Para começar este resumo de notícias. O dia seguinte ao anúncio da reforma ministerial promovida pelo presidente Jair Bolsonaro foi marcado por mais mudanças, dessa vez no primeiro escalão das Forças Armadas. Os comandantes do Exército, general Edson Leal Pujol; da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior; e da Aeronáutica, brigadeiro Antonio Carlos Bermudez, decidiram deixar os postos após a troca do ministro da Defesa – o general Fernando Azevedo e Silva deixou o cargo para dar lugar ao também general Walter Souza Braga Netto. As mudanças repercutiram em Brasília, com pedidos de explicações do Congresso e negativa de ruptura institucional.
Volta à AGU. Na Advocacia-Geral da União (AGU) a volta de André Mendonça tem uma função importante para o governo, como mostra Rodolfo Costa. O intuito é melhorar o trânsito no Supremo Tribunal Federal (STF) e até mesmo preparar uma nova indicação à Corte. Entenda por quê.
“Nova Esplanada”. As mudanças no primeiro escalão dão uma nova cara à Esplanada, como indicam os perfis dos seis novos ministros. Quanto à escolha dos novos comandantes militares, Rodolfo Costa mostra o que vai pesar na definição dos substitutos.
Utilidade pública
Origem da Covid. Apesar de investigadores da Organização Mundial de Saúde (OMS) terem classificado como “extremamente improvável” que a origem da Covid-19 tenha sido em um laboratório chinês, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus não descartou a hipótese. “Todas as hipóteses permanecem na mesa”, afirmou. Visando à proteção contra futuras pandemias, mais de 20 líderes mundiais assinaram uma carta defendendo a criação de um tratado global.
Nova vacina. Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) buscam parceiros para viabilizar os estudos clínicos de uma vacina própria contra o coronavírus. Com tecnologia 100% brasileira, o imunizante poderá ser facilmente adaptado para novas variantes da Covid-19 e até outros vírus, como o da dengue. Roger Pereira traz mais detalhes. Já a Bharat Biotech, que desenvolve a vacina indiana Covaxin, teve negado o pedido de Certificação de Boas Práticas da Anvisa.
Atualização. O Brasil registrou na terça-feira (30) mais 3.780 mortes por Covid-19, um novo recorde diário. Também foram confirmados 84.494 novos casos da doença, segundo o boletim do Ministério da Saúde. Ao todo, o Brasil já contabiliza 12.658.109 diagnósticos positivos, com 317.646 óbitos e 11.074.483 recuperados.
Política e economia
Impasse no Orçamento. Sob o risco de o presidente Jair Bolsonaro ser acusado de crime de responsabilidade fiscal, governo federal e Congresso discutem uma solução para o Orçamento 2021, aprovado com uma série de manobras contábeis. Três alternativas estão na mesa para solucionar o impasse: a votação de um novo projeto no Legislativo, o ajuste pelo relator do projeto ou o veto presidencial. Saiba em que pé estão as discussões.
Números da economia. Foram divulgados nesta terça indicadores da economia nacional, com alguns números positivos, outros nem tanto. Segundo dados do Tesouro Nacional, o governo federal teve um rombo de R$ 21,2 bilhões em fevereiro. Apesar de negativo, o resultado foi 22% menor que o déficit registrado no mesmo mês do ano passado. Já o Caged apontou, pelo segundo mês consecutivo, geração de empregos com carteira assinada, com um saldo positivo de 401.639 vagas.
Giro pelo mundo. A China aprovou nesta terça uma extensa reforma eleitoral para a cidade de Hong Kong. Isabella Mayer de Moura explica como as mudanças enfraquecem o voto direto e criam mais restrições a opositores pró-democracia. Nos Estados Unidos, o Arkansas se tornou o primeiro estado a aprovar uma lei proibindo médicos de prescrever tratamentos para mudança de gênero em crianças ou adolescentes.
O que mais você precisa saber hoje
Tecnologia. China, Trump, queda de Araújo: como 5G mexeu com a política antes mesmo de chegar ao país
Educação. Possibilidade de um código de ética para professores tem sido debatida. Mas tem chance de prosperar?
Perfil. John Money, criador do termo ‘identidade de gênero’, era defensor da pedofilia
Câmara. Ex-líder do governo propõe projeto que permitiria a Bolsonaro derrubar lockdowns nos estados
Colunas e artigos
O legado de Ernesto Araújo. Qual o legado deixado por Ernesto Araújo no Ministério das Relações Exteriores? Cristina Graeml conversou sobre o assunto com o analista de geopolítica internacional Daniel Lopez. Confira. Madeleine Lacsko destaca um estudo da University College London que mostra que a melhor forma de criar negacionismo é condenando a religiosidade. Em artigo, Tony Perkins mostra que a indústria do aborto está usando filhotes de cães para defender a morte de bebês.
Nossa visão
Relações Exteriores. Em um dia repleto de mudanças no primeiro escalão do governo, Ernesto Araújo foi o primeiro a balançar e o último a cair, substituído pelo embaixador Carlos Alberto França no comando do Itamaraty. Ele entregou o cargo na manhã de segunda-feira e teve a substituição confirmada à noite. Tema para o nosso novo editorial: Mudança no Itamaraty.
Araújo assumiu com a expectativa de uma guinada nas relações diplomáticas brasileiras. O petismo, apesar da fama internacional de Lula, entregou um Brasil fechado ao comércio internacional e amigo de ditaduras latino-americanas, africanas e do Oriente Médio, enquanto hostilizava democracias sólidas. Essa atuação levou um representante israelense a chamar o país, em 2014, de “anão diplomático” – um exagero injusto, ainda que de fato a condução das relações exteriores brasileiras fosse bastante deficiente.
Para inspirar
Refeição especial. Impedido de sair de casa, um homem com câncer terminal pediu ao proprietário de um restaurante a receita de seu prato preferido. Acabou recebendo muito mais: viu o cozinheiro preparar pessoalmente a iguaria para ele após uma viagem de seis horas. Confira essa história no Sempre Família. Tenha um ótimo dia!
Governo promete reforma, mas evita falar em corte de gastos com servidores
Boicote do Carrefour gera reação do Congresso e frustra expectativas para acordo Mercosul-UE
“Vamos falar quando tudo acabar” diz Tomás Paiva sobre operação “Contragolpe”
Brasil tem portas fechadas em comissão da OEA para denunciar abusos do STF