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O presidente Jair Bolsonaro (PL) vai manter, até as eleições, as cobranças ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a segurança das urnas eletrônicas e a transparência do sistema eleitoral. A intenção é que o TSE reveja sua posição e acate as sugestões apresentadas pelas Forças Armadas ainda neste ano – ou ao menos parte dessas sugestões. Mas o governo sabe que essa é uma possibilidade quase nula. A percepção é que os ministros do TSE não vão acatar as propostas das Forças Armadas e incorporá-las nas eleições deste ano – o que vai levar Bolsonaro a manter seus questionamentos sobre as urnas eletrônicas. Alguns interlocutores do Planalto dizem que, se Bolsonaro perder a eleição, o presidente irá pedir a realização de uma auditoria nas urnas. Na hipótese de não ser constatada nenhuma irregularidade, ele respeitaria o resultado. Apesar da alternativa de contestar o sistema eleitoral dentro da legalidade, por meio de auditoria, há aliados do presidente ouvidos pela reportagem que não descartam a hipótese de ruptura institucional se Bolsonaro perder a eleição.

O TSE já firmou acordos com cinco organizações internacionais que vão mandar representantes ao Brasil para verificar a legitimidade e normalidade das eleições de outubro. A Corte confirmou o envio de missões da Organização dos Estados Americanos (OEA), do Parlamento do Mercosul (Parlasul), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da Fundação Internacional dos Sistemas Eleitorais (Ifes, na sigla em inglês) e da União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore). Além delas, o TSE ainda está em tratativas para trazer ao país observadores do Carter Center e da Rede Mundial de Justiça Eleitoral, como informou o presidente do tribunal, Edson Fachin. O número de entidades estrangeiras é significativamente superior ao das eleições de 2018, quando apenas a OEA enviou representantes. Todas as entidades foram convidadas pelo TSE, que bancará parte das despesas.

A defesa do Terça Livre, do jornalista Allan dos Santos, impetrou o quinto mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), para tentar desbloquear as contas bancárias da empresa e os perfis em redes sociais. Em junho deste ano, por unanimidade, o STF negou o pedido de desbloqueio das contas em outro recurso apresentado pelos advogados do Terça Livre. As decisões do caso, até então, foram relatadas pelo ministro Alexandre de Moraes. Dessa vez, o ministro sorteado para analisar o pedido foi Kassio Nunes Marques. Mas, por causa do recesso do Judiciário, existe a possibilidade de uma decisão ser tomada pelo presidente do Supremo, Luiz Fux, ou pela vice-presidente da Corte, Rosa Weber.

As expectativas para a inflação de 2022 estão em baixa, após a decisão de reduzir a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para combustíveis, energia, transporte e comunicações. Segundo o relatório Focus do Banco Central ela caiu de 8,89% na primeira semana de junho, para 7,96% na primeira semana de julho. Outra expectativa que avançou, em função do primeiro semestre melhor do que o esperado foi a do crescimento da economia. No final de abril, o Focus sinalizava para uma expansão de 0,7%. Agora, está em 1,51%. Ao mesmo tempo, as projeções para os juros no final do ano tiveram alta. O ponto médio (mediana) estava em 13,25% na última semana de abril e passou para 13,75% no último relatório.

Morreu, aos 79 anos, José Eduardo dos Santos, que governou Angola por quase quatro décadas. Ele ficou conhecido por vencer uma guerra civil brutal e coordenar um boom de petróleo. Chamado dentro de seu partido (MPLA) como "o arquiteto da paz", Zédu, como era conhecido, viu seu legado cada vez mais manchado por alegações de corrupção e nepotismo, principalmente depois que os combates terminaram no país do sudoeste africano em 2002. De lá até 2014, a economia angolana cresceu dez vezes, porém muito pouco dessa riqueza foi distribuída no país. A filha do ex-presidente, Isabel dos Santos, rapidamente se tornou a mulher mais rica da África, com uma fortuna de US$ 3 bilhões. Mesmo assim, muitos ainda creditam a ele a estabilidade de um país que só conhecia a guerra desde que se tornou independente de Portugal em 1975.

E um novo Imortal na Academia Brasileira de Letras. Jorge Caldeira, que já foi colunista da Gazeta do Povo foi eleito para ocupar a cadeira de Lygia Fagundes Telles. Além de ter trabalhado em outros jornais e revistas, ele é cientista social, especialista em História do Brasil e autor de livros, como o best seller "A história da riqueza no Brasil". A última publicação, "Brasil paraíso restaurável", segue sua atual tendência de focar na natureza e em assuntos ambientais.