Rio de Janeiro Causou perplexidade, sobretudo na mídia, a eleição de alguns candidatos que foram genericamente considerados "exóticos". Uma lista complexa, mais ou menos aleatória, que inclui desde a eleição de Fernando Collor para senador por Alagoas até o estilista Clodovil, que ameaça ser um deputado chique.
Tudo bem. Presume-se que um deputado chique não participe de mensalões nem da vampiragem dos sanguessugas. Quanto a Collor, nada de exótico encontro em sua eleição. Ele sofreu o impeachment porque violou diversas regras do jogo político-administrativo. Foi punido, cumpriu a pena e, agora (acredita-se), pode ser absorvido pela sociedade no fundo. Esta é a finalidade básica das punições a qualquer crime: a integração na sociedade.
É evidente que em alguns casos houve o voto de protesto, que em eleições passadas ameaçaram eleger um Cacareco e o Macaco Tião. Neste particular, melhoramos muito. Outra perplexidade que a mídia vem destacando é a eleição de Paulo Maluf. A se dar crédito à mídia, Maluf é o morto político mais vivo e notório da nossa vida pública.
Há seguramente 20 anos, de tempos em tempos, decreta-se a sua morte política, no entanto, sempre que há eleição, ele ressuscita com boa margem de votos. Não dá para se eleger governador ou prefeito. Mas, para obter um lugar no Congresso, tem um capital próprio de votos que não emigram para outros candidatos.
E há o caso de Enéas, que foi considerado exótico na eleição passada, raspou a barba e agora se enquadra na normalidade parlamentar.
Por falar em barba, o próprio Lula, quando começou sua vida pública, era considerado exótico. Nem precisou raspar a barba. Até certo ponto pode ser considerado um político chique, apesar de suas gafes, embromações e mentiras.
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