Bom dia!
A Assembleia Legislativa vota, hoje, o novo pacote de ajuste do governo do Paraná. O plano é gerar economia de cerca de R$ 100 milhões por ano e há medidas polêmicas, que vão do congelamento da gratificação dos servidores públicos à compra de horas de folga de policias militares.
Em condições normais, a votação já teria enorme potencial de atrito. Mas desde sexta-feira o governo Beto Richa está fora da normalidade, por causa da colaboração premiada de Eduardo Lopes de Souza, dono da Construtora Valor, dentro da Operação Quadro Negro - que investiga fraude em contratos de R$ 32 milhões para obras em escolas estaduais.
Ainda não homologada pela Justiça, a delação aponta um grande esquema de desvio de recursos para abastecer a campanha da reeleição de Beto Richa em 2014. O propinoduto também teria beneficiado o presidente da Assembleia, Ademar Traiano; o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni; e até mesmo Ezequias Moreira, o secretário da sogra fantasma.
Katia Brembatti apresenta sete pontos para entender o tamanho da delação do dono da Valor. A extensão faz com que aliados de Richa considerem o seu efeito pior que o do 29 de abril de 2015, quando policiais e professores entraram em confronto no Centro Cívico, revela Rogério Galindo.
O grande temor no Palácio Iguaçu é o efeito das revelações nas eleições de 2018: Richa ainda não sabe se será candidato ao Senado, Cida Borghetti é citada na delação e mesmo Ratinho Júnior teria de explicar a permanência neste governo.
Com tanta nebulosidade, ao menos um ponto parece ser claro. É improvável que uma CPI na Assembleia ajude a trazer respostas. Euclides Lucas Garcia mostra que Richa tem apoio suficiente para barrar qualquer investigação: seja por falta de assinatura, seja por falta de espaço na agenda do legislativo estadual.
Uma semana normal
Começar a semana sob o efeito de uma delação pode até ser novidade para Richa, mas não é para Temer. Brasília espera para antes do feriado a segunda denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente, turbinada pela delação do doleiro Lúcio Funaro.
Não para
Enquanto isso, o mundo político segue seu caminho normal. O Congresso busca um acordo para por em votação a reforma política. As travas do momento são financiamento de campanha, fim das coligações e cláusula de desempenho.
Um dos muitos motivos para avançar com a reforma está apresentado nesta reportagem de Bruna Borges. O Brasil tem 35 partidos políticos e outros 65 na fila para ser criado.
A quantidade não é o problema. Quanto mais representação política, melhor. A questão está na finalidade: com raras exceções, entrar na ciranda de morder dinheiro público, barganhar apoios e lotear cargos.
Em editorial, apontamos que votar o texto da deputada Shéridan (PSDB-RR) pode ser um bom caminho para dois pontos cruciais da reforma (fim das coligações e cláusula de barreira) avançarem ainda a tempo de entrar em vigor nas eleições do próximo ano. Mesmo que isso siginifique deixar para trás avanços gigantescos, como a migração para o voto distrital misto.
Se a reforma política for sepultada, é difícil imaginar quando o país terá uma nova oportunidade de promover uma mudança tão radical quanto benéfica na escolha de nossos representantes no Legislativo.
Espinhoso
A equipe econômica pôs na mesa mais um vespeiro em nome do ajuste das contas públicas: tributar as letras de crédito imobiliário (LCIs) e do agronegócio (LCAs). Os dois investimentos são praticamente restritos a quem tem alta renda. Resta saber se não passa de mais um aceno que o governo fez para sentir a repercussão.
Boa notícia
Um ótimo sinal de retomada econômica. As montadoras estão voltando a investir no Brasil. Até o fim do ano que vem, Volvo, Renault, General Motors e Volkswagen vão aplicar R$ 8,85 bilhões em modernização de fábricas e novos produtos. A reportagem é de Jéssica Sant'Ana.
O vício
Smartphones são nosso mais eficiente portal para o mundo atual, mas tudo feito em excesso é nocivo. O jornalista Leonid Bershidsky conta como está se livrando do vício nos celulares inteligentes.
O novo jornalismo
No podcast Nova Economia, Rodrigo Ghedin conversa com o jornalista Pedro Burgos sobre o Impacto.jor, projeto que mede o quanto as notícias transformam efetivamente a realidade das pessoas. A metodologia foi desenvolvida por Burgos e tem a Gazeta do Povo na primeira e seleta leva de veículos a adotá-la.
Fake news
Se você viu uma foto de guerra creditada a Edu Martins, sinto lhe informar, mas é tudo falso: a foto e o fotógrafo. Leão Serva conta essa impressionante história de fake news em uma área do jornalismo geralmente identificada com a coragem e o heroísmo.
Fake?
Coreia do Norte e Estados Unidos seguem seu perigoso jogo de quem pisca primeiro. Kim Jong-un anunciou teste com bomba de hidrogênio. O governo Trump respondeu com promessa de forte resposta militar a qualquer ameaça norte-coreana.
À esquerda
No podcast Ideias, Alexandre Borges, Jones Rossi e Rodrigo Constantino recebem Flávio Gordon. O antropólogo está lançando "A corrupção da inteligência", livro que estuda como o marxismo conseguiu mergulhar nas entranhas da cultura brasileira.
É de gene marxista uma proposta que sugere tirar do Palácio do Planalto retratos dos presidentes da época do regime militar brasileiro, algo similar ao implementado durante o totalitarismo soviético. Em editorial, mostramos por que isso é uma má ideia.
Que fiquem os retratos, e que ao contemplá-los possamos nos recordar deste período em que a democracia foi sufocada no país e das circunstâncias que culminaram no golpe de 1964 e no endurecimento da ditadura, em 1968. Apagar ou “sanear” a história é tornar mais difícil que aprendamos com ela.
Luiz Felipe Pondé escreve sobre outra marca dos tempos atuais: o desejo de um grupo crescente de pessoas de salvar o mundo de nós mesmos com proibições de todo o tipo.
O agressor da Paulista
Um dos assuntos mais comentados da última semana foi a prisão - e posterior liberação - de um agressor sexual no ônibus de São Paulo. Quando ele foi preso na semana passada, já colecionava 16 acusações similares.
No fim de semana, o homem voltou a atacar uma mulher, o que levou a uma pergunta imediata: ele deveria estar solto? E se ele não tiver controle sobre si mesmo? Diante da repercussão, o homem foi indiciado por estupro e ficará preso.
Não é de graça
O brasileiro é a favor de gratuidades no transporte coletivo; 96%, para ser mais exato. Porém, apenas metade sabe que o benefício é pago pelos próprios usuários. E em Curitiba os vereadores querem ampliar um pouco mais a catraca livre.
Lisca doido
Lisca não é mais técnico do Paraná. Ele foi demitido sábado pela manhã, após uma dura discussão com membros da comissão técnica. A diretoria diz que Lisca agrediu o auxiliar Matheus Costa. O técnico nega. Em meio ao caos, o Paraná perdeu por 1 a 0 para o Atlético-MG, na semifinal da Primeira Liga.
Festa do interior
O outro finalista da Primeira Liga é o Londrina. O Tubarão derrotou o Cruzeiro nos pênaltis, após 2 a 2 no tempo normal - o empate do LEC veio aos 51 minutos do segundo tempo. O goleiro César foi o herói, pegando três penalidades.
O Operário também tem muito a comemorar. Goleou o Globo-RN por 5 a 0, fora de casa, no primeiro jogo final da Série D. Pode perder por até quatro gols na próxima segunda-feira, em Ponta Grossa, que fica com a taça.
O céu é o limite
Reinaldo Bessa entrevista a presidente do Grupo Embraed, Tatiana Rosa Cequinel. Ela entrega no próximo sábado um novo e badalado empreendimento em Balneário Camboriú.
Sessão esgotada
Ritz, Luz, Astor, Plaza e São João foram por anos sinônimo de cinema em Curitiba. Haus conta o que aconteceu com estes cinco cinemas de rua da capital. Vale olhar em volta e matar a saudade quando for andar pelo Centro nesta curta semana de feriadão. Ótima segunda-feira a todos!
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