Bom dia!
Michel Temer joga o jogo político como poucos e deixa isso claro na reforma da Previdência. O presidente jogou a toalha e deixou para o Congresso a decisão sobre o tema. Movimento calculado, explica Evandro Éboli.
Tivesse chamado para o Planalto a condução, abriria mais uma rodada de barganha em troca de votos, como ocorreu nas denúncias feitas por Rodrigo Janot, porém agora a um preço muito maior. Ao tratar como questão do Congresso, delega para Rodrigo Maia, defensor da reforma, o trabalho de conseguir votos suficientes para a aprovação.
Obviamente, o cálculo é muito mais do que político. O déficit da Previdência cresce em ritmo exponencial. Flávia Pierry informa que, sem reforma, o brasileiro deve pagar R$ 430 bilhões a mais em impostos nos próximos dez anos para cobrir o rombo.
Enquanto não acerta o prato principal, o governo come pelas beiradas. É o caso da medida provisória que obriga os bancos a devolver aposentadorias pagas a pessoas mortas. O valor estimado é de R$ 1 bilhão e o texto tramita no Senado.
Prêmio ao mal feito
Para dois juízes de Rondônia, aposentadoria virou sinônimo de prêmio a desvios de conduta. Um desembargador e um juiz foram "condendos" a se aposentar compulsoriamente por terem manipulado um processo trabalhista de R$ 5 bilhões. Os punidos ganham R$ 35 mil e R$ 40 mil, informa Lúcio Vaz.
Como diz André Gonçalves, o Brasil se chocou com a comparação infeliz feita pela ministra Luislinda Valois e trabalho escravo. Mas supersalários e aposentadorias robustas como da ministra e dos juízes condenados são comuns também no Executivo e no Legislativo.
Ricardo Amorim afirma que este quadro só começará a mudar quando a sociedade tiver plena consciência de que é ela quem paga estes salários polpudos, os gastos perdulários dos governos e as propinas que irrigam esquemas de corrupção.
Reta final
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) deve ser a primeira política envolvida na Lava Jato julgada pelo Supremo. Segundo Bárbara Lobato, a PGR Raquel Dodge já solicitou a Edson Fachin o fim das diligências do caso que apura o recebimento de R$ 1 milhão em propina pela atual presidente do PT e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo.
Vale-tudo eleitoral
À medida que a eleição se aproxima, o PT vai se desfazendo sem constrangimento da narrativa do "golpe" contra Dilma Rousseff. O editorial da Gazeta do Povo analisa o "perdão aos golpistas" pregado por Lula, estratégia clara para se abraçar novamente ao PMDB.
Assim como o “Lulinha paz e amor” de 2002 não passou de uma fachada amigável ao mercado para conseguir conquistar um eleitorado refratário ao discurso radical do líder sindicalista, não é um verdadeiro espírito de reconciliação que move o ex-presidente, mas puro pragmatismo.
Comunista de mercado
Fernando Martins apresenta Manuela D'Ávila, a comunista adepta ao consumismo (entre outras causas mais tipicamente de esquerda) que se lançou pré-candidata a presidente pelo PCdoB. É um rompimento histórico do partido comunista com o PT, do qual foi satélite nas sete últimas eleições presidenciais.
Pacotão da segurança
Um acordo suprapartidário permitiu à Câmara começar a votar, ontem, um pacote de medidas na área da segurança pública, com destaque para dois pontos. As operadoras de telefonia serão obrigadas a instalar bloqueador de sinal de celular nos presídios. Também caiu o atenuante automático de pena para menores de 21 anos.
Quem vai pagar?
As prefeituras brasileiras já estão adaptando suas legislações para, a partir de 2018, iniciar a cobrança de ISS de serviços de streaming como Netflix e Spotify. A dúvida é se o imposto será repassado ao consumidor com aumento de mensalidade. O Netflix diz que não; o Spotify, não comenta.
Traque
A passagem de Judith Butler por São Paulo foi menos explosiva do que se imaginava. Cerca de 50 pessoas foram protestar em frente ao Sesc Pompeia enquanto a filósofa dava palestra. Também não houve comoção favorável a ela. Butler é a principal teórica do feminismo radical e da ideologia de gênero. Renan Barbosa acompanhou o evento.
Vitória da liberdade de expressão
A Justiça da Califórnia anulou a lei que obrigava centros pró-vida a promover o aborto. Uma legislação de 2015 determinava que centros pró-vida deveriam dispor de placas e informarem seus clientes sobre abortos e métodos contraceptivos financiados pelos fundos estatais de impostos, mesmo sendo totalmente contra estes procedimentos. Uma vitória da vida e da liberdade de expressão.
Tudo ou nada
Tão comuns quanto tristes são as cenas de estudantes desesperados por terem perdido a prova no Enem. Em parte, fruto do calendário do exame no Brasil. Por aqui, ocorre apenas uma vez por ano. Nos EUA, que inspirou o modelo brasileiro, são sete oportunidades de fazer a prova.
Gás nas finanças
O governo do Paraná enviou para a Assembleia, em regime de urgência, um projeto de lei que permite a venda dos direitos de exploração de gás canalizado no estado. A operação pode render perto de R$ 700 milhões de receita.
Recuo
O governo proibiu - e depois voltou atrás - a contratação de professores temporários na rede estadual de ensino. O recuo ocorreu após a APP-Sindicato protestar, alegando que faltaria professor para atender aluno em sala de aula. O tema será retomado na próxima semana.
Defeito na pista
60% das rodovias paranaenses estão ruins, regulares ou péssimas, segundo estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT). O estado tem também um dos dez piores trechos do país. No outro extremo, somente 9% dos trechos rodoviários do Paraná foram avaliados como ótimos.
Vai ser sofrido
O Paraná queimou o restante da gordura que o mantém no G-4 da Série B. Perdeu por 2 a 0 para o Brasil de Pelotas, ontem, e agora está empatado em pontos com o Oeste, quinto colocado. Até o Londrina voltou pra briga após a rodada de ontem.
Dia de Furacão
O Atlético recebe o líder Corinthians, às 21 horas, mas a grande questão para os rubro-negros está novamente fora da Arena, onde devem ocorrer protestos de torcedores. André Pugliesi analisa a legitimidade da escolha por ficar fora do estádio protestando contra a diretoria enquanto o time joga do lado de dentro.
Presidenciável
Daniel Malucelli entrevistou Samir Namour. O advogado de 34 anos é o primeiro candidato com chapa oficialmente inscrita à presidência do Coritiba. A eleição será em dezembro.
Protagonismo
Um grupo de arquitetos de Curitiba irá revitalizar a Sociedade Barracão, comunidade de catadores de papel no Boqueirão. Júlia Rohden conta os detalhes.
Ninguém é feliz sozinho
Felicidade e solidão definitamente não combinam. Essa é a conclusão de uma série de estudos, que mostram a diferença entre estar sozinho (às vezes necessário) e ser sozinho. Também apontam que a falta de conexão social é mais perigosa à saúde que a obesidade e contribui para a morte prematura na mesma proporção que o fumo.
Então, dê uma alô a quem te ajuda a ser mais feliz e ótima quarta-feira.