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Rio de Janeiro – Um funcionário da ONU passou uns dias no Brasil (acho que ficou apenas no Rio) e fez um relatório sobre a onda de violência que sofremos. Descobriu brilhantemente a pólvora: a nossa polícia está desaparelhada para enfrentar o crime. Gente mal paga, sem instrução e equipamentos adequados, falta de condições técnicas e táticas para combater a marginalidade das grandes cidades, etc., etc.

Nenhuma novidade no diagnóstico. Mas quem vive na zona do agrião sabe que o problema é mais complexo, mesmo sem mencionar as razões socioeconômicas que eram o argumento preferencial da maioria dos analistas.

A morosidade do judiciário é uma das causas que alimentam tanto o crime organizado como o crime desorganizado. O critério das condicionais é falho, o bandido quando é preso e julgado, em pouquíssimo tempo recebe a condicional que o devolve às ruas e ao crime.

Outro fator que, embora secundário, colabora na desmoralização policial, é parte da imprensa que guarda dos tempos do regime militar o ressentimento pelas violências daquele período: chamar o ladrão para se livrar do guarda.

Nesta semana, um soldado foi executado nas ruas do Rio. Segundo um jornalista, ele estava sendo pago pela sociedade para isso mesmo: morrer. Li num jornal que o policial morto no helicóptero da própria polícia foi atingido por arma disparada por outro policial.

A mídia mostra diariamente o arsenal à disposição dos traficantes, mais sofisticado e letal do que o da polícia. No entanto – ainda segundo a mídia – nenhuma daquelas armas dispara uma única bala perdida. A velhinha que estava vendo televisão na sala, a criança na carteira da escola, foram mortas por balas perdidas das armas policiais.

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