O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio bancário imediato de ao menos 40 empresas e empresários, a maior parte de Mato Grosso, que seguiram em um comboio de caminhões para se manifestar contra o resultado das eleições presidenciais em Brasília. Em decisão assinada no sábado (12), Moraes afirmou que os direitos de greve e de reunião são garantidos pela Constituição, mas que esses protestos seriam abusivos por "propagar o descumprimento e o desrespeito ao resultado do pleito eleitoral para Presidente e Vice-Presidente". Para Moraes, o deslocamento dos veículos é "inautêntico e coordenado", com "fins de rompimento da ordem constitucional". Além do bloqueio das contas bancárias, o ministro determinou que os representantes das empresas e empresários citados sejam ouvidos pela Polícia Federal em até dez dias. Um escritório de advocacia informou, por meio das redes sociais, que um dos seus clientes foi prejudicado com o bloqueio judicial em mais de R$ 363 mil. Para os advogados, trata-se de uma "decisão política", tendo em vista que o cliente possui caminhões no manifesto em Brasília. Uma das empresas citadas no documento publicou uma nota informando que "não teve qualquer participação nos atos relacionados na decisão, nem autorizou qualquer pessoa ou instituição a fazê-lo em seu nome". Segundo a empresa, eles estão "sem acesso aos autos para as devidas confirmações".
Futuro Governo
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a defender o fim do teto de gastos. Segundo ele, é preciso “resolver” a situação social do Brasil - ainda que isso tenha consequências econômicas, como o aumento do dólar e a queda da bolsa. As declarações foram dadas durante a Conferência do Clima da ONU (COP27), no Egito. O petista também criticou a retirada de investimentos da área social para que seja cumprido o teto de gastos. Anteriormente, Lula já havia afirmado que as pessoas não deveriam sofrer para garantir "a tal da estabilidade fiscal", em uma crítica direta ao teto de gastos e às metas de superávit. Houve reação do mercado financeiro com alta do dólar e queda da bolsa de valores. Diante disso, o futuro presidente chegou a comentar o “nervosismo do mercado” e disse nunca ter visto "um mercado tão sensível como o nosso". O mesmo ocorreu nesta quinta-feira (17) e outro fator que contribuiu para a reação do mercado foi a apresentação da PEC fura-teto, na quarta-feira (16), que deve permitir ao futuro governo petista manter o Auxílio Brasil.
Reclusão presidencial
O presidente Jair Bolsonaro (PL) adotou a reclusão e o silêncio após as eleições. Há um fator médico que justifica essa decisão: ele está com uma infecção na perna, segundo relatou o vice-presidente Hamilton Mourão. Alguns aliados também dizem que o recolhimento do presidente é um processo de assimilação da derrota nas urnas. Mas outros, mais próximos de Bolsonaro, afirmam que ele não está abatido tampouco depressivo por causa da derrota no segundo turno – rumores que circulam nos bastidores. Segundo eles, o silêncio é estratégico porque ele estaria articulando a contestação judicial do resultado da eleição presidencial. Desde o fim das eleições, Bolsonaro manteve agendas políticas e partidárias de forma reservada. Reuniu-se com ministros para discutir as ações de governo, incluindo sanções e vetos de propostas aprovadas pelo Congresso, como também esteve com aliados políticos e membros da cúpula do PL, incluindo o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, para discutir o resultado eleitoral e seu futuro político.
Transfobia
Um ex-jogador de futebol grego, que jogou na seleção do país, recebeu nesta semana uma sentença de prisão e uma multa por postar mensagens consideradas transfóbicas nas redes sociais, citando a Bíblia. O ex-atleta de 49 anos criticou uma lei de 2017 que reduziria a idade para mudar legalmente o sexo para 15 anos e removeria outras barreiras legais. Ele chamou o procedimento de abominação e foi condenado a pena de prisão de 10 meses e uma multa de 5 mil euros (mais de 27 mil reais na conversão atual) do Tribunal de Contravenções de Atenas. Pelo Twitter o ex-jogador disse que vai recorrer da decisão.
A opinião de J. R. Guzzo, que afirma que a elite “moderada” que apoiou Lula já se arrepende, mas é o povo quem vai pagar.
E o Bom Gourmet te conta a história do bacalhau e o caminho que ele percorre até chegar a nossa mesa.