Neste domingo (3), a Gazeta do Povo completa um marco histórico: o jornal fundado em Curitiba em 1919 por Benjamin Lins e Oscar Joseph de Plácido e Silva chega aos 100 anos. A nossa equipe está preparando uma série de conteúdos especiais para comemorar a data e tem novidades para anunciar neste fim de semana. Não deixe de acompanhar a Gazeta para ficar por dentro e celebrar com a gente o nosso centenário.
Mas antes de abrirmos o champanhe no domingo, esta sexta (1º) vai ser decisiva para os rumos do Brasil nos próximos dois anos: os deputados federais e senadores escolhem hoje o presidente da Câmara dos Deputados e do Senado. De manhã, os novos deputados tomam posse. De tarde, é a vez dos senadores. Lá pelas 18 horas, ambas as casas começam a votação. Entenda como funciona a eleição tanto na câmara alta quanto na baixa.
Os favoritos em cada disputa são velhos conhecidos nossos. Rodrigo Maia (DEM) – que já tem o apoio do PSL, partido de Jair Bolsonaro – na Câmara e Renan Calheiros (MDB) – que tem flertado com a direita, depois de fazer campanha ao lado de Fernando Haddad (PT) – no Senado. O senador alagoano, que a princípio tinha saído da disputa, ressurgiu das sombras nesta quinta (31), sacramentado como o nome do MDB para a votação. O colunista Mario Vitor Rodrigues comenta a conveniência de mão dupla que envolve Calheiros e o governo:
O compromisso de Renan Calheiros não é com o Brasil, mas pode ser, desde que este convirja com o seu. É exatamente esse o caso no momento. Renan não seria tolo de confrontar um governo recém-eleito. Ele precisa dessa costura. Precisa se sentir resguardado com tantos processos, denúncias e investigações nas costas. Chegou até mesmo a fazer cafuné em Flávio Bolsonaro recentemente, deixando claro o nível de relação que pretende estabelecer com o bolsonarismo. A sua eleição não chega a pôr em xeque a retórica de Jair Bolsonaro durante a campanha, mas é claro que respinga no alardeado purismo desta chamada “nova era”— graças também à infantilização do eleitor, sua incapacidade de enxergar a política para além da paixão clubística.
Entretanto, Janaína Paschoal, eleita para a Assembleia Legislativa de São Paulo, lançou o alerta nesta quinta (31): segundo ela, os parlamentares apoiadores de Bolsonaro vão se arrepender “amargamente” de votar em Maia e em Calheiros. O partido do presidente, de fato, é uma incógnita no Congresso, tendo passado nas últimas eleições de nanico a gigante: tem 52 deputados e 4 senadores, a maioria deles novatos na política.
De Brasília, Olavo Soares traça o perfil dos principais nomes do PSL no Legislativo. Ele analisa ainda o quanto realmente a nova legislatura é nova, em uma reportagem caprichada que explica o que é renovação e o que é continuidade no Congresso Nacional. Já João Frey destrincha a composição da bancada do Paraná no Câmara dos Deputados, cuja renovação foi maior que a média nacional.
Com novos membros no Congresso, aliás, uma velha questão volta atiçar a nossa curiosidade: entre salário, assessores, cota parlamentar, auxílio-moradia, viagens, quanto custa cada um dos 513 deputados federais? Lúcio Vaz fez a conta. Que número você chuta?
Do outro lado da Praça dos Três Poderes
O primeiro dia de fevereiro também marca a volta dos trabalhos no Supremo Tribunal Federal (STF). No editorial de hoje (1º), a Gazeta manifesta a sua esperança de que o presidente da corte, Dias Toffoli, enterre de vez o ativismo judicial – a intromissão do Judiciário nas prerrogativas dos outros poderes.
Em um país que passa por um processo de reconstrução – econômica, social, política, moral –, o papel do Poder Judiciário e, especialmente, do Supremo Tribunal Federal é proporcionar estabilidade enquanto os representantes eleitos pelo povo realizam o trabalho de implementar a plataforma que o povo escolheu. Não à toa Toffoli chegou a dizer a correspondentes estrangeiros que “não cabe ao Judiciário ser centroavante, mas nós seremos zagueiro”, e que “o Judiciário não deve ser a vanguarda do processo de desenvolvimento de uma nação”.
Correta, robusta e aceitável
A Gazeta do Povo publica ainda um artigo de Renato Follador, especialista em previdência social, pública e privada, em que ele apresenta a sua proposta para uma reforma da Previdência que seja “tecnicamente correta, constitucionalmente robusta e amplamente aceitável pela maioria consciente da população”. Leitura que vale a pena.
Água fria
Depois que famílias adeptas do homeschooling suspiraram aliviadas com as metas dos primeiros 100 dias de governo, que incluem a regulamentação da modalidade, o secretário-executivo do Ministério da Educação lançou nelas um balde de água fria nesta quinta (31). Luiz Antonio Tozi disse que “o homeschooling não substitui a escola” e que a sua regulamentação não pretende dispensar a necessidade de matrícula nas escolas.
Poder, pode, mas...
Fuga, atentado, comprometimento da ordem pública e protestos contra e a favor. Essas foram as situações de risco elencadas pela Diretoria de Inteligência Policial para fundamentar a negativa ao pedido do ex-presidente Lula (PT) para que participasse do enterro de seu irmão, Vavá, na quarta (30). Diante das razões, o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Luciano Flores, disse que “não entendeu a polêmica” em torno da decisão. Referindo-se ao que diz a Lei de Execução Penal, ele afirmou:
Pode ser feito não significa que deve ser feito. Cada caso precisa ser analisado. E assim são deferidos vários pedidos anualmente para que os presos possam ir a velórios. Eu não conheço nenhum caso, desses milhares que já foram deferidos, em que foi pego um preso de um estabelecimento penal onde estava recolhido, utilizado uma aeronave e gastos públicos milionários, para levá-lo a outro estado, onde houvesse uma militância e grande quantidade de manifestantes prós e contra. Eu não conheço na história do Brasil que isso tenha acontecido.
Solto
A segunda temporada de Beto Richa (PSDB) na cadeia não durou uma semana. No dia em que o ex-governador foi transferido da Cavalaria, em Curitiba, para o Complexo Médico Penal, em Pinhais, a defesa conseguiu no STJ uma liminar determinando sua soltura e dando um salvo-conduto para eventuais futuros pedidos de prisão.
Catarina Scortecci mostra que André Richa, filho do tucano, em depoimento ao Ministério Público Federal no ano passado, admitiu que o pai tinha poder de decisão nas transações imobiliárias feitas pela empresa Ocaporã, cujos sócios são oficialmente André e Fernanda Richa. A informação contraria a versão apresentada pela defesa de Richa e reforça a tese do MPF. André e Beto foram denunciados, junto com o contador Dirceu Pupo Ferreira, por lavagem de dinheiro por meio da empresa.
Liberdade de expressão
Andressa Muniz entrevista Keith E. Whittington, professor de Política na Universidade Princeton e autor do livro Speak Freely: Why Universities Must Defend Free Speech (”Fale livremente: por que as universidades devem defender a liberdade de expressão”, em tradução livre). Whittington defende enfaticamente que universitários precisam ser capazes de ouvir ideias diferentes das suas, sem procurar reprimir o livre debate, mesmo com ideias que pareçam desconfortáveis:
A liberdade de expressão é fundamental para o que as universidades fazem. No ensino e na erudição, o corpo docente e os estudantes precisam da liberdade para explorar ideias difíceis e seguir argumentos e evidências onde quer que estejam. Se eles se esquivam de buscar a verdade como a entendem porque se preocupam com as repercussões sociais, políticas ou econômicas de se dizer algo controverso, então as universidades estarão sacrificando seu objetivo principal de avançar as fronteiras do conhecimento humano e comunicar o que aprendemos.
Escalada do terror
Com o poder ameaçado, o ditador Nicolás Maduro desencadeou a ação repressiva mais impiedosa desde que chegou ao poder em 2013. Quando moradores de favelas em Caracas passaram a protestar contra Maduro, forças de segurança invadiram os bairros e promoveram operações brutais. Os relatos são assustadores. Uma mulher conta que o seu filho de 29 anos foi arrastado para fora de casa e assassinado na rua com um tiro no abdômen.
Em sua coluna desta quinta-feira, Filipe Figueiredo conta quem é Vladimir Padrino López, atual ministro da Defesa da Venezuela, que pode decidir o futuro do regime de Maduro:
O trocadilho entre seu sobrenome, que também é seu nome de guerra, e o termo “padrinho” é irresistível. Para sermos precisos, Padrino hoje pode desempenhar o papel de kingmaker, “fazedor de rei” em inglês. Um ator de influência que pode viabilizar, ou deter, alguém no poder. Por sua vez, o kingmaker não possui a capacidade de ser ele mesmo um ocupante desse poder. Um pilar essencial cujos favores podem decidir o futuro de um país. No caso, o da Venezuela.
Incomum
Milhões de pessoas na região centro-oeste dos Estados Unidos experimentaram um frio congelante, com temperaturas de até -45º C. Temperaturas como essas são normalmente reservadas para o Círculo Polar Ártico. Confira uma seleção de imagens surreais que vão fazer você querer colocar uma blusa.
Deu certo
Finalmente se encerrou o maior culto da história do cristianismo. Uma igreja holandesa realizou um serviço litúrgico ininterrupto durante três meses para impedir a deportação de uma família armênia perseguida politicamente em seu país de origem – na Holanda, a polícia é proibida de entrar em espaços de culto durante as liturgias. E funcionou: o governo aceitou fazer um acordo que permitirá à família permanecer no país.
Imagem do dia
Mudança de hábito
No Viver Bem, Adriano Justino lista 10 dicas muito simples que ajudam a emagrecer. Mudar um pequeno hábito por vez pode acabar fazendo toda a diferença – e de forma bem mais duradoura do que com aquelas dietas milagrosas.
Quem sabe entre os novos hábitos você não acabe gostando de um bom churrasco vegetariano? No Bom Gourmet, Simone Mattos explica o jeito certo de preparar legumes em brasa ou na grelha. Mas se para você churrasco sem carne é uma heresia, fique com as dicas de Guilherme Grandi para aprender a preparar o típico barbecue americano.
Nós aqui da centenária Gazeta do Povo desejamos a você um ótimo fim de semana!