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Resisti até agora a cometer qualquer tipo de comentário a propósito das próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos. E se agora o faço, é de forma oblíqua, marginal, pior do que superficial. Desde que uma certa senhora foi indicada para vice-presidente na chapa dos Republicanos, a mídia internacional, em peso, caiu em cima dela, satanizando-a, promovendo a até então desconhecida governadora do Alasca ao papel de besta negra da vez.

Não vou defendê-la, não tenho vontade nem informações detalhadas para isso. Admito que ela tem dito e feito muita besteira, é republicana radical, parece que Bush, perto dela, é um modelo ilibado de democracia liberal.

Mas vamos às caras. Não é nada não é nada, a cara é uma certidão, um atestado de quem somos, pensamos e queremos. Coloquemos lado a lado a cara do Obama e a de Sarah Palin. Não estão concorrendo na mesma faixa, o primeiro é candidato a presidente pelo Partido Democrata, a segunda é candidata a vice pelo partido adversário. A chance da madame chegar à Casa Branca são bastante remotas.

Fiquemos com as caras, somente as caras. Obama é simpático, dizem que possui um charme desgraçado e as pesquisas o provam. Mas não tem cara de americano, não pelo fato de ser negro. Louis Armstrong, Sidney Poitier, Martin Luther King, Billie Holiday, Lena Horne eram negros mas esbanjavam a essência da alma americana pela cara.

Obama parece um esforçado e bem sucedido herói do Terceiro Mundo. Sarah Palin, mesmo vestida de esquimó ou escafandro, é a cara da América tal como a fizeram os peregrinos do "Mayflower". Não apenas em cara mas parece que em idéias.

Podia estrelar um daqueles filmes musicais da Metro dos anos 50. Além do rosto apropriado, tem belas pernas.

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