O presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou nesta terça (15) o prometido decreto que flexibiliza a posse de armas. À noite, o ministro da Justiça, Sergio Moro, deu uma entrevista à Globo News sobre a medida. Quesitos como a idade mínima, a ausência de antecedentes criminais e a comprovação de capacidade técnica e psicológica não mudaram – qualquer alteração nesses pontos precisaria de aprovação do Congresso, o que já está nos planos da bancada do PSL, como conta Olavo Soares, da editoria de República.
O que o decreto faz, principalmente, é regular os critérios que comprovam a “efetiva necessidade” de possuir uma arma de fogo. Kelli Kadanus, da editoria de República, explica todas as mudanças. Ela aponta também que um dos critérios apresentados pelo texto acaba sendo uma brecha para que qualquer pessoa consiga comprovar a tal “efetiva necessidade”: habitar em uma área urbana com elevados índices de violência, isto é, aquelas localizadas em estados com índices anuais de mais de 10 homicídios a cada 100 mil habitantes, em dados de 2016. No fim das contas, o decreto especifica para generalizar: todos os estados brasileiros têm números superiores a esse.
As ações da Taurus, uma das principais fabricantes de armas do Brasil, sofreram uma forte desvalorização após a assinatura do decreto. Na editoria de Economia, Vandré Kramer explica o porquê. Você também pode ler na Gazeta do Povo a íntegra do decreto.
Justiça, ainda que tardia
O editorial desta Gazeta de terça (15) comenta a extradição de Cesare Battisti, operação que teve a contribuição de Evo Morales, Michel Temer (MDB) e Bolsonaro:
Apesar das circunstâncias que permitiriam imaginar que a Bolívia seria branda com Battisti, Evo Morales devolveu o terrorista à Itália. Por quê? É até possível que Morales tenha padrões morais superiores aos de Lula [...]. Mas não se pode descartar a possibilidade de a pressão brasileira ter influenciado a decisão boliviana de fazer valer a lei, deportando alguém que entrara ilegalmente no país. Entre a simpatia ideológica e a necessidade de não estragar a relação com o maior parceiro comercial e importador de produtos bolivianos, Morales pode muito bem ter optado pela realpolitik.
60 anos
A Gazeta publica ainda um artigo do jornalista cubano radicado no Brasil Jorge C. Carrasco a respeito dos 60 anos da Revolução Cubana – ou da “morte da República de Cuba”, como ele chama –, completados em 1º de janeiro. Confira um trechinho:
Não há muita “justiça social” para celebrar em Cuba hoje. Nas ruas, é evidente o abismo econômico que separa os dirigentes do regime dos trabalhadores médios que ganham menos de 30 dólares por mês. Os novos ricos burgueses não são mais grandes empresários capitalistas e empreendedores, mas sim o status quo do Estado, parentes de militares importantes e membros do Partido Comunista [...]. Quase nada resta das promessas iniciais da revolução, na qual se falava de oportunidades para todos e de liberdades civis.
O usurpador
A Assembleia Nacional da Venezuela declarou nesta terça (15) que o ditador Nicolás Maduro é um usurpador da presidência e que, portanto, todos os atos do Executivo são nulos. A comunidade internacional mais uma vez apoiou o anúncio da Assembleia, que pretende formar um governo interino e convocar novas eleições legítimas. No blog de Rodrigo Constantino, Luan Sperandio conta a história de como, progressivamente durante as últimas duas décadas, o governo venezuelano passou a ser uma ditadura com todas as letras.
Imprensa golpista?
Madeleine Lackso escreve no blog A Protagonista sobre os embates entre mandatários e as cobranças da imprensa, abordando desde a postura de Fidel Castro, Hugo Chávez e Donald Trump até o jeito como os governos petistas lidaram com o contraditório. Ela escreve:
Os jovens cresceram com a imagem de mandatários que se pronunciam sempre no total controle do discurso e sem permitir contraponto, viram o surgimento do jornalismo partidário por meio dos “blogueiros sujos”, assistiram ao teatro de entrevistas feitas somente por quem é favorável e acabaram desaprendendo que político deve satisfação – não gracejos ou ironia – a quem o elegeu e também a quem não votou nele.
De lavada
O Parlamento britânico rejeitou o acordo do Brexit fechado entre a primeira-ministra Theresa May e a União Europeia por 432 votos a 202. Como conta a reportagem de Helen Mendes, da editoria de Mundo, essa foi a maior derrota já sofrida pelo governo britânico no Parlamento desde pelo menos os anos 1920, e pode custar o cargo de May, que enfrentará um voto de desconfiança já nesta quarta-feira (16). A recusa do acordo coloca dúvidas sobre o divórcio entre o Reino Unido e a UE.
Perfil
Em meio ao crescimento econômico de seu país, à agenda ultranacionalista, ao cerceamento da liberdade de imprensa, a indícios de corrupção e a questionáveis – para dizer o mínimo – mudanças que afetam o processo eleitoral, o primeiro-ministro da Hungria Viktor Orbán se tornou referência para políticos direitistas do mundo todo. Na editoria de Mundo, Maurício Brum conta como Orbán se reinventou para se tornar uma das maiores forças políticas da Europa.
Confissão
A Planned Parenthood é a maior rede de clínicas de aborto do mundo. Mas só agora, com uma nova presidente no comando, a organização admitiu que o seu foco é mesmo a interrupção da gravidez. O grupo, que recebe 500 milhões de dólares anuais do governo norte-americano para subsidiar suas atividades, dá fim à vida de mais de 300 mil nascituros anualmente.
Imagem do dia
Sal grosso, dinheiro ralo
Em seu blog, Guido Orgis analisa como o acirrado protecionismo da economia brasileira só prejudica o consumidor, criando, na prática, uma espécie de transferência internacional de renda. O produto usado por Guido como exemplo parece inofensivo de tão secundário, mas evidencia muito bem o efeito dominó que chega no bolso do brasileiro: o sal grosso.
Inclusão
No Viver Bem, Raquel Derevecki relata a história da paulistana Andréa Werner, que decidiu criar um tutorial com dicas de inclusão depois de ouvir um comentário preconceituoso sobre o seu filho autista no condomínio em que mora.
Heróis do lixo
Já imaginou um restaurante que quase não produz rejeitos? Esse lugar existe, fica em Florianópolis e foi o primeiro do Brasil a receber o certificado Lixo Zero. Conheça esse modelo de negócio inspirador na matéria de Aline Torres para o Bom Gourmet.
Marcos Xavier, da editoria de Curitiba, traz a história de dois pequenos curitibanos que não dão muita bola para super-heróis, mas são fãs de carteirinha dos coletores de lixo da capital paranaense. E eles gostam tanto do assunto que o tema da festa de aniversário de cada um deles foi coleta de lixo, com direito até mesmo a uniforme e caminhão de brinquedo.
Aquela dica
Nesta quarta-feira (16) começa a edição deste ano da Oficina de Música de Curitiba, um dos mais tradicionais eventos musicais do país. São 12 dias de atividades intensas que movimentam toda a cidade. Sandro Moser, do Guia, montou um roteiro com as atrações imperdíveis de cada um dos dias do evento.
No Paraná
Sandro Gabardo, de Política Paraná, escreve:
“Sem dinheiro para pagar os R$ 8 milhões para deixar a prisão, o empresário Jorge Atherino ofereceu imóveis que totalizam, segundo ele, cerca de R$ 12 milhões. A fiança, entre outras medidas para permitir a libertação do aliado de Beto Richa, foi estipulada pelo juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba. Outro preso na Operação Piloto, Deonilson Roldo, pediu o mesmo benefício. Ao STF, juiz citou garantia da ordem pública ao explicar prisão”.
“142 deputados e ex-deputados federais, incluindo seis políticos do Paraná, podem pedir já no mês que vem a aposentadoria da Câmara. Dependendo da idade e do tempo de contribuição, o benefício pode ultrapassar a casa dos R$ 30 mil, seis vezes mais que o teto do INSS”.
Tenha um excelente dia!