Rio de Janeiro À margem do acidente de anteontem com o avião da TAM, cujas causas seguirão a rotina de sempre e demorarão a serem esclarecidas, faço duas considerações de leigo na matéria, mas usuário freqüente do transporte aéreo. Desde já estão abertas duas vertentes que irão tumultuar a apuração do caso.
Culpa da Infraero e das autoridades da Aeronáutica que liberaram uma pista cuja reforma está inacabada, imprópria para um dia de chuva; ou culpa do piloto que fez a aproximação em velocidade superior à recomendada e atingiu o solo além do ponto indicado para o pouso, diminuindo consideravelmente a extensão da pista.
Falha técnica (e criminosa) do aeroporto ou falha humana do comandante? Acima de qualquer suspeita, pelo menos até agora, está o aparelho, um Airbus tecnologicamente avançado, topo de linha para pequenas e médias distâncias. Na hora das reparações às famílias das vítimas, o jogo do empurra entre a Infraero e a TAM levará muitos e muitos anos.
Também marginal à tragédia foi a crueldade da companhia aérea que retardou a divulgação da lista dos passageiros, alegando que o regulamento prioriza a família das vítimas e somente depois de comunicar aos parentes ficaria liberada para anunciar a lista oficial.
Nos tíquetes dos bilhetes costuma haver um espaço para que o passageiro indique o nome e o telefone de uma pessoa a ser avisada em caso de necessidade. Na pressa do check-in, são raros os que seguem a instrução. Tampouco os funcionários na sala de embarque verificam o cumprimento da medida.
Vi na tevê as cenas no aeroporto de Porto Alegre, o desespero de parentes em busca de notícias. A prevalecer o argumento, com o aviso a todos os responsáveis, a lista dos passageiros pode demorar anos.
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