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Para começar este resumo de notícias. À espera desde a última semana por 2 milhões de doses prontas da vacina de Oxford/AstraZeneca vindas da Índia, o Brasil deve receber enfim a remessa nesta sexta (22). O avião saiu de Mumbai na última noite. As vacinas foram desenvolvidas pelo Serum Institute of India, que foi atingido por um incêndio nesta quinta (22). A produção de imunizantes não teria sido afetada.
Insumos. Para que o Brasil consiga produzir localmente a vacina de Oxford, na Fiocruz, e continuar a produção da Coronavac, no Instituto Butantan, o país depende da China. Enquanto “às claras” o embaixador chinês Yang Wanming garante que a embaixada fará "máximos esforços" para liberar os insumos, nos bastidores a história é diferente.
O que os chineses querem? Correspondente da Gazeta do Povo em Brasília, Wilson Lima consultou fontes que acompanham diretamente as negociações. Pequim pressiona pela demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ou ao menos um sinal público de boas relações. Outras autoridades entraram na negociação, como presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os ministros da Agricultura, Tereza Cristina, e da Saúde, Eduardo Pazuello. Confira na reportagem os bastidores da negociação e o que diz o chanceler sobre o caso.
Utilidade pública
Sem oxigênio, Manaus enfrenta “êxodo”. Em meio ao colapso do sistema de saúde, o Amazonas deve receber de empresas a doação de R$ 1,6 milhão para a construção de uma usina de oxigênio. Além disso, a nova cepa de coronavírus identificada no estado pode ser mais contagiosa e sua disseminação preocupa outros estados, já que manauaras têm procurado atendimento em outros locais. A 4 mil km, Curitiba monitora pelo menos nove pacientes vindos de Manaus; leia na reportagem de Marcos Xavier Vicente. Curitiba havia prometido 30 leitos a Manaus, mas nenhum foi transferido pelos governos.
Novas cepas e vacinas. Além da variante identificada no Amazonas, cientistas foram atrás de respostas sobre a cepa 70% mais contagiosa identificada no Reino Unido, e uma pesquisa mostrou que a vacina da Pfizer-BioNTech é eficaz contra a nova variante. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou os países a sequenciar as mutações. Ademais, outra vacina mostrou eficácia em duas fases: a da Johnson & Johnson. Apesar da “euforia” com as vacinas, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) recomendou a continuidade do distanciamento social.
Aplicativo e atualização. Nesta quinta-feira (21), Ministério da Saúde desativou o aplicativo TrateCovid, lançado há uma semana e que recomendava medicamentos como a cloroquina. Isso ocorreu após o Conselho Federal de Medicina (CFM) pedir a retirada. Contudo, a pasta diz que o “sistema foi invadido” e que a retirada é momentânea. O Ministério também divulgou um novo boletim sobre a Covid-19. Em 24 horas, foram 59.119 novos casos registrados e 1.316 óbitos pela doença. No total, o país contabiliza 8.697.368 diagnósticos positivos, 214.147 mortes e 7.580.741 recuperados.
No Brasil e no mundo
Inferno astral. Alvo de ataques devido à atuação na pandemia e pedidos de impeachment, o presidente Bolsonaro espera emplacar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) nas eleições da Câmara e do Senado para “virar o jogo”. Ao repórter Rodolfo Costa, de Brasília, interlocutores do Planalto reconhecem a estratégia. Porém, novas pressões podem vir: agora do Supremo Tribunal Federal. Em reportagem, Wilson Lima revela que ministros do STF estão pressionando o presidente da Corte, Luiz Fux, a emparedar Bolsonaro por declarações sobre vacinação e estado de defesa.
Estados Unidos. Em seu primeiro dia como presidente dos EUA, Joe Biden assinou novos decretos, entre eles, a obrigação de quarentena a viajantes que chegarem ao país. Ele também pretende negociar um novo pacote fiscal nos próximos dias e tem um plano de imigração “ousado”; confira a explicação de Robert Verbruggen, do portal parceiro National Review. Na noite da posse, Seattle e Portland registraram protestos violentos de antifas; leia no texto de Rafael Salvi.
Giro pelo mundo. Na Argentina, o presidente Alberto Fernández tomou a vacina Sputnik V, da Rússia. Já a Holanda impôs o primeiro toque de recolher noturno desde a 2ª Guerra. De Israel vem a informação de que a estratégia de dose única da vacina Pfizer foi menos eficaz do que o esperado. E em Bagdá, no Iraque, um ataque suicida deixou 32 mortos.
O que mais você precisa saber hoje
- Governismo. De Dilma a Bolsonaro, Baleia e Lira têm postura histórica de proximidade com o governo
- Em dois anos. Viagens de Bolsonaro para cerimônias militares custam R$ 2,7 milhões ao contribuinte
- Em alta na pandemia. Setor de tecnologia da informação teme “apagão” de mão de obra
- Vacinação. Anvisa avalia novo pedido para uso emergencial da Coronavac nesta sexta
Colunas e artigos
Sobre vacinas. Colunistas e articulistas convidados da Gazeta do Povo comentam o início da vacinação no Brasil. Luís Ernesto Lacombe fala sobre uma espécie de vacina chamada voto. Madeleine Lacsko sobre uma inovação brasileira: o fura-fila da vacina. Pesquisador do Centro de Imunologia do Instituto Adolfo Lutz (SP), Dr. Carlos Roberto Prudencio comenta como, sem autonomia em biotecnologia, o Brasil vira refém de outros países para conseguir a vacina. E a doutora em Filosofia Bruna Frascolla opina: O debate sobre a Coronavac está horrível e divergência metodológica vira “fake news”.
Nossa visão
Alta da Selic? Na última reunião do ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central havia mantido a taxa Selic em 2% ao ano, mas com um aviso: a época de maior previsibilidade estava chegando ao fim. Sinal de retomada de altas na taxa básica? Tema para nosso editorial: A cautela do Copom.
Os últimos 45 dias trouxeram uma série de notícias preocupantes. O IPCA, a inflação oficial, terminou 2020 ligeiramente acima da meta do Banco Central, ainda que dentro da faixa de tolerância – 4,52% contra uma meta de 4%. Para este ano, a meta é de 3,75% e a projeção citada no comunicado já está em 3,6%. O choque inflacionário recente continua a ser visto como algo temporário, mas ao mesmo tempo o Copom admite que ele está durando mais que o previsto inicialmente.
Para inspirar
Vídeo. Cada criança tem um tempo diferente para usar o banheiro. E para não gerar traumas ou frustração, é importante preparar o momento do desfralde; neste vídeo o repórter Lucian Haro foi atrás de 5 dicas para ajudar os pais nesse momento.
Aproveite o fim de semana para colocar suas leituras da Gazeta do povo em dia!