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Rio de Janeiro – A pesquisa mais recente divulgada na última semana tem sido interpretada de diversos modos e intenções. O crescimento da popularidade de Lula e da aceitação de seu governo não deixa de provocar um exame de consciência nos profissionais da mídia, alguns deles acreditando que a imprensa, em geral, é o quarto poder.

Um poder que nada pode, além de fazer muita marola que nem sempre chega a molhar os rochedos da corrupção e da bagunça administrativa a que infelizmente estamos habituados.

Durante meses – quase um ano, não tenho certeza – a mídia escancarou as mazelas do governo, em diferentes setores, todos eles revelando que de alguma forma, ou de todas as formas, que o presidente sabia dos esquemas em que seus auxiliares e amigos mais chegados chafurdavam.

E dele não partiu outra atitude se não a de aceitar a carta de demissão que os envolvidos lhe mandavam e que tinham como resposta uma declaração de afeto e confiança. Um deles, depois de tudo o que houve, foi chamado de irmão.

Na realidade, Lula deitou e rolou para as CPIs que foram instauradas e onde foi acusado de cumplicidade com a corrupção. Na hora H seu nome foi poupado dos relatórios finais, mas não da cobertura que a mídia lhe dedicou. E se não deu bola para as CPIs, muito menos deu bola para os editoriais, articulistas, cronistas, colunistas e todos os que ocuparam os diversos veículos de comunicação do país e até do exterior.

Seria o caso repito de um exame de consciência, de uma reavaliação dos meios e da própria função do tal quarto poder, poder que não atinge o povo. A alegação de que o povo não lê jornais nem revistas não procede. O povão vê televisão, ouve rádio. E continua acreditando em Lula e o abençoando com o seu voto.

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