fachin já tinha roubado a cena ao chancelar em seu voto a pantomina da “liminar da ONU” e votar pelo direito de Lula ser candidato, mesmo o reconhecendo inelegível. O Editorial de sábado da Gazeta do Povo comentou a posição de Fachin:

Para o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o Brasil estaria, sim, obrigado a cumprir as decisões do Comitê, e por isso Fachin votou pelo deferimento da candidatura de Lula, ao mesmo tempo em que reconhecia a inelegibilidade do petista. Isso criaria uma situação esdrúxula na qual Lula poderia competir e até vencer, mas certamente não levaria o prêmio.

Largada

Embora a briga judicial não tenha terminado, é fato que a decisão do TSE deixa o panorama mais claro para os eleitores. Com o início do horário eleitoral, a equipe de Brasília da Gazeta do Povo preparou uma lista com todas as fragilidades dos candidatos à Presidência que poderão ser exploradas neste período

Pouca coisa

Você sabe o que o agronegócio quer dos candidatos à Presidência? Pois o setor preparou um “Plano de Estado” com 269 propostas.

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Federação

Nestas eleições, é uma boa ideia voltar a discutir o federalismo brasileiro e um aspecto preocupante do problema: os municípios inviáveis. O Editorial de hoje (3) da Gazeta do Povo comenta o problema:

A solução passaria, sem dúvida, por uma revisão do pacto federativo que deixasse mais recursos nos municípios e reduzisse a dependência das transferências – um objetivo tão abrangente quanto difícil. Por isso, também é preciso considerar opções mais imediatas; a mais simples seria a redução da estrutura municipal, mantendo o mínimo possível de secretários, vereadores e outros cargos [...] Outra opção é a fusão de municípios, o que já de saída eliminaria uma série de gastos com a burocracia municipal.

De novo?

Se o PIB cresceu 0,2% no segundo trimestre sob efeito da greve dos caminhoneiros, a alta do diesel e a  insatisfação com tabela do frete levam algumas das entidades que representam os motoristas a falar em paralisação novamente. Por enquanto, é só ensaio, mas houve fila nos postos de gasolina neste final de semana.

Pensando nas férias

Pensando para onde ir? Talita Boros Voitch (Bom Gourmet) recomenda: “A baixa gastronomia de Veneza é extremamente saborosa e respeitosa de suas raízes – é um espetáculo à parte e surpreende os bons de garfo. Considerados pelos venezianos quase ‘uma instituição extra-oficial’ da cultura local, os melhores botecos costumam orbitar em torno dos bairros Cannaregio e San Polo. Conheça tudo sobre as comidinhas de rua dessa região tão conhecida da Itália”.

Volta ao mundo em 1 minuto

Na Argentina, a crise é brava. Vandré Kramer (Mundo) escreve:

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Fraqueza. A crise dos escândalos de corrupção estão minando as forças dos dois principais políticos do país: o atual presidente Maurício Macri e a ex-presidente Cristina Kirchner. E, para tentar tirar a Argentina do atoleiro econômico, Macri pretende cortar dez ministérios e reduzir os gastos públicos

SOS. No vizinho Uruguai, o número de homicídios cresceu 66% no primeiro semestre do ano, em comparação a igual período de 2017. O narcotráfico tem sido mais letal. A regulamentação da venda da maconha, em julho de 2017, reduziu a violência ligada à comercialização, mas aumentou a guerra entre os traficantes, que tem menos espaço para atuação.

Indireta. Nem no final de semana Mr. Trump deixa de ser alvo de críticas. Nos funerais do senador John McCain, no sábado, em Washington, a filha e os ex-presidentes Barack Obama e George W. Bush destacaram o legado do parlamentar nos EUA e no exterior para falar sobre os valores do país. Mais parecia uma clara repreensão a Trump e ao tipo de política que adota

Combate. Uma história bem interessante do combate ao grupo terrorista Estado Islâmico veio à tona: um espião iraquiano conseguiu se infiltrar na cúpula da organização e frustrou 48 ataques terroristas”. 

Paraná

Gestão. Euclides Lucas Garcia explica como um gestor técnico pode fazer a diferença no poder público e pergunta: será este o modelo adotado pelo próximo governador do Paraná, ou o das velhas indicações políticas?

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Aliás... O próximo governo terá de enfrentar um sistema carcerário sobrecarregado, facções criminosas cada vez mais presentes, falta de pessoal, despesas no limite e a população amedrontada pressionando por rigor na punição aos criminosos. As delegacias do estado hoje têm espaço para pouco mais de 4,4 mil presos, mas abrigam próximo a 9,5 mil.

E as propostas? A Gazeta do Povo perguntou aos candidatos ao Palácio Iguaçu como pretendem enfrentar esse quadro

Curitiba

Urbanismo. O planejamento e a ocupação urbanos nas grandes cidades brasileiras são problemas sérios. Curitiba tem atualmente 154 processos administrativos sobre imóveis abandonados que têm potencial para ser ocupados irregularmente

Civismo. Nesta semana, os eventos cívicos continuam até o feriado da independência, no dia 07 de setembro. Fique atento às mudanças no trânsito e confira a agenda se quiser participar das atividades.

Música. Começou o mês, e a cidade vai receber shows de Sandy, Adriana Calcanhotto, Paula Toller, Skank, KLB e da banda estadunidense de rock alternativo, Thirty Seconds To Mars. Fique ligado e se organize para curtir.

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Um bom dia a todos!

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]