O ato falho do senador Romero Jucá, ao chamar de “suruba” as regras de flexibilização do foro privilegiado, revela o atual quadro do governo federal.
Afeito às sacanagens da pior espécie – sem cunho estritamente sexual –, o governo não tem pudor em liquidar direitos e exibir alianças espúrias para garantir a governabilidade.
A plateia assiste ao desfile do desgoverno, liderado por um Rei Momo
Até o ex-deputado Eduardo Cunha tem prerrogativa para nomear ministro, veja só, da Justiça. Nada surpreendente se lembrarmos que o último ministro do STF preparou-se para a sabatina no Senado em uma suruba – digo, sabatina – informal em um iate no Lago Paranoá.
Aparentemente, a grande suruba não atenta ao pudor dos indignados que foram às ruas pedir a demissão de Dilma, já que os atuais escândalos, explícitos, não têm sido repudiados com a mesma veemência.
Assim, a plateia assiste ao desfile do desgoverno, liderado por um Rei Momo. Um governo que é uma espécie de representação do carnaval, com data marcada para o fim.
Enquanto isso, a sociedade aguarda o fim dessa performance até que chegue a Quarta-Feira de Cinzas de 2018, quando, enfim, tudo recomeça no Brasil.