Bom dia!
Essa quinta-feira (28) foi um dia de paz. Já na noite de quarta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), suplicou ao da República, Jair Bolsonaro (PSL): “Faço um apelo ao presidente para que pare, chega”, não sem oferecer a sua contrapartida: deixar Bolsonaro “começar a trabalhar”, sem responder a mais “nenhuma gracinha, nenhuma insinuação”. O presidente estendeu a mão: foi tudo apenas uma “chuva de verão”, disse ontem, “página virada, um abraço para o Rodrigo Maia”. Resolvido.
De manhãzinha, aliás, Maia já havia recebido Sergio Moro para um café da manhã. O ministro da Justiça até levou de presente ao deputado uma imagem religiosa. A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), foi a mediadora. Apertadas as mãos, ficou combinado que o projeto anticrime de Moro logo começará a tramitar no Senado, enquanto a reforma da Previdência tramita na Câmara. Resolvido.
A reforma da Previdência – vai andar, é claro. Ontem à tarde, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR) resolveu destravar o processo e anunciou, ao lado do ministro Onyx Lorenzoni (DEM), o nome do relator do projeto na comissão: o deputado Marcelo Freitas (PSL-MG).
Outro nó desfeito, o partido de Bolsonaro se tornou o primeiro a fechar questão sobre o assunto: os deputados do PSL – são 54 – que votarem contra a reforma da Previdência estarão sujeitos à expulsão da sigla. Os parlamentares serão até mesmo treinados pelo Ministério da Economia para defender a reforma.
Fato é que a tramitação nem começou direito e talvez você já esteja cansado de ouvir falar de reforma da Previdência. A proposta, porém, impacta todo o país, incluindo a sua vida. Vale a pena tirar um tempinho para entender o que deve mudar com a reforma – não leva mais do que 5 minutos, porque Fernando Jasper já deixou tudo mastigadinho em um gráfico para você.
- E a PEC do orçamento impositivo, aprovada pela Câmara na terça (26)? Você está por dentro? Fernanda Trisotto explica o que a PEC obriga o governo a fazer, o quanto ela engessa o orçamento e quanto poder ela dá ao Parlamento.
Negociar não é dobrar-se
A aprovação da reforma da Previdência vai depender de muita articulação política – o que, bem entendido, não tem nada a ver com toma-lá-dá-cá. No editorial desta sexta (29), a Gazeta do Povo defende essa distinção e argumenta:
Diálogo, negociação e articulação política são corriqueiros e necessários em uma democracia. Quanto mais complexo e desafiador um tema, mais se exigirá dos governantes uma capacidade de coordenação inteligente desse processo, uma liderança inspiradora que não fomente a discórdia, mas busque terrenos comuns, e uma comunicação arrojada que motive o alinhamento dos atores políticos na direção das mudanças que se vislumbram como fundamentais. Se este não for o caminho, todas as sociedades estariam presas a uma alternativa macabra: ou a total inação, ou a imposição unilateral da vontade de um grupo.
Veja bem
O Ibama exonerou ontem (28) o servidor que, em 2012, multou Bolsonaro por pescar em uma área protegida em Angra dos Reis (RJ). Na ocasião, o então deputado se irritou com a fiscalização e chegou a citar o nome do funcionário no Congresso, dizendo que continuaria pescando na área. Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, defendeu Bolsonaro no final do ano passado, dizendo que: “Ele não foi multado por pescar. Ele foi multado porque estava com uma vara de pesca. O fiscal presumiu que ele estava pescando. Então, veja bem, o exemplo que você deu já mostra como a questão ideológica permeia a atuação estatal nesses casos”.
Brasil acima de tudo
Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) é o autor de uma proposta de reforma tributária aprovada em uma comissão da Câmara no final de 2018. Agora, o tucano circula pelos corredores do Congresso em busca de apoio para a votação do texto. O detalhe: tendo perdido nas eleições passadas, Hauly não é mais deputado federal desde janeiro. João Frey conta a história curiosa.
E mais
- Lava-jatistas, janosistas e outsiders estão na disputa pela cadeira de Raquel Dodge, que em setembro deve deixar a Procuradoria-Geral da República. A indicação é do presidente da República. Quem está no páreo?
- No apoio à reforma da Previdência, o mapa do Brasil emula os resultados das últimas eleições – e de outras passadas. Enquanto os governadores dos estados do Nordeste se opõem ao projeto, os do Sul e Sudeste firmaram uma aliança. Olavo Soares analisa esse histórico.
- Michel Temer (MDB) se tornou réu no caso daquela mala da JBS, intermediada por Rodrigo Rocha Loures (MDB). Os R$ 500 mil reais seriam uma mesada semanal destinada aos dois emedebistas pela empresa por um período de 20 anos.
- Devastado pelo ciclone Idai, o Moçambique receberá ajuda humanitária do Brasil. Bombeiros que trabalharam no resgate de vítimas e corpos da tragédia de Brumadinho vão atuar no socorro às vítimas no país africano.
Imagem do dia
Aniversário
Hoje (29) Curitiba completa 326 anos. A Gazeta publica um artigo de Rafael Greca (DEM) em que o prefeito analisa o passado, o presente e o futuro da cidade. Greca estuda até mesmo trazer à capital um trem futurista , capaz de viajar a 1.223 km/hora – na HAUS, Keyse Caldeira explica a ideia.
- Enquanto o trem não aparece, Curitiba ganhou 45 novos ônibus. Entretanto, a linha que percorreria a Linha Verde de norte a sul, prometida para o aniversário, ainda não saiu.
- No Guia, confira a programação especial do fim de semana do aniversário da cidade.
Bananas
Já imaginou uma banana azul, com textura de sorvete e gosto de baunilha? Existe. Antes de partir para o fim de semana, confira essa curiosidade, contada por Guilherme Grandi no Bom Gourmet.
Uma ótima sexta e um sensacional fim de semana pra você!