O primeiro de janeiro de facto do Brasil e as (in)certezas para a corrida de 2018

Por Raul Cornélio
14/02/2018 às 22:09

Bom dia!

A quarta-feira de cinzas foi ontem e alguns dirão que agora (sim!) o ano começa no Brasil. No imaginário nacional, é como se tivéssemos um primeiro de janeiro de facto.

A Gazeta do Povo, para não deixar os foliões desinformados, selecionou as seis notícias que quase ninguém prestou atenção por causa do carnaval.

E já que estamos no assunto. Para encerrar em alto estilo, Alexandre Borges explica por que “Não deixe o samba morrer” é um hino conservador e por que deveria ser abandonada a postura elitista de recusa irrefletida da cultura popular (se você quiser entender o que é ser um conservador, o texto é imperdível).

Não é só o calendário...

Que dificulta a vida do empresariado brasileiro, no entanto. Um estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que, em comparação com outros países, o Brasil possui uma das mais altas alíquotas de imposto sobre renda para empresas.

Das (in)certezas para a corrida de 2018

A incerteza de Lula. Condenado à prisão por 12 anos e 1 mês pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no caso do tríplex do Guarujá, o ex-presidente Lula pretende brigar até o último minuto pela sua candidatura à presidência da República. A procuradora-geral da República Raquel Dodge se manifestou contra habeas corpus preventivo movido pela defesa de Lula para evitar a execução da pena e se manifestou favoravelmente à possibilidade de execução da pena após a sentença de segunda instância.

A incerteza de Huck. Indeciso sobre sua candidatura, Luciano Huck, caso opte por concorrer pelo Planalto, já pode ir preparando as respostas para essa lista com as 10 polêmicas que ele terá de explicar se for candidato a presidente.

A incerteza da forma de votação. A previsão da implementação do voto impresso nas eleições de 2018, medida que faz parte da reforma política aprovada em 2015, está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF). A corte analisará se a medida pode ferir a garantia do voto secreto, prevista na Constituição.

A certeza de farra

Com uma decisão do ministro Luiz Fux, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, os partidos políticos poderão usar o dinheiro do Fundo Partidário em conjunto com o dinheiro do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para financiar a campanha de 2018. Independentemente dos efeitos dessa decisão, o Editorial da Gazeta do Povo deixa claro que o problema é outro:

Partidos políticos são fundamentais para a democracia, mas eles devem ser bancados por aqueles que acreditam em suas plataformas e ideais, e não pelo conjunto dos cidadãos. O modelo atual, que não passa de uma versão um pouco mitigada do financiamento público de campanha, tem dois problemas gravíssimos: além de tirar dinheiro de outras rubricas mais importantes e necessárias, força o contribuinte brasileiro a ajudar políticos, candidatos e projetos ideológicos que ele pode desprezar profundamente e com os quais jamais contribuiria se tivesse essa escolha. Isso não tem nada de “fortalecimento da democracia”, expressão com que os parlamentares chegaram a batizar o fundo eleitoral em suas versões iniciais; está mais para sua negação.

“Professor canino”

A Cão Cidadão, marca do “Dr. Pet”, está no ramo de franquias desde 2005. Após treinamento especializado, o franqueado passa a ser um adestrador da rede e, segundo dados da franqueadora, pode lucrar uma média de seis mil reais.

E a nova aposta das redes varejistas

É a oferta do sistema de compras online com retirada em loja física. A isenção de frete e a dispensa de ter alguém em casa para receber a encomenda são as vantagens que poderão atrair os consumidores.

Carga Viva (para entender)

Como a crise na Venezuela, a religião islâmica e os preços no mercado mundial de carnes explicam o embarque de gados vivos pelo Brasil para a Turquia?

No foco de produtores nos EUA

O cânhamo é uma aposta como cultura industrial que deve despontar nos próximos anos. Trata-se de uma variedade da cannabis que, com alta resistência e efeitos positivos sobre o solo, tem uma tradicional aplicação na construção civil.

Em alta

E por falar em cultura industrial, a soja atingiu a maior cotação do ano.

Primeiro se namora, depois se casa

Ontem foi o Valentine’s Day, dia dos namorados em quase toda a Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, no entanto, os namorados comemoram sua união em 12 de junho. Conheça a história da data brasileira.

Resposta internacional

O governo de Nicolás Maduro continua custando caro à Venezuela. O país acabou de perder o seu direito de votar na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O motivo são atrasos da ordem de US$ 25,2 milhões.

Problemas por aqui também. A Cúpula das Américas, cimeira do continente, declarou que o ditador venezuelano não será bem-vindo no próximo encontro. A medida é uma resposta à decisão de Maduro de convocar eleições após o fracasso de uma negociação entre seu governo e a oposição sobre as condições do próximo processo eleitoral.

E encarando a crise humanitária no vizinho. O governo federal brasileiro anunciou que o Paraná e outros três estados participarão de uma força-tarefa para o recebimento de migrantes venezuelanos.

Já na África do Sul

O presidente Jacob Zuma renunciou, após nove anos no poder, por pressão do seu próprio partido. O veterano da luta contra o apartheid enfrenta acusações de corrupção e uma queda expressiva de sua popularidade.

“Ela não é uma criança”

Sem uma regra que estabeleça uma idade mínima para o consentimento sexual, a França está encarando dificuldades para analisar um caso de abuso sexual de um homem de 28 anos contra uma menina de 11 anos.

Conselhos Estaduais de Educação, muito prazer

Com as funções de definir as normas, fiscalizar as instituições de ensino e sugerir melhorias, os conselhos estaduais desempenham um papel essencial na regulação da educação pelo país, ainda mais quando precisam suprir a ausência dos conselhos municipais.