Bom dia!
A Lava Jato será um fator preponderante nas eleições de 2018 - e o fato de já estarmos falando das eleições de 2018 é uma prova disso. A operação expôs a corrupção do governo petista na Petrobras, o que levou a população às ruas pelo impeachment de Dilma Rousseff; desnudou a promíscua relação entre público e privado; despertou uma aversão nos brasileiros aos velhos políticos; levou à mudança no modelo de financiamento de campanha. Chico Marés analisa estes e outros fatores - e como eles guiarão o voto dos brasileiros dentro de um ano.
A lista de candidatos será formada após passar por um crivo mais abrangente da Lei da Ficha Limpa. O Supremo decidiu que seus efeitos se aplicam a condenações anteriores à entrada em vigor da norma. Mais do que punitiva, a deliberação do STF deixa claro o alcance e a natureza da Ficha Limpa, como apontamos no editorial da Gazeta do Povo.
O principal é o desejo da sociedade brasileira, manifestado na legislação, de não ver entre seus representantes eleitos pessoas que tenham sido condenadas pela Justiça dentro de determinado prazo.
Para quem receber o crivo popular, o mandato será conduzido sob uma lei de improbidade administrativa mais madura - outro reflexo positivo da Lava Jato e tema de artigo dos advogados André Portugal e Gabriel Castella.
A próxima legislatura será um bom tira-teima entre a eficiência de administradores e de políticos na gestão pública. A Lava Jato reforçou a visão de que o Estado precisa de empresários no comando para assumir o tamanho e o papel devido. Fernando Martins apresenta estudo que conta uma história um pouco diferente.
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A Gazeta do Povo pôs no ar uma página especial que concentra as diferentes pesquisas eleitorais a presidente da República. Ali é possível acompanhar a evolução dos candidatos para diferentes institutos, em variados cenários.
O balanço e o futuro das reformas
A reforma política mudou pouco das regras do jogo eleitoral. E ainda assim, algumas mudanças ficaram para 2020. O editorial da Gazeta do Povo aponta acertos e disparates no pacote votado no Congresso.
Se por um lado a aprovação da cláusula de barreira e do fim das coligações é positiva, por outro a Câmara deu um espetáculo de desfaçatez quando aprovou projeto de lei que cria o fundo bilionário de financiamento de campanhas eleitorais.
Em outro editorial, lamentamos que o ritmo acelerado com o que se votou a reforma política será trocado por ponto morto na discussão de outras reformas fundamentais, como a da Previdência e a tributária.
Foram colocadas na geladeira enquanto os parlamentares debatiam quantos bilhões do orçamento seriam destinados às próprias campanhas. Agora que o prazo já passou, há duas grandes pedras no meio do caminho: a segunda denúncia contra Temer e a crise institucional entre Senado e STF.
As reformas nacionais terão caráter multiplicador nos estados e municípios. Esta é a visão de Marcos Domakoski, eleito para mais um mandato à frente do Movimento Pró-Paraná. O empresário visualiza uma oportunidade única de virada em 2018.
Por conta das operações de combate à corrupção, é uma boa oportunidade de a população rever o seu voto e eleger pessoas em condições de mudar esse estado de coisas que o Brasil vive hoje.
Nos Estados Unidos, essa inflexão ocorreu com força no século 19. A combinação entre crise econômica e combate à corrupção desatou o nó do capitalismo na América. Quase 180 anos depois, chegou a hora de acontecer o mesmo no Brasil.
Sinais positivos
Os resultados cada vez melhores da Bolsa - mesmo com a política em frangalhos - indica que começamos a percorrer este caminho. Ricardo Amorim vê o início do ciclo de recuperação econômica por trás do crescimento das empresas no mercado.
Dá para melhorar
Claro, a montanha a ser escalada é gigantesca. Passa por reduzir a burocracia. Hoje, um empreendedor levar 80 dias para abrir uma empresa no Brasil, informa Naiady Piva.
O mesmo Estado que impõe barreiras em série ao surgimento de novos negócios é o maior litigante do obeso Judiciário brasileiro, como mostra Rosana Félix.
Por isso, um empreendedor de sucesso no Brasil ganha status de sobrevivente. Reinaldo Bessa entrevista Clemilda Thomé. Ela e o marido, Geninho, fundaram a Neodent nos anos 90, venderam a fabricante de próteses dentárias em 2015 e agora se tornaram dois dos investidores mais cobiçados do país, abrindo variadas frentes de novos negócios.
Carne sagrada
O agronegócio brasileiro está expandindo suas fronteiras de proteína aninal. Amanhã, produtores brasileiros expõem na Alemanha carne halal, corte feito desde o abatimento do animal até o preparo seguindo os preceitos do islamismo. O test drive será feito com um brasileiríssimo churrasco.
O teorema das armas
O massacre de Las Vegas recolocou o porte de armas no centro do debate mundial. No podcast Ideias, Alexandre Borges, Ewandro Schenkel, Leandro Narloch e Rodrigo Constantino discutem desarmamento e porte de armas.
E a criança?
É recomendável expor uma criança à nudez, como aconteceu na abertura da Mostra Panorama da Arte Brasileira? Tiago Cordeiro levou essa pergunta a especialistas e trouxe a seguinte resposta: sim, exposição a nudez afeta o desenvolvimento emocional da criança.
O debate em torno do caso do Museu de Arte Moderna de São Paulo passa, necessariamente, pelo papel da família. Em seu artigo semanal, Carlos Alberto Di Franco escreve que a crise ética que castiga o país tem nascedouro na crise dentro dos lares brasileiros.
Privacidade perdida
Outro desafio do nosso tempo é a perda de privacidade. Estamos sujeitos a um escaneamento permanente da tecnologia. Ou seja, controlar essa coleta de dados é causa perdida. O caminho é ter limites bem claros sobre o que empresas e governos podem fazer com nossas informações.
Plebiscito
O movimento separatista "O Sul é o Meu País" não chegará nem perto do 1 milhão de votos esperado para o seu plebiscito. Com 81% das urnas apuradas, pouco mais de 300 mil pessoas haviam votado - a maioria, como era previsível, a favor da separação.
Na Espanha, mais de 300 mil pessoas foram às ruas de Barcelona protestar contra a independência da Catalunha - o que quebra o mito de um pensamento monolítico catalão pela criação de estado separado da Espanha.
Façam as contas
Amanhã tem rodada das Eliminatórias da Copa e, quarta-feira, o Brasileirão volta a dominar a pauta do torcedor. Serão 53 dias para definir campeão, classificados à Libertadores e rebaixados. Aqui estão a situação, as possibilidades e os próximos jogos do seu time.
Olha o calendário
Sim, tem mais um feriado esta semana, o da Padroeira do Brasil. O clima terá alternância permanente entre sol e chuva, "ótimo" para quem pensa em viajar.
Um passeio especial este ano é a Aparecida. A aparição da pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição o rio Paraíba do Sul completa 300 anos na quinta-feira (12). Na véspera, será apresentado ao público o novo mosaico da cúpula da Basílica.
Se você for ficar em Curitiba, tem muitos programas para fazer com seu filho no Dia das Crianças: filmes, restaurantes que ensinam os pequenos a cozinhar e descontos variados para quem é do Clube Gazeta do Povo.
50 anos de felicidade
Para embalar o começo da semana, Ronise Vilela conta a história do casal Claudinei e Felicidade. Há 52 anos eles dividem as panelas na cozinha de um restaurante - primeiro o Cascatinha, desde 2009 o Fellini, ambos em Curitiba. O segredo?
Amor, tolerância, confiança e religiosidade.
Ótima semana a todos.