Bom dia!
A quarta-feira (13) foi marcada pelo atentado na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. Dois jovens, de 17 e 25 anos, vizinhos um do outro e ex-alunos da escola, invadiram o local e mataram cinco alunos e duas funcionárias – além do tio de um dos jovens, dono de uma loja de veículos por onde eles passaram antes de chegar à escola. Eles se suicidaram pouco depois de a polícia chegar ao local. A estudante Maria Paula Guimarães Lima, de 16 anos, recorda:
Estava saindo do banheiro quando ouvi um barulho de explosão, mas achei que fossem os meninos brincando de atirar bombinha. Eles sempre fazem isso. (...) Quando percebi que eram tiros de verdade e ouvi os professores gritando, voltei para o banheiro para me proteger. Havia umas dez pessoas se escondendo comigo, nós ficamos rezando, pedindo para viver.
A Gazeta do Povo preparou conteúdos exclusivos para você entender esse caso e fenômenos semelhantes a esse:
- Tiago Cordeiro foi até o bairro onde aconteceu o ataque – uma região segura e tradicional do município, assustado com o caso. A escola é considerada uma das melhores de Suzano, cidade que tem bons indicadores econômicos e sociais.
- Jones Rossi separou 6 textos para entender os tiroteios em massa e a mentalidade dos atiradores. Os textos, publicações anteriores da Gazeta, abordam desde o que há de comum na maioria dos atiradores que cometem massacres até a complexa questão sobre a divulgação ou não do nome dos agressores.
- Denise Drechsel e Isabelle Barone comparam o caso de Suzano com o massacre de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999 – o episódio mais famoso desse tipo e que pode ter servido de inspiração para os jovens atiradores.
- Amanda Milléo registra que entre 2003 e 2013 o Brasil viu um aumento de 10% nos casos de suicídio entre crianças e adolescentes de 9 a 19 anos e aponta quais são os sintomas aos quais os pais e educadores devem prestar atenção.
- Madeleine Lackso lembra que há uma série de fatores que podem estar associados a casos como esse, mas convida a refletir sobre a raiz de tudo: a falta de valorização da vida, que faz parte do nosso próprio dia a dia e pode se insidiar até mesmo dentro de nós:
Pelo menos por hoje, tente identificar o que a rotina tem te feito colocar adiante daquilo que é mais importante na vida. Pelo menos por hoje, tente identificar os gatilhos que te fazem sair do prumo de aproveitar a vida e te jogam numa espiral de tensão, belicosidade, nervosismo.
Conheça ainda a história de cada uma das vítimas da tragédia de Suzano e relembre os casos de tiroteios em escolas já ocorridos no Brasil neste infográfico.
Em Brasília
Kelli Kadanus conta como foi o primeiro dia do julgamento do Supremo Tribunal Federal que decide se crimes comuns devem ficar sob a alçada da Justiça Eleitoral quando vêm no combo com crimes eleitorais. A decisão pelo sim pode minar a Lava Jato – por enquanto, o placar está em 2 a 1. Críticas à operação, aliás, não faltaram nos votos de hoje. Alexandre de Moraes, por exemplo, chegou a chamar os procuradores de Curitiba de “Liga da Justiça”.
Jéssica Sant’Ana acompanhou a posse de Roberto Campos Neto como presidente do Banco Central nessa quarta. O economista quer reviver um sonho do seu avô, que foi ministro do Planejamento no governo Castelo Branco e presidente do BNDES na gestão de Juscelino Kubitschek: dar autonomia ao Banco Central em relação ao Executivo.
Pelos ares
O Brasil se uniu à China, à União Europeia, aos Estados Unidos e a vários outros países e suspendeu os voos com o Boeing 737 MAX-8 no país. A decisão foi anunciada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) nessa quarta. No editorial desta quinta (13), a Gazeta comenta o primeiro grande teste do programa de desestatização do governo de Jair Bolsonaro (PSL): o leilão, em blocos, de 12 aeroportos do país nesta sexta:
Apesar do crescimento recente, o transporte aéreo no país ainda está muito aquém de seu potencial. A concessão de aeroportos para a iniciativa privada, com a consequente melhoria na qualidade e no serviço oferecido nos terminais, é apenas um dos fatores que pode ajudar o Brasil a dar um salto que beneficie vários setores, como o do turismo.
O que acontece com o ex
Anistia, prisão, exílio, retorno pelas urnas: o que acontece a um ditador na América Latina depois de deixar o poder? Na expectativa de que Nicolás Maduro seja o próximo da lista, relembre o destino dos ex-ditadores da região.
“Postura de seita”
Rodrigo Constantino questiona: por que Olavo de Carvalho e seus seguidores são completamente impermeáveis a qualquer crítica? Ele escreve:
Olavo pode ter abandonado o marxismo, mas o marxismo nunca o abandonou. Ao menos os métodos dialéticos persistem. (...) Sua postura faz mal ao avanço do movimento conservador brasileiro. Ele claramente não foi capaz de criar uma elite intelectual focada no resgate da alta cultura. Nada perto disso. Seus seguidores mais próximos, os olavetes, mais parecem um bando de puxa-sacos cegos, leais ao guru acima de tudo, não às suas ideias. É postura de seita mesmo. Olavo é o Osho da política nacional. E isso precisa ser exposto por razão muito simples: o núcleo do poder leva a sério o que esse homem diz!
Lúpulo tupiniquim
No Bom Gourmet, Luis Celso Jr. conta quais são as três cervejarias eleitas como as melhores do Brasil no Concurso Brasileiro de Cervejas, a terceira maior premiação desse tipo no mundo. No Agro, Marcos Tosi conta que 99,9% do lúpulo usado no Brasil ainda é importado, mas cada vez mais pequenos produtores se organizam para adaptar a planta ao clima brasileiro.
Prepare-se
Você tem alergias ou problemas de pele? Na HAUS, Luciane Belin indica o que fazer em casa, no que diz respeito à limpeza e manutenção, para evitar problemas de saúde que costumam chegar junto com o outono.
Uma ótima quinta-feira para você!
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e apoiadores reagem a relatório da PF que indiciou 37. Assista ao Entrelinhas
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Otan diz que uso de míssil experimental russo não vai dissuadir apoio à Ucrânia