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Não parece, mas a crônica anterior, publicada na quinta-feira, sobre as Guerras Púnicas, gerou inesperado retorno dos leitores, que se manifestaram em e-mails, todos a favor. Menos um, que preferia assunto mais recente e mais empolgante, como o caso da Receita Federal versus a filha do Zé Serra.

De minha parte, talvez preferisse outro tipo de guerra, aquela que Oswaldo Cruz promoveu contra os mosquitos da febre amarela. O Rio estava condenado, os navios ficavam ao largo, de quarentena, por causa da peste que matava centenas de cariocas.

Agora temos os mosquitos da dengue, que estão aumentando na cidade e fazendo mortes. As autoridades apelam para a população acabar com os focos, mas é bom lembrar que no passado foi criado o exército de mata-mosquitos, que iam de casa em casa fiscalizar banheiros, cozinhas e quintais, colocando nas águas paradas um tipo de creolina que, a curto prazo, acabou com a peste.

Eles colocavam uma bandeira amarela na grade da casa que visitavam, mostrando que o Estado ali exercia uma função saneadora. Ninguém reclamava daquela invasão, pelo contrário, os moradores serviam cafezinho e água gelada para os soldados da saúde.

Insisto nas guerras. Além das Púnicas, das quais falei anteriormente, podemos ter a guerra contra a dengue, mas prefiro melhor alternativa: a Guerra do Peloponeso, tão emocionante quanto a guerra de Cartago contra Roma.

Estou relendo o Tucídides, o historiador mais profundo da Antiguidade, para qualquer emergência e falta de assunto que atraia os leitores fatigados de Dilma, Serra, pesquisas, enchentes e vulcões em erupção.

A mídia tornou-se redundante, caindo ferozmente nos mesmos assuntos, nos mesmos problemas e na grita pelas mesmas soluções.

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