Bom dia!
Para começar. Desde que assumiu o cargo em abril, uma das principais apostas do ministro da Saúde, Nelson Teich, era uma estratégia nacional de prevenção ao coronavírus. Nesta segunda-feira (11), foi enfim apresentada uma série de diretrizes de isolamento social: o Ministério da Saúde dividiu por avaliação de riscos, medidas de distanciamento social, entre outros instrumentos.
Segundo Teich, até sábado (9), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (Conasems) estavam de acordo com a estratégia de isolamento social do Ministério. Mas mudaram de ideia nesta segunda.
Se na última semana o ministro já havia pedido para não politizar o lockdown, agora ele deu uma discreta bronca: pediu para que se trabalhe sem interesse pessoal, pela coletividade. Clique aqui entenda a metodologia de Teich rejeitada pelos secretários estaduais e municipais; confira na reportagem de Camila Abrão.
Conteúdo aberto
Infectados antes do Carnaval. Enquanto o Ministério da Saúde e as respectivas secretarias estaduais e municipais não se entendem, o número de infectados pela Covid-19 segue crescendo. Foram mais de 5 mil casos e quase 400 óbitos em 24 horas, veja os números. O surto no Brasil, diferente do que se pensava, pode ter começado antes do Carnaval. Segundo a Fiocruz, o coronavírus já circulava no país em janeiro. E agora, mais do que nunca, é preciso testar a população. Aproveite, portanto, para ver neste vídeo da Gazeta do Povo como funciona o teste rápido da Covid-19 em farmácias.
Vírus que rouba empregos. De Brasília, a correspondente Jéssica Sant’Ana traz novos dados da secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Em comparação com abril de 2019, o número de pedidos de seguro-desemprego aumentou 22,1%, fazendo com que a fila de espera pelo benefício supere 250 mil pessoas. Ao todo, governo federal já gastou R$ 62 bilhões com o combate ao coronavírus. O editor Fernando Jasper colocou “na ponta do lápis” quanto foi gasto em cada setor, do auxílio emergencial às despesas com saúde.
Minuto coronavírus
Exclusivo para assinantes
Brasil isolado, países abertos. Editora de Mundo, Helen Mendes mostra uma lenta reabertura das economias ocorre da Ásia aos EUA após o auge da pandemia em grande parte do mundo. É o caso do Uruguai, inclusive. Mas não por aqui. Apesar de ser a maior força econômica regional, o Brasil está isolado na América do Sul devido à ausência de regras rígidas de isolamento social.
Sobre política. Em depoimento, Maurício Valeixo, demitido da chefia da Polícia Federal, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro “queria alguém com mais afinidade”. Confira o que disseram os delegados da PF nos depoimentos do inquérito que envolve Bolsonaro e Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. Um grupo restrito poderá assistir ao vídeo de uma reunião ministerial em que supostamente o presidente ameaça Moro de demissão. Alexandre Garcia comenta a força de Moro como candidato e opositor. E Lúcio Vaz mostra para onde foram 2 milhões do cartão corporativo de Bolsonaro.
Debates. Editor de Ideias da Gazeta do Povo, Jones Rossi faz um alerta: a próxima pandemia pode ser pior que a Covid-19 e surgir em laboratório. E como um dos problemas das pandemias é a reclusão domiciliar com isolamento social, Paulo Polzonoff mostra por que, no século 21, comediantes são mais importantes que intelectuais. Mas há quem diga que ficar escondido não dá certo. Sobre o tema, Guilherme Fiuza traz amostras da “falência da quarentena”.
Podcast 15 minutos
O mais importante de ontem no Brasil
- Com aval do Centrão. Câmara quer votar projeto que cria TRF em Minas Gerais
- Decreto. Bolsonaro coloca academias e salões de cabeleireiro entre serviços essenciais
- Congelamento de salários. Bolsonaro diz que atenderá Guedes “100%” e vetará reajuste de servidores
- Ministério da Defesa apura. Militares receberam irregularmente auxílio emergencial de R$ 600
- Fraudes e golpes. Compras emergenciais durante pandemia são alvo de investigação em 11 estados e no DF
Nossa visão
Preços em queda. Em um país que passou boa parte da história recente preocupado com a inflação, seria um bom sina a queda de preços. O problema é que vivemos o primeiro indício de que o país pode viver um ciclo de “má deflação”, sintoma de uma doença grave na economia. Entenda no Editorial da Gazeta do Povo: A deflação e o coronavírus.
Parte da inflação baixa que o Brasil vinha registrando até o início da pandemia já podia ser atribuída a uma causa negativa, pois o desemprego – o legado mais persistente da recessão deixada pelo petismo – se mantinha em níveis altíssimos, afetando a demanda. Agora, a “tempestade perfeita” causada pela pandemia levará o país a viver um fenômeno oposto àquele que costumava ser um dos maiores medos das famílias brasileiras.
Para inspirar: exercício com isolamento social
Exercícios físicos. Apesar de grande parte das academias estarem fechadas, ou funcionando com restrições, é importante se exercitar de alguma maneira. Nem que seja em casa. Professor de Medicina Cardiovascular da Universidade de Virginia, Zhen Yan mostra como exercícios físicos podem ajudar a reduzir riscos de complicação para a Covid-19.
Tenha uma ótima semana!
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