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Para começar. Não foi novidade.O presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Eles já vinham se desentendendo sobre a crise gerada pelo coronavírus, especialmente sobre as formas de isolamento social.
A “chapa esquentou” ainda mais quando o então ministro chegou a desafiar Bolsonaro e deu declarações, como em entrevista ao Fantástico, que desagradaram até o vice Hamilton Mourão e a ala militar do governo. Nesta quinta-feira (16), Bolsonaro demitiu Mandetta, afirmou que foi um “divórcio consensual” e anunciou o médico oncologista Nelson Teich para assumir a pasta.
A repercussão variou entre críticas ao presidente e um “voto de confiança” ao novo ministro. Os presidentes da Câmara e do Senado divulgaram nota conjunta mostrando preocupação com a saída. Pouco depois, em entrevista à CNN, Bolsonaro fez pesadas críticas à Maia. Veículos de imprensa internacional, como o The Washington Post e The Guardian, chegaram a falar em “potencial de revolta pública” com a saída de Mandetta.
Por outro lado, a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou uma nota de apoio à escolha de Nelson Teich, que também tem o aval de empresários do setor de saúde. Inclusive, espera-se que outros nomes da cúpula da AMB assumam funções estratégicas no Ministério da Saúde. Correspondente da Gazeta do Povo em Brasília, Kelli Kadanus apresenta o perfil de Nelson Teich, um doutorando nas áreas de ciências da saúde e economia da saúde e - assim como Mandetta - é um defensor do isolamento social. Clique no link e confira a reportagem.
Conteúdo aberto
Despedida e dados atualizados. Enquanto Mandetta se despediu do Ministério da Saúde com um discurso direcionado à equipe, os técnicos da pasta atualizaram o cenário do coronavírus no Brasil. Houve desaceleração diária no número de confirmações, de 3.058 quarta (15) para 2.105 nesta quinta (16). Veja os dados completos. O estado do Paraná registrou 845 casos e registra mais duas mortes.
O futuro da quarentena. Acabar com a quarentena agora é melhor ou pior para a economia? Confira na reportagem de Giulia Fontes o que dizem os especialistas. Até o momento, o Brasil é o segundo país em gastos contra coronavírus na América Latina, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Pelo mundo. Ministros e presidentes de bancos centrais do G20 concordaram em suspender os pagamentos da dívida dos países mais pobres durante a pandemia. Já os líderes do G7 pediram revisão completa e reforma da OMS. Enquanto isso, na África, as mortes por coronavírus subiram 60% em uma semana.
Minuto Coronavírus
Exclusivo para assinantes
Entrevista exclusiva. Editora de Vida e Cidadania, Denise Drechsel traz uma entrevista com o médico infectologista Marcus de Lacerda. Ele determinou a interrupção de um estudo sobre a cloroquina após a morte de 11 pacientes graves com Covid-19. Outra pesquisa, esta do Ipea, revela que cerca de 1,6 milhão de brasileiros vulneráveis ao novo coronavírus poderiam ter dificuldade de acesso a tratamento intensivo em caso de infecção grave.
Racionalidade e irracionalidade. Aqui e na China os métodos de lidar com a atual pandemia são controversos. Leia, por exemplo, o que diz o colunista Flávio Quintela, que revela politização, incompetência e irracionalidade no combate à doença. E tem ainda as mentiras vermelhas. A jornalista Madeleine Lacsko detalha a longa história da China com a manipulação do coronavírus. E quem acredita em Nicolás Maduro? Célio Martins escreve sobre a epidemia na Venezuela. Se os números da Venezuela quanto à Covid-19 fossem verdadeiros, seria Eldorado.
Feriado em casa. Como neste feriado prolongado (dia 21 é Tiradentes) sair de casa não é uma opção, Armond White, crítico de cinema da National Review, traz uma dica: “Joias Brutas”: um filme de Adam Sandler para quem odeia filmes de Adam Sandler. Está no Netflix. Recomendo ainda esta leitura: o que é o tal socialismo democrático. O artigo é assinado por Daniel Kowalski, da Foundation for Economic Education. Outra boa ideia é acompanhar os colunistas que trazem diferentes Vozes na Gazeta. Por lá você entra as Crônicas da Pandemia, de Paulo Polzonoff.
O mais importante de ontem no Brasil
- Agora volta ao Senado. Câmara aprova projeto que amplia acesso ao auxílio de R$ 600 para informais
- Benefícios sociais. 70 milhões devem receber auxílio emergencial, diz governo
- No Paraná. Uber oferece viagem “de graça” em corridas para doação de sangue
- Não eram R$ 256 milhões. Advogados de Marisa Letícia dizem a juiz que investimentos eram de R$ 26 mil
Nossa visão
Mudança ministerial. Consolidada a mudança no Ministério da Saúde, uma coisa é certa: Bolsonaro não poderá alegar que não sabe o que Nelson Teich pensa a respeito das estratégias contra o coronavírus, inclusive sobre isolamento social. Confira mais no novo editorial da Gazeta do Povo: A demissão de Mandetta e o novo ministro da Saúde.
O oncologista já publicou vários artigos sobre o tema, inclusive defendendo que, no momento atual, o isolamento social horizontal continua a ser a melhor opção e que há fragilidades na adoção do isolamento vertical. O novo ministro, no entanto, também já havia escrito sobre a necessidade de conciliar o olhar da saúde com a preocupação sobre a economia e os empregos.
Para inspirar
A correria aumentou no isolamento? Mesmo com a família dentro de casa, home office e tarefas domésticas para organizar, é possível separar tempo para estar sozinho e relaxar. A repórter Raquel Derevecki, da Equipe Sempre Família apresenta 4 dicas para conseguir tempo para você.
Tenha um bom feriado prolongado: em casa, de preferência!