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Estados versus municípios

Coronavírus avança enquanto Brasília bate-cabeça. E o novo embate será perto de você

Viaduto Santa Ifigênia durante a quarentena: PIB do Brasil pode ter a maior retração em um único ano por causa do coronavírus
Viaduto Santa Ifigênia, em São Paulo, durante a quarentena por coronavírus. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

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Para começar. Este é um momento em que deveríamos falar mais de saúde do que de desavenças políticas. Deveria. Não é de hoje as disputas “entraram de gaiato” no combate ao coronavírus.

Disputa 1. Após a entrevista do ministro da Saúde, Luiz Henrique Madetta, ao Fantástico no domingo (12), as escancaradas diferenças entre ele e o presidente Jair Bolsonaro intensificaram. Mandetta disse que o brasileiro não sabe quem escuta: ministro ou presidente. O presidente evitou comentar, mas afirmou que o vírus parece estar indo embora. Já Mandetta pensa que maio e junho serão os meses “mais duros”.

Disputa 2. Outra batalha ocorre entre o Congresso e o Ministério da Economia, de Paulo Guedes, que criticou o projeto substitutivo de auxílio a estados e municípios. Disse que seria uma bomba fiscal. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu a proposta, mas cedeu em dois pontos. Não foi o suficiente: o governo bateu o pé e se manteve contrário. Mesmo assim, a Casa aprovou o texto de compensação a estados e municípios; fique por dentro na matéria de Jéssica Sant’Ana e Fernanda Trisotto.

Disputa 3. Motivo principal do confronto entre Mandetta e Bolsonaro, o isolamento social flexibilizado também pode opor mais governos: os de estados e municípios. De Brasília, o correspondente Leonardo Desideri traz mais detalhes sobre a nova disputa que pode pegar muita gente de surpresa nos próximos dias (tirando os leitores da Gazeta do Povo, claro). Entenda como o coronavírus pode criar um novo conflito, agora, entre estados e municípios.

Conteúdo aberto

Atualização. O Ministério da Saúde confirmou nesta segunda-feira (13) 1.328 mortes e 23.430 casos de coronavírus no Brasil, com destaque negativo para São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Ao todo, 12 capitais estão em cenário de emergência. Alguns locais sofrem com a demora nos testes: enquanto São Paulo têm testes represados, no Paraná os resultados saem rápido, revela Katia Brembati. A capital do estado, Curitiba,  tem mais de 340 confirmações da Covid-19.

Coronavírus na economia. Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski definiu como constitucional a Medida Provisória 936, que autoriza reduzir jornada e salário de trabalhadores e suspender contratos por dois meses. Entenda a decisão do STF na reportagem de Giulia Fontes.  Outra informação relevante: os cartórios foram reabertos em esquema de plantão especial.

A doença contra a ciência. Contrariando o discurso de parte da Academia (e do governo), até então vista como um tratamento de bom potencial, a cloroquina perdeu a batalha contra o coronavírus em Manaus: uma pesquisa foi interrompida após 11 mortes por complicações cardíacas. Na China, outra derrota: a ditadura comunista restringiu a publicação de artigos científicos sobre origem da Covid-19 e os casos voltaram à marca de três dígitos. Já na América do Sul, o governo do Equador retirou quase 800 corpos em casas de Guayaquil.

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A doença contra a ciência 2. Apesar das “derrotas”, já são 70 vacinas em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, um brasileiro coordena o maior teste global de remédios contra o coronavírus, informa a jornalista Madeleine Lacsko. E há pressa na solução: a pandemia é dez vezes mais letal que a gripe suína, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabeleceu também 6 critérios para países retomarem atividades econômicas.

Olhar para o futuro. Algumas correntes políticas apontam que a maior presença do Estado na economia será o “novo normal”. Será um novo capitalismo com mais estado? O fato é que o medo da quebra contaminou comércios, veja o exemplo de Curitiba. E a sobrevivência das empresas vai depender da reforma tributária pós-coronavírus: leia na reportagem de Jéssica Sant’Ana como a pandemia mudou (e pode mudar) os impostos no Brasil.

Para pensar. O filósofo Luiz Felipe Pondé traduz a peste que vale lives no Instagram: a pobreza no Brasil fez a quarentena ser uma tendência de ricos e famosos. Já o jornalista Paulo Polzonoff levantou a história do meme do caixão e outros rituais fúnebres pelo mundo. Também vale a pena conferir no texto de Dennis Prager, do The Daily Signal, por que a natureza não deve ser adorada como uma deusa.

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Manutenção de empregos. A demorada decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do STF, para autorizar a redução da jornada e a suspensão de contratos é tema do novo editorial da Gazeta do Povo. Leia agora: Os acordos para manutenção de empregos e a insegurança jurídica.

Uma semana de insegurança jurídica a respeito de algo tão fundamental como a manutenção de um emprego é algo que um ministro de suprema corte não pode se dar ao luxo de promover. E nem se pode dizer que a nova decisão elimina da vez as controvérsias, pois, embora a liminar não preveja explicitamente a possibilidade de um sindicato simplesmente recusar um acordo individual que lhe foi comunicado.

Para inspirar

Generosidade. Um professor vem caminhando 8 km por dia para entregar lanches a alunos carentes que perderam a merenda durante a pandemia. Leia esse exemplo lá do Reino Unido descoberto pela Equipe Sempre Família.

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