Bom dia!
A Câmara vota, hoje, o "juízo de admissibilidade" da denúncia contra Michel Temer. Traduzindo: decide se o Supremo deve abrir processo contra o presidente por corrupção passiva, com base na acusação de Rodrigo Janot.
A sessão começa às 9 horas, mas não tem hora para acabar. Depende do quórum mínimo para iniciar a votação - 257 deputados. Até lá, discursos. Também do ritmo da própria votação.
Cada parlamentar terá 15 segundos para justificar seu voto, mas é improvável que todos respeitem o tempo. A oposição deseja empurrar essa parte para o horário da novela das nove, como forma de colocar os deputados sob a mira da opinião pública.
Até o momento, a força do querer ficar de Temer parece ser maior. O presidente assinou uma MP que parcela dívidas do Funrural e diminui a alíquota de contribuição previdenciária dos produtores rurais. Somente o fatiamento do fundo significa empurrar pra frente o pagamento de um débito que soma R$ 8 bilhões. Os 209 deputados da bancada do boi agradecem.
Temer também liberou para voltar à Câmara 12 ministros que são deputados. Alguns deles estão no grupo de políticos que, segundo a revista Época, recebeu gordas propinas da JBS. Somente para empresas ligadas ao presidente foram R$ 2,2 milhões.
É na esperança de ver o governo sangrar com denúncias até o fim de 2018 que o PT faz jogo de cena, embora se diga empenhado para que o processo contra Temer avance. O temor é que Rodrigo Maia ganhe força não apenas para aprovar a reforma da Previdência, como para se projetar ao Planalto por via eleitoral.
Presidente da Câmara, Maia é quem assume se Temer for afastado. Para 76% dos brasileiros, uma condição desconhecida do deputado do Democratas.
O PMDB não tem dúvida de como proceder. Fechou questão pelo arquivamento da denúncia na Câmara. Os deputados que desobedecerem estarão sujeitos a desde advertência até expulsão. Lá do Senado, Roberto Requião já rugiu alto, conta Catarina Scortecci.
A repórter também faz um balanço de como os parlamentares paranaenses devem votar. Onze dirão sim à denúncia, cinco dirão não e outros 14 (quase metade da bancada) só revelarão posição no plenário.
Para Carlos Marun (PMDB-MS), Darcísio Perondi (PMDB-RS), Alessandro Molon (Rede-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ), não há dificuldade em se posicionar. Os quatro antecipam em vídeo, a Evandro Éboli, como votarão e por quê.
O editorial da Gazeta do Povo, claro, trata de denúncia contra Temer. Embora haja açodamentos e deficiências técnicas no relatório de Janot, há elementos suficientes para a Câmara autorizar o Supremo a dar andamento ao processo.
O mais provável, porém, é que a denúncia seja arquivada. A dúvida é quanto ao placar.
Os números da votação mostrarão se Temer terá força para aprovar mais reformas relevantes ou se a base de apoio bastará apenas para mantê-lo no Planalto, sem capacidade de seguir mudando o país.
É hexa!
Lula é réu no sexto processo por corrupção, três pela Lava Jato. Sergio Moro aceitou a denúncia do MPF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no sítio em Atibaia. A defesa do petista rebateu acusando Moro de se posicionar contra o Estado de Direito.
Bernardinho-2018
O ex-técnico da seleção brasileira de vôlei, Bernardinho, inicia este mês um ciclo de palestras pelo país. O objetivo é apresentar e ajudar a financiar o Partido Novo, ao qual ele se filiou em abril. Bernardinho é cotado para se candidatar pela legenda ao governo do Rio e â presidência da República no ano que vem.
Venezuela
Rodrigo Constantino dedica três textos a analisar o acentuamento da crise na Venezuela. Em um, ele aponta como o PSOL segue firme no apoio ao ditador Nicolás Maduro. Em outro, fala da posição do deputado Jean Wyllys, que critica o regime de Maduro, mas poupa o socialismo - ideologia do presidente venezuelano e de seu mentor Hugo Chávez.
O convidado Fábio Pegrucci faz um alerta: o que acontece hoje na Venezuela poderia ter acontecido no Brasil.
No Caixa Zero, Rogerio Galindo diz que Osmar Dias aproveitou o apoio do PDT a Maduro para anunciar seu desembarque do partido. Mais um à procura de legenda para 2018.
Não mexa no meu queijo
Lúcio Vaz quantifica um dos mais famosos benefícios do Judiciário brasileiro: o auxílio-moradia. Somente com juízes, o dispositivo custa R$ 307 milhões por ano. Somando-se procuradores, a conta vai para R$ 437 milhões.
No editorial "O governo não é feito de anjos", analisamos como os três poderes se esforçam para manter - até ampliar - benefícios a si mesmo.
Enquanto o Brasil não reorganizar a Constituição e as leis que lhe complementam, retirando de qualquer agrupamento ou corporação estatal o poder de definir seus próprios salários e suas vantagens, a burocracia estatal seguirá vivendo como uma casta privilegiada.
Na mosca!
Virando o jogo
Ricardo Amorim joga luz sob um ponto que tem passado despercebido em meio a tantos escândalos: o Brasil está ficando mais competitivo. É o que indica o superávit nos primeiros sete meses do ano, puxado pelas exportações.
Outra boa notícia
A Renault vai investir R$ 750 milhões na construção de mais uma e ampliação da sua atual fábrica no Paraná. A nova unidade fica pronta em janeiro e irá gerar 150 empregos diretos.
Aqui se bebe bem
Carlos Coelho explica como Curitiba se tornou a capital da cerveja artesanal no Brasil. Um ciclo iniciado há sete anos, de deixar qualquer cervejeiro zonzo de tantas opções.
Algumas delas estão com preços especiais durante o mês de agosto no Clube Selections, exclusivos para sócios do Clube Gazeta do Povo.
Abriu
Inaugurou ontem, em Curitiba, o Castle Pub CWB, bar com cardápio e decoração inspirados no game Super Mario Bros.
Motivos para comemorar
Seja com cerveja especial ou no bar do Mario, a torcida do Paraná tem excelentes motivos para comemorar. O Tricolor goleou o CRB por 4 a 1, ontem, na Vila Capanema, e colou no G-4 da Série B. É a segunda goleada sob comando do técnico Lisca, que estreou há três rodadas.
Sua promoção está perto
Se você está planejando para hoje pedir a sonhada promoção no trabalho, dê uma olhada antes nessas dicas e boa sorte!
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