Bom Dia!
Este informativo matinal não circula aos sábados, domingos e feriados, mas, diante da gravidade do atentado ao candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), esta edição extraordinária traz todas as informações sobre o caso até a manhã desta sexta-feira (7), em que se comemora a Independência do Brasil.
Bolsonaro foi esfaqueado na tarde de ontem (6), durante um evento de campanha, em Juiz de Fora (MG), enquanto era carregado por apoiadores durante caminhada na região central da cidade. O autor do ataque foi preso na hora e identificado pela polícia como Adelio Bispo de Oliveira, que foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014, atacava o candidato nas redes sociais e apoiava o “Lula Livre”. Bispo disse que agiu sozinho e “guiado por Deus”.
O capitão da reserva foi operado às pressas e segue internado na Santa Casa de Juiz de Fora. Evandro Éboli resume tudo que se sabe até agora:
Em entrevista coletiva na noite desta quinta, a equipe médica anunciou que, ainda que tenha passado o risco inicial, o estado de saúde de Bolsonaro ainda é grave. As 48 horas serão decisivas, já que há risco de infecção e complicações. Se tudo correr bem, o período de recuperação é estimado em até dez dias, o que irá comprometer a continuidade de sua campanha eleitoral. Há ainda a hipótese de o candidato ser transferido para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Uma junta médica irá avaliar se há condição de fazer nesta sexta-feira (7).
O estilo de campanha de Bolsonaro, que apostava no corpo a corpo com apoiadores, já vinha preocupando aliados e a equipe de segurança. Eles o alertaram para o risco e tentavam convencê-lo a diminuir esses momentos tão próximos de apoiadores.
Democracia sofre
O ocorrido é gravíssimo em muitos aspectos. Além do risco direto à vida de um ser humano, o ataque foi uma estocada em uma democracia que já sofre com a polarização política, a falta de confiança interpessoal e nas instituições e a retórica política virulenta de parte a parte. Embora as eleições sejam uma parte importante da experiência democrática, esta não se reduz àquelas, pois depende de uma cultura democrática saudável e de valores éticos sólidos entre os cidadãos. Em Editorial, a Gazeta do Povo comenta ainda outra preocupação que o episódio desperta:
Se já são suficientemente indecorosos os gracejos que misturam o crime, cometido com uma faca, à plataforma do candidato sobre o desarmamento, pior ainda será qualquer tentativa de relativização em um momento como este. Não é possível recorrer ao clima de polarização para racionalizar uma tentativa de assassinato, e não existe – ou pelo menos não deveria existir – “ele colheu o que plantou”, aquele raciocínio abjeto que faz da vítima a principal responsável pela agressão sofrida, comportamento que tanto repudiamos quando se trata de outros tipos de crimes.
A tentativa de homicídio contra Bolsonaro repercutiu na imprensa do mundo todo. Com ele, infelizmente, o Brasil retrocedeu na civilidade política e em sua cultura de tolerância. Houve épocas em que atentados a figurões da política eram bem mais comuns: conheça oito atentados a políticos na História do Brasil.
Embora o sentimento de indignação humana prevaleça, é impossível não pensar nas consequências eleitorais do que ocorreu ontem. Por um lado, a comoção tende aumentar a intenção de votos no capitão da reserva. Por outro, a convalescença tira Bolsonaro das ruas e dos eventos de campanha. O ocorrido também vai obrigar seus adversários a readequar suas campanhas.
Vozes da Gazeta
Mário Vitor Rodrigues: “Como me disse Paulo Guedes antes de nos despedirmos pela segunda vez no dia, desta feita a derradeira, eu atônito e ele visivelmente devastado: ‘Este país merece estar onde está’."
Rodrigo Constantino: "Facada contra contra Bolsonaro é atentado contra a democracia. Esses fascistas vermelhos precisam ser derrotados custe o que custar."
Guido Orgis: “É o tipo de episódio que pode mudar o rumo das eleições [...] Bolsonaro não criou a polarização atual da política, mas foi quem se aproveitou melhor de sua existência."
Rogério Galindo: "Ataque a Bolsonaro é inaceitável e qualquer relativização é bárbara [...] A democracia não pode conviver com o ódio pregado por Bolsonaro, mas também não pode conviver com o ódio pregado por seus inimigos."
Reações
Felizmente, a primeira reação do mundo político foi uníssona e rápida no repúdio ao atentado. O presidente Michel Temer avaliou-o como “lamentável para a democracia”. Todos os outros candidatos à Presidência se manifestaram em entrevistas ao longo do dia e por meio das redes sociais.
Ciro Gomes (PDT)
Acabo de ser informado em Caruaru, Pernambuco, onde estou, que o Deputado Jair Bolsonaro sofreu um ferimento a faca. Repudio a violência como linguagem politica, solidarizo-me com meu opositor e exijo que as autoridades identifiquem e punam o ou os responsáveis por esta barbárie.
â Ciro Gomes (@cirogomes) 6 de setembro de 2018
Marina Silva (Rede)
A violência contra o candidato Jair Bolsonaro é inadmissÃvel e configura um duplo atentado: contra sua integridade fÃsica e contra a democracia.
â Marina Silva 18 (@MarinaSilva) 6 de setembro de 2018
Geraldo Alckmin (PSDB)
PolÃtica se faz com diálogo e convencimento, jamais com ódio. Qualquer ato de violência é deplorável. Esperamos que a investigação sobre o ataque ao deputado Jair Bolsonaro seja rápida, e a punição, exemplar.
â Geraldo Alckmin (@geraldoalckmin) 6 de setembro de 2018
Fernando Haddad (PT)
Repudio totalmente qualquer ato de violência e desejo pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro.
â Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) 6 de setembro de 2018
Alvaro Dias (Podemos)
Sobre o episódio da facada no candidato Jair Bolsonaro, quero afirmar aqui que repudio todo e qualquer ato de violência. Por isso a violência nunca deve ser estimulada. Eu não estimulo.
â Alvaro Dias (@alvarodias_) 6 de setembro de 2018
Henrique Meirelles (MDB)
Desejo pronta recuperação a Jair Bolsonaro. Lamento todo e qualquer tipo de violência. O Brasil precisa encontrar o equilÃbrio e o caminho da paz. Temos que ter serenidade para apaziguar a divisão entre os brasileiros.
â Henrique Meirelles (@meirelles) 6 de setembro de 2018
João Amoêdo (Novo)
à lamentável e inaceitável o que aconteceu com o Jair Bolsonaro. Independentemente de divergências polÃticas, não é possÃvel aceitar nenhum ato de violência.
â João Amoêdo 30 (@joaoamoedonovo) 6 de setembro de 2018
Que o agressor sofra as devidas punições. Meus votos de melhoras para o candidato.
Cabo Daciolo (Patriota)
Guilherme Boulos (Psol)
Soube agora do que ocorreu com Bolsonaro em Minas. A violência não se justifica, não pode tomar o lugar do debate polÃtico. Repudiamos toda e qualquer ação de ódio e cobramos investigação sobre o fato.
â Guilherme Boulos 50 (@GuilhermeBoulos) 6 de setembro de 2018
Vera Lúcia (PSTU)
NOTA DA VERA LÃCIA, CANDIDATA Ã PRESIDÃNCIA PELO PSTU, SOBRE Ã AGRESSÃO A JAIR BOLSONARO
â Vera (@verapstu) 6 de setembro de 2018
Deve ser totalmente repudiada a agressão com uma faca ao candidato Jair Bolsonaro (PSL). Consideramos inaceitável esse tipo de coisa em meio à disputa eleitoral em curso. (1)
João Goulart Filho (PPL)
O país somos todos nós
Este Sete de Setembro tão triste, de uma Semana da Pátria que começou com as chamas que consumiram o Museu Nacional e vai terminando sob a sombra da violência política mais descabida, é o momento de cada um pôr a mão na consciência e agir um pouco como o bombeiro de que o Brasil precisa e o Paixão desenhou:
Até segunda-feira!