Foi necessária a decisão do Supremo Tribunal Federal para invalidar o julgamento de um homicídio pelo fato de o criminoso ter sido algemado indevidamente, uma vez que não ameaçou fugir nem reagir ao ato de sua prisão. Uma regra óbvia que pretende acabar com o uso e o abuso das algemas em qualquer situação, criando um prejulgamento policial, uma truculência cuja finalidade não é punir com antecipação o possível culpado, mas humilhá-lo social e publicamente.
Veio em boa hora a decisão do Supremo. Do jeito que as coisas iam, as autoridades policiais acabariam ressuscitando o uso do tronco onde se amarravam os escravos que ameaçavam fugir e os suspeitos de qualquer crime. Debret deixou gravuras a respeito deste tipo de justiça primitiva e desumana. Ao lembrar o uso do tronco, espero não estar municiando as autoridades com a sugestão de um novo tipo de violência.
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Morreu na semana passada um dos meus ídolos dos gramados. Píndaro Possidente Marconi formou, com Castilho e Pinheiro, um dos antigos "trios finais" mais importantes do nosso futebol. Sob a direção de Zezé Moreira, o Fluminense adotara a tática da marcação por zona, que deixava o adversário com o domínio de bola até a entrada da grande área. Ali a coisa engrossava, Castilho, Píndaro e Pinheiro não deixavam nada passar. O time foi campeão carioca de 1951 e da Taça Rio do ano seguinte.
Foi convocado para a seleção de 1950, mas desentendeu-se com o técnico Flávio Costa, que tinha outra tática de jogo e preferiu Augusto, que era o capitão do Vasco e da própria seleção. Zagueiro duro, membro da Polícia Especial, mais tarde diretor da Censura Federal, Augusto não tinha a elegância e a eficiência de Píndaro, um poeta em campo.
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