Bom dia!
Nada como um convite para um cafezinho no gabinete do presidente da República. Todo parlamentar sabe o poder disso. Dilma Rousseff (PT) se deu ao luxo de receber apenas 15 dos 594 membros do Congresso durante todo o seu primeiro mandato – e pagou o preço.
Jair Bolsonaro (PSL) não quer correr o risco e decidiu que metade da sua agenda será dedicada a conversas com deputados e senadores – o que, espera-se, ajudará na tramitação das propostas enviadas pelo Planalto ao Congresso. Camila Abrão dá um panorama do estado atual da relação entre esses dois poderes.
Nesta quinta (4) mesmo, Bolsonaro se reuniu com dirigentes de 11 partidos. Ele pensa até mesmo em criar um conselho político, para institucionalizar o contato com os presidentes das legendas e com os líderes do Congresso. Saiba como o MDB, o PSD, o DEM e o PSDB reagiram ao encontro com o presidente.
Até agora, quem está enfrentando o corpo a corpo com os parlamentares é Paulo Guedes. Jéssica Sant’Ana conta como tem sido o dia a dia de articulador do ministro da Economia – que, na quarta-feira (3), passou por maus bocados nas mãos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Ainda sobre as tchutchucas
A analogia empregada pelo deputado Zeca Dirceu (PT-PR) já é uma tradição na política paranaense. Lá em 2002, Roberto Requião (MDB) já a usava contra seus opositores. Até mesmo Fernando Francischini, o pai do presidente da CCJ, já acusou um deputado petista de ser “tchutchuca” em relação a um correligionário e “tigrão” em relação a um político tucano. João Frey conta essa história e Luan Sperandio recorda quatro vezes em que o PT é que foi a “tchutchuca” dos poderosos.
No editorial desta sexta (5), a Gazeta do Povo defende que a figura usada pelo deputado da oposição não extrapola os limites da liberdade de expressão – o problema mesmo está quando essas discussões, naturais na vida pública, se tornam confusões e derrotas desnecessárias por pura e simples falta de articulação:
Nada na fala de Dirceu extrapola o razoável naquele contexto. Parece óbvio que o deputado não feriu a honra de Paulo Guedes, em qualquer das hipóteses puníveis no país: a calúnia, a difamação e a injúria. É de se lamentar com veemência a postura irresponsável do PT de apostar no “quanto pior melhor” e negar a óbvia e ululante urgência da reforma da Previdência, mas fato é que o deputado utilizou a linguagem dentro dos parâmetros razoáveis da liberdade de opinião na discussão política para criticar não a dignidade de Guedes, mas o teor daquilo que entende ser a proposta do governo.
Madeleine Lackso lembra que, perto dos papelões de Bolsonaro no seu (longo) tempo como deputado, o ataque de Dirceu é coisa de moleque. Ela critica ainda a omissão da base governista durante a audiência na CCJ:
No final das contas, bombardeado por aquele circo montado para desmerecer o que quer que ele dissesse, Paulo Guedes perdeu o foco. Mitou nas respostas? Mitou demais. Mostrou-se superior aos parlamentares da oposição? Sem dúvida nenhuma. Ocorre que a missão dele não era essa, era negociar a reforma com quem pode vir a votar nela e expor para a população detalhes técnicos e a sensação de que há harmonia entre os poderes no tema. Isso ele não fez.
Um exemplo bem claro de como a equipe econômica se preocupou com a equidade do sistema está na alíquota máxima de 22% para o funcionalismo que pode se aposentar com vencimentos acima do teto do INSS. Benefício maior, contribuição maior, uma coisa bem simples de entender, e indício de que a reforma não é antipobre. Outro aspecto importante é que a proposta diminui a alíquota mínima, aquela que incide sobre os menores salários.
Tem gente, aliás, que ficou otimista demais com as “mitadas” de Guedes. O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, disse em um tuíte que o ministro “mostrou que não precisa ter apoio de ninguém para aprovar seus projetos no Legislativo”. Só que precisa, né?
Imagem do dia
Modernização
O Banco Central tem pela frente o desafio de lançar o sistema de open banking, uma das propostas da agenda BC+. Segundo esse conceito, os dados financeiros pertencem ao cliente, que pode escolher compartilhá-los com qualquer instituição financeira, para que ela ofereça a ele serviços mais baratos e melhores. Fabiane Ziolla explica os detalhes.
Remuneração
Um levantamento realizado pela Gazeta do Povo constatou que cinco estados ainda pagam salários para professores abaixo do piso estipulado pelo Ministério da Educação. Outros quatro pagam exatamente o piso. Maranhão, Mato Grosso do Sul e Tocantins têm as melhores remunerações. Confira os valores na matéria de Abinoan Santiago.
Desproporção
Tá sobrando viatura em Curitiba. A Polícia Militar deslocou seis veículos para atender o caso de um dono de um bar que não quis assinar um boletim de registro por importunação de sossego. O episódio foi na quarta (3), por volta das 20h30. Angieli Maros relata a situação.
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Um ótimo fim de semana para você!
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